Topo

Publicitária afirma que foi filmada em mesmo posto no Rio: 'Sensação ruim'

De Universa, em São Paulo

19/10/2022 10h43

A publicitária Aline Namoratto, 32 anos, conta sobre o choque que teve ao ler a notícia que a dentista Laíris Aguiar foi filmada ao usar o banheiro em um posto de gasolina na última sexta-feira (14). Isso porque ela relata que, um ano antes, viveu a mesma situação e no mesmo local.

Laíris foi gravada ao utilizar o sanitário do posto Petrobras na Lagoa, zona sul do Rio de Janeiro. No ano passado, o mesmo aconteceu com Aline. voltava Ela conta que voltava do Recreio para a zona sul do Rio de Janeiro. "Estava muito trânsito e eu estava muito apertada, então parei naquele mesmo posto de gasolina. Peguei a chave e desci pelo corredor para chegar ao banheiro", contou a Universa.

"Em banheiros públicos, não fazemos xixi sentadas, né? Então, quando ouvi um barulho eu olhei para cima e vi que havia um celular. Voltei para o carro fechando o zíper no meio do caminho porque fiquei com medo. Já estava anoitecendo, não era um local que tinha muitas pessoas e o banheiro ficava um pouco escondido", relembra.

Ao voltar para o veículo, a publicitária contou para a amiga que a acompanhava o que aconteceu. "Mas ficou aquela sensação ruim que nós, mulheres, temos muito de duvidar de si, pensando 'será que vi mesmo? será que não vi sera que to maluca?'", conta. Por isso, Aline diz que não registrou boletim de ocorrência nem falou com mais ninguém sobre o ocorrido.

Assim que viu a publicação sobre, mandou mensagem para a amiga da dentista Laíris para confirmar se era o mesmo local. "Ali tem vários postos de gasolina, por isso quis confirmar se era o que ficava em frente à churrascaria Rio Brasa. E ela me disse que sim", fala. "Mas, pelas fotos, eu já havia identificado que era o mesmo local."

Nesta terça-feira (18), o posto estava fazendo uma obra para tampar o vão entre o sanitário feminino e masculino, onde as mulheres alegam que foram filmadas.

Polícia investiga se frentista divulgava vídeos nas redes sociais

O frentista que fez as gravações foi encaminhado para a 14ª Delegacia de Polícia no Leblon, onde foi registrado um termo circunstanciado —quando é o caso de um crime de menor potencial ofensivo— pelo crime de registro não autorizado de intimidade sexual. Para esse tipo de infração, a pena pode chegar a prisão de seis meses a um ano mais multa. O homem foi demitido do posto onde trabalhava.

A delegada Camila Lourenço, assistente da 14ª DP, instaurou um novo inquérito para investigar outros eventuais crimes cometidos pelo funcionário. O celular do frentista vai passar por uma perícia para constatar se ele enviou as imagens a outras pessoas e ainda se há fotos ou vídeos de outras mulheres em cenas de nudez, ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização.

Após a confirmação de que o episódio ocorreu no mesmo local, Aline afirma que sentiu culpa e impotência. "Fiquei pensando que, se eu tivesse falado e feito barulho ano atrás, talvez ele tivesse parado e isso não estivesse acontecendo com ela."

"Comentei também com meu namorado da época e ele também me perguntou se eu tinha certeza, se não tinha visto coisa. Ou seja, a gente se coloca em risco e dúvida do que está acontecendo porque ninguém acredita na gente."

Como Laíris, Aline afirma que não entende o motivo das gravações. "Não consigo entender qual o objetivo dele com isso. Entrei só para fazer xixi... Não sei o que eles esperaram. Não passa nem pela minha cabeça. Imagina quantas vezes já fizeram isso? Não nos sentimos seguras nem para ir ao banheiro mais."