Calça jeans de marca no Brasil custa 19% do salário mínimo
Peça presente em quase todos os guarda-roupas, a calça jeans está custando 19% do salário mínimo nacional, estipulado neste ano em R$ 1.212. Segundo o IBGE, mais de 30 milhões de pessoas no Brasil vivem com uma renda mínima ou menos. Na prática, um mês de trabalho para esses brasileiros vale cinco calças Levi's 501, que já está custando mais de R$ 229 —o modelo de calça é referência por ser padrão no mercado.
Segundo levantamento da Numbeo, plataforma global de preços ao consumidor que acompanha esses dados de mercado, o Brasil ocupa atualmente o 73º lugar do ranking, bem atrás da Islândia, Suíça e Rússia, que aparecem, nesta ordem, no pódio dos países mais caros para comprar calça jeans. O poder aquisitivo nesses mercados, no entanto, é superior.
Embora mais cara na etiqueta, a calça jeans representa só 4% do salário mínimo de uma pessoa na Islândia e 1% da renda mínima na Suíça. Pelo levantamento, se o modelo da calça Levi's fosse uma moeda, os brasileiros seriam cinco vezes mais pobres que os islandeses e 20 vezes mais pobres que os suíços.
Já a Rússia é um caso à parte. Com a guerra na Ucrânia e a série de sanções econômicas adotadas contra e pelo país, o que afetou o abastecimento de mercado e da indústria, o preço da calça jeans escalou por lá. No varejo, a peça custa cerca de 38% do salário mínimo russo.
Enquanto isso, por aqui, a inflação sobre a calça feminina está acumulada em 22,67% nos últimos doze meses, segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Isso quer dizer que, no ano passado, a mesma calça estava custando R$ 204,90 nas lojas. Fernando Pimentel, presidente da entidade, explica que o aumento dos preços está ligado ao encarecimento expressivo do frete e do algodão e do elastano, matérias-primas muito usadas na produção do jeans.
A boa notícia é que o momento mais crítico da inflação parece ter ficado para trás. "Agora, as empresas estão com estoques de peças a preços antigos que precisam liquidar para voltar ao patamar anterior, sem custos tão pressionados", diz Pimentel.
Promoções no fim do túnel
As datas comerciais de fim de ano se aproximam e o mercado está com estoque para liquidar. A tendência —ao menos para o varejo de vestuário— é de aparecerem mais promoções, especialmente no mês de novembro, marcado pela Black Friday, que neste ano acontece no dia 25.
No comércio de roupas, as promoções costumam ser agressivas, com descontos frequentemente acima de 50%, graças à política de troca de coleções. Ainda que a calça jeans seja uma peça básica e atemporal, com a virada da estação lojistas estarão mais ávidos por "se livrar" das peças paradas. As famosas "queimas totais" podem, enfim, voltar a dar as caras.
Outra alternativa para driblar a alta dos preços das roupas são os brechós, que costumam praticar valores muito abaixo do mercado. No Enjoei, por exemplo, a calça jeans no mesmo modelo do ranking da Numbeo (a Levi's 501) pode ser comprada por até R$ 50, ou seja, em média 80% mais barata que a peça nova. Lembre-se de considerar o custo de frete no caso dos e-commerces, mas a lógica das promoções se aplica também nesses casos.
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