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Mulher diz que não votou por causa de ação da PRF no Rio: 'Estou indignada'

 Anna Beatriz não conseguiu voltar após passar horas presa em engarrafamento - Arquivo pessoal
Anna Beatriz não conseguiu voltar após passar horas presa em engarrafamento Imagem: Arquivo pessoal

De Universa, do Rio de Janeiro

31/10/2022 10h35

"Por causa do Exército, deixei de votar", indigna-se a publicitária Anna Beatriz Sapienza Fontes, de 22. Moradora de Santa Cruz, zona oeste do Rio de Janeiro, ela pegou um engarrafamento de 4 horas e não chegou a tempo para escolher seu candidato na urna.

O motivo do trânsito foi uma operação conjunta do Exército e da PRF (Polícia Rodoviária Federal) na Ponte Rio-Niterói, que conecta os dois municípios fluminenses. Por volta das 14h30 (horário de Brasília), o tráfego estava lento e demorava cerca de 28 minutos para cruzar no sentido Niterói —mais que o dobro do tempo normal do trajeto, de 13 minutos, de acordo com a concessionária EcoPonte.

"Estou indignada"

Anna conta a Universa que saiu de Campos dos Goytacazes, no norte do Rio, às 8h da manhã. A previsão de chegar em casa era ao meio-dia.

Mas às 13h ela ainda estava na altura do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, onde nada mais andava. Ela atravessou a ponte somente uma hora e meia depois e ainda pegou novo engarrafamento, desta vez na Avenida Brasil, na altura de Deodoro, na zona norte.

"Eu só cheguei em Santa Cruz às 17h10. Estou indignada, porque um voto faz toda diferença."

"Não foi um engarrafamento normal, sabe? Não foi falta de compromisso ou atraso com os horários. Foi a tentativa de um golpe", ela conclui.

Maioria das operações aconteceram no Nordeste

A maioria das operações realizadas pela Polícia Rodoviária Federal neste domingo (30) aconteceu no Nordeste, com 272 ações ao todo (49,5%). No Norte, foram 59 (10,7%), 48 no Sudeste (8,74%), e 48 no Sul (8,74%).

Ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Silvinei Vasques, explicou que as ações foram realizadas com base no Código de Trânsito Brasileiro. Intimado, explicou que foram parados veículos com problemas para circular em segurança, como pneu careca e farol quebrado, mas que nenhum deles voltou à localidade de origem e todos seguiram ao destino final.

O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, esclareceu que as operações policiais nos estados "em nenhum caso impediram a votação". Durante coletiva de imprensa realizada na tarde de domingo, o ministro disse também que foi determinado que as polícias interrompessem as ações.