Mulher que 'trocou de rosto' conta experiência do peeling de fenol profundo
O rosto da gaúcha Regina Lucia Sganzerla de Boni, 67, causou espanto — e até certo medo — nos últimos dias. Em vídeo divulgado nas redes sociais, ela mostra a evolução de um tratamento facial que envolve uma espécie de queimadura intensa de toda a sua face e o resultado do procedimento após cerca de um mês.
A intervenção deixa para trás diversas marcas de expressão, parece deixar a paciente vários anos mais jovem e provocou curiosidade imediata nos mais de 2,5 milhões de usuários que visualizaram o conteúdo em apenas 10 dias.
O tratamento em questão é o peeling de fenol profundo e os resultados só podem ser verificados mais detalhadamente após, pelo menos, 20 dias.
A moradora de Caxias do Sul (RS) foi submetida à intervenção no dia 30 de setembro e foi registrando, dia a dia, a experiência, que inclui ver o próprio rosto desenvolver uma verdadeira "máscara" a partir da pele queimada, que vai descolando até revelar o "rejuvenescimento".
O procedimento tem riscos e não é adequado para todos os pacientes. A dona de casa Regina de Boni conta que ficou com a face em transformação, numa espécie de máscara, pelo período de 12 dias e foi observando o processo de cicatrização, que impressiona visualmente.
Não precisei ficar sem falar, mas tinha que evitar abrir muito a boca. Um dos cuidados que tive foi manter a pele bastante hidratada, conforme orientação da médica. Para dormir, foi muito tranquilo, apenas evitei colocar o rosto em contato com o travesseiro. Tomava banho normal, sem molhar o rosto. Não fica cheiro, nem tive dor ou desconforto.
Regina Lucia Sganzerla de Boni
Ao UOL, Regina conta que também teve que se adaptar para comer, por vários dias, apenas alimentos pastosos, com o auxílio de um canudo — justamente para evitar abrir a boca em excesso.
Após a primeira fase do tratamento, a dona de casa diz não ter ficado chocada com o resultado depois a remoção da "máscara". A pele, bastante avermelhada, era um dos efeitos que ela já esperava se deparar, já que se informou bastante antes de se submeter ao procedimento. Agora, abusa do protetor solar, ainda que exposição direta, mesmo, só daqui a três meses.
O rosto escurecido, descamando ao longo dos dias, rendeu comentários chocados e também piadas nas redes sociais. "Mas faz com a pessoa ainda viva?", dizia um deles. Regina diz não se incomodar com as brincadeiras, por achar que a experiência valeu a pena.
O visual, no entanto, não é comum a todos os peelings, apenas ao de fenol profundo, já que a técnica atinge até a derme, segunda camada da pele, em vez de apenas a parte mais superficial (epiderme). Quem explica é a dermatologista especialista em medicina estética Barbara Carneiro, que diz que dor e ardência são comuns na aplicação em centro cirúrgico.
A profissional destaca a necessidade de uma hidratação caprichada para ajudar a regeneração após a descamação intensa, e que a pele, nesse período, jamais deve ser retirada, mas deixada livre para que se solte naturalmente. Ela alerta ainda que o fenol pode ser perigoso, por isso a necessidade de buscar profissionais com experiência no procedimento.
"Podemos ter um efeito rebote, tanto por uma infecção ou até por ser um procedimento invasivo" — no efeito em questão, marcas, até então controladas ou ausentes, podem surgir na pele.
De acordo com a Clínica Harmonia, que divulgou as imagens, o peeling com fenol profundo é restrito a "fotótipos baixos", até o nível 3 na Escala de Fitzpatrick, que classifica os tons de pele humana. Na prática, isso significa que apenas peles claras podem ser submetidas ao tratamento com segurança — e pacientes também não podem ter predisposição a cicatrizes hipertróficas e queloides, estarem grávidas ou terem sido submetidas a cirurgia cosmética recente.
Regina diz que procurou o procedimento por sentir que já não se reconhecia no espelho e, mesmo ainda em recuperação, já diz ter ficado satisfeita com o resultado. O efeito, aliás, é ainda mais significativo internamente: "Nem com 30 anos me senti tão bonita", diz.
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