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Ela teve parto express: 'Travei porta do elevador com a mão e bebê nasceu'

 Deborah Bittar deu à luz dentro do elevador do prédio onde mora com ajuda do marido obstetra - Acervo pessoal
Deborah Bittar deu à luz dentro do elevador do prédio onde mora com ajuda do marido obstetra Imagem: Acervo pessoal

Fernando Barros

Colaboração para Universa, em Salvador

27/10/2022 04h00

"Senti as contrações ficarem mais fortes e agachei para aliviar a dor porque isso me ajudou no primeiro parto. Quando percebi, Júlia já estava saindo e falei para Danilo: 'amor, ela vai nascer aqui'. Ele abaixou para me ajudar, eu travei a porta do elevador com a mão e ela nasceu", conta a nutricionista Deborah Bittar, 33 anos, de Anápolis, Goiás.

O vídeo do momento do parto foi compartilhado pelo casal quase um mês após o nascimento de Júlia. Em seu perfil no Instagram, Danilo postou imagens das câmeras de segurança do elevador do prédio acompanhadas do relato dos dois sobre essa experiência inusitada. Na publicação, que viralizou, o obstetra resume: "Foi lindo, foi rápido, foi emocionante".

Deborah jamais imaginou que o nascimento da sua segunda filha seria tão inusitado. No dia 19 de setembro, ela deu à luz a pequena Júlia dentro do elevador do prédio onde mora, quando estava saindo para ir ao hospital, após as primeiras contrações do parto.

"Comecei a sentir umas contrações doloridas, mas achei que podia ser um alarme falso, porque isso aconteceu na minha primeira gestação, da Amanda, de 2 anos. Mesmo assim, mandei uma mensagem para Danilo, meu marido, e logo ele chegou em casa para me avaliar", conta Deborah em entrevista a Universa. Danilo Almeida, 34, é obstetra e ele mesmo faria o parto de Júlia, juntamente com sua equipe - no hospital.

Pouco tempo depois a bolsa de Deborah rompeu e, ao avaliar a esposa, Danilo percebeu que ela já estava com 8 cm de dilatação. Nesse momento, o casal, que havia planejado a chegada de Júlia de parto normal, decidiu ir logo para o hospital. Ao entrar no elevador, o inesperado, porém, aconteceu.

"Só depois fomos processar tudo o que aconteceu"

Após o nascimento da bebê, o casal saiu do elevador e foi para casa, onde Danilo cortou o cordão umbilical com os instrumentos médicos e prestou os primeiros cuidados. Depois, foram ao hospital para Júlia passar por uma avaliação pediátrica e também emitir o documento de declaração de nascido vivo. Como tudo correu bem, no mesmo dia, retornaram para a casa.

Com a experiência de já ter passado por um parto normal antes e tendo apostado numa rotina de exercícios durante a gravidez de Júlia, além de fisioterapia pélvica e uma dieta balanceada, Deborah imaginava que dessa vez o processo seria mais rápido do que na primeira, quando ficou em trabalho de parto por sete horas.

Ela não esperava, porém, que fosse tão rápido. "Eu pensava que seriam umas quatro a cinco horas, mas durou cerca de 30 minutos. Danilo brinca que foi um parto tsunami. Na hora, não conseguimos muito processar as emoções, fomos simplesmente lidando com a situação e só mais tarde que a ficha de tudo o que tinha acontecido foi cair", diz a goiana.

Agora, a família segue em fase de adaptação com a recém-nascida e a outra filha. "Os primeiros dias foram mais intensos. A maternidade idealizada é linda, mas a real é puxada e desgastante. Ainda bem que tenho uma rede de apoio que me permite cuidar da Júlia e ficar também tempo com a Amanda. Minha prioridade agora é conseguir dar carinho, cuidado e atenção para as duas", diz Deborah.