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Com plano de assinatura, clientes vão todo dia a salão de SP: dá prejuízo?

Clube de assinaturas de salão foi criado há pouco mais de um ano em São Paulo - Reprodução/Redes Sociais
Clube de assinaturas de salão foi criado há pouco mais de um ano em São Paulo Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Do Universa, em São Paulo

21/10/2022 23h18Atualizada em 21/10/2022 23h18

Uma analista climática de São Paulo criou frisson nas redes sociais após comentar sobre a frequência com a qual vai ao salão de beleza. Mariana Ciotta, 27, assinou um plano ilimitado fornecido pelo Clube Palanttero e ficou com medo de causar prejuízo à empresa por estar lá sempre.

"A ideia do plano não era que eu estivesse lá todo dia, mas eu estou lá todo dia. Devo estar dando prejuízo", afirmou no Twitter.

Em entrevista ao Universa, Mariana afirmou que a publicação não passou de uma piada que tomou grandes proporções.

"Não vou todos os dias, mas eu vou com uma frequência, sim, uns dois dias por semana, é bem divertido. Agendo uma unha na terça à noite, na quinta à noite faço um cabelo, algo por aí", conta.

Ela chegou até o salão após uma propaganda, foi apresentada ao pacote no valor de R$ 499, e calculou que os serviços oferecidos valiam a pena.

"Assinei principalmente por conta das massagens, mas é um pacote muito grande de serviços que se você fosse contratar individualmente seria muito mais caro, então é uma maneira de autocuidado, é gostoso, bem interessante", afirma. Hoje, os serviços de cabelo, unha e sobrancelha são os que ela mais faz no local.

Ainda mais assídua que Mariana, a professora Camila Canário vai ao salão todos os dias. "Quando consigo, vou até duas vezes [por dia]. Trabalho meio período, então passo por lá antes e depois do trabalho", explica.

Camila Canário é uma das clientes que vai todos os dias ao salão - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Camila Canário é uma das clientes que vai todos os dias ao salão
Imagem: Arquivo pessoal

Ela, que frequentava o salão antes mesmo do serviço ilimitado ser oferecido, conta com a ajuda das funcionárias para seguir um cronograma capilar e aproveita o espaço também como uma forma de interação social com outras pessoas.

"A energia de todo mundo que trabalha lá é muito boa. Me sinto praticamente em casa, a própria burguesinha do Seu Jorge lá, tratamento de princesa todo dia", afirma.

Apesar de usar o serviço todos os dias, a professora não acha que está "falindo" o estabelecimento.

"Sei que o clube foi criado com a proposta de ser ilimitado e como boa professora, sigo o que foi combinado, e uso sem limites mesmo", brinca.

Serviço dá prejuízo?

Em entrevista ao Universa, a proprietária do salão, Ana Paula Palange, explicou que o projeto do clube de assinatura foi autoral e levou mais de três meses para ser estudado antes de ser colocado em prática.

Além do papel da autoestima na vida dos frequentadores, o espaço também serve como um local para construção de diálogo e conversas após um longo período de isolamento.

"Ao contrário da visão deturpada que algumas pessoas têm de que o espaço é uma futilidade, nós temos um network gigantesco, com muitas marcas aqui dentro. Há mulheres com potenciais gigantescos aqui que trabalham com sua autoestima, com seu bem-estar", afirma.

Questionada sobre se algum cliente já "deu prejuízo" no serviço, ela conta que, após a implementação do clube de assinatura, a empresa registrou um crescimento de 800%. Agora, eles projetam iniciar um protocolo de franchising (franquia) para expandir a marca em 2023.

"Sabe quando a gente fala que a gente nem almoçou para dar prejuízo no rodízio? Acredito que se a gente realmente desse prejuízo nesse sistema, não existiria nenhum rodízio no mundo", conta.