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Críticas ao feminismo e pró armas: relembre posicionamentos de Zambelli

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) -
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP)

De Universa

30/10/2022 14h32

Uma das principais aliadas do presidente Jair Bolsonaro (PL), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi filmada perseguindo apontando uma arma para um homem negro na esquina da rua Joaquim Eugênio de Lima com a alameda Lorena, no bairro Jardim Paulista em São Paulo, na tarde de sábado (29). Ela afirma ter sido agredida e empurrada pelo homem, o jornalista Luan Araújo, enquanto ele diz que a intenção de Zambelli era "prendê-lo, matá-lo". Um segurança dela foi preso por disparo de arma de fogo.

O ato de Zambelli ocorre na semana em que ela criticou o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) por atirar contra a polícia federal. "Ele passa de qualquer forma a ser um adversário, e nunca um aliado", declarou a deputada ao Congresso em Foco sobre a ação do pai da ex-deputada Cristiane Brasil.

No Twitter, os filhos do presidente Jair Bolsonaro (PL) Flávio e Eduardo saíram em defesa de Carla e falaram em violência contra a mulher. Algumas personalidades como a influenciadora Bella Falconi também declararam apoio à parlamentar, que agradeceu: "Só outra mulher para entender o que senti", escreveu no seu Twitter.

A parlamentar sempre discursou a favor das armas. Segundo a Polícia Federal, ela tem 3 pistolas e 1 revólver com registro válido no Sistema Nacional de Armas. Por por ser deputada, Zambelli pode ter porte.

Fundadora do movimento Nas Ruas, em 2011, Carla foi eleita pela primeira vez em 2018. Em entrevista a Universa na época, afirmou que não se pautaria no que seria, para ela, o feminismo atual, e que era contra cota de mulheres na Câmara. A Lei das Eleições, de 1997, estabelece que "cada partido ou coligação preencha o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo".

"O feminismo atual não está pautado no que é o verdadeiro feminismo: que é buscar igualdade naquilo em que a gente pode ser igual e proteger a mulher. Ao contrário. Não me sinto representada por feministas. A monarquia coloca a mulher onde ela quer estar: ou na liderança ou cuidando do lar, das crianças. Já fui gerente de 60 homens e não precisei de cota para nada, por exemplo. Absurdo ter cota para mulher na câmara", ela disse.

Há três meses, Carla defendeu o ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, após denúncias de assédio sexual. Na sua rede, ela postou foto e indicou apoio ao executivo do banco.

Apesar disso, Carla defende algumas pautas feministas como o parto humanizado em casa, e em 2019 apresentou proposta de criação de uma lei que assegure às grávidas a opção por cesariana a partir da 39ª semana. Ela, que é mãe de um adolescente de 14 anos, contou em algumas entrevistas que o momento de dar à luz foi traumatizante.

"Tive um filho no SUS e não há nada de humano em um parto feito no sistema de saúde. Inclusive, dei entrevista na época contando que eles me cortaram e deram 14 pontos sem anestesia. Para mulher, é algo traumático", disse ela, que sofreu um aborto em 2019.