Mariana Goldfarb: 'Deixei de ser a mulher que faz tudo pelos outros'

Aos 31 anos, Mariana Goldfarb, vive uma nova fase. Casada com o ator Cauã Reymond, a apresentadora, que já sofreu com a anorexia, distúrbio alimentar resultado da preocupação exagerada com o peso corporal, buscou tratamento e foi à universidade estudar nutrição. Hoje, tenta usar a sua figura pública para falar sobre esse e outros problemas que atingem as mulheres —e têm solução.

Ela diz que, neste momento, sua palavra preferida é mudança. Espontânea e sorridente, conta a Universa que tem tirado o peso da busca pela validação alheia e quer focar no que lhe dá prazer. "Ir na cachoeira, andar descalça, transar com quem se gosta e compartilhar momentos", lista. "Bem-estar é estar confortável na minha pele. Quando eu percebi que poderia escolher, que não sou obrigada a nada, que tenho saídas, isso para mim é bem-estar".

Relacionadas

Mariana Goldfarb recorda transtorno de imagem e ataques por namoro com Cauã

Mariana Goldfarb relata assédio em provador de loja: Não sabia o que fazer

Jéssica Ellen: "Mulher preta não é forte o tempo todo e precisa ser amada"

O que coroa a transformação da Mariana é o recém-lançado podcast "C/Alma", no qual ela conversa com outras mulheres sobre assuntos relacionados ao universo feminino: padrões estéticos, feminismo, sororidade e diversidade, entre outros temas. "O projeto vem sendo construído há muito tempo durante todo esse processo de autorreflexão que tenho feito de forma intensa e consciente ao longo dos anos", afirma.

"Estou aprendendo a falar não"

O processo de transformação só foi possível porque, diz a apresentadora, começou a impor limites pensando no que é melhor para si. "Estou aprendendo a falar não, impor limites, a sair do lugar de Poliana, da mulher que faz tudo pelos outros e não faz nada por si, para quem está sempre tudo bem, que o mundo é uma maravilha."

Deixar para trás a posição que ela mesma se colocava, diz, não é fácil. "É a cobrança da perfeição, de estar sempre bem. Sair disso é libertador."

Conversar com outras mulheres é "terapia coletiva"

Mariana conta que quando parou para escutar as mulheres que admira, começou a se questionar se elas já haviam passado por situações complexas. "Me deparei com situações cabíveis dentro do meu universo também, então é um processo de cura recíproca", diz. Em um dos episódios, por exemplo, ela e a influenciadora Camila Coutinho conversam sobre terem sido vítimas de assédio sexual.

No caso de Mariana, o abuso ocorreu no provador de uma loja de roupas."Estava experimentando algumas peças, até que teve um momento que o vendedor levou umas roupas e botou a mão na minha vagina", diz, no podcast. "Achava que a culpa era minha. Aliás, é uma situação comum: a mulher é levada a se culpabilizar por questões que não são sua culpa", complementa, ainda durante a conversa com Camila.

"Não existe poder maior no mundo do que mulheres unidas por um bem maior, um propósito", diz a Universa. "Muitas vezes nem tem isso, mas só a troca de experiência e vivência já é tão forte e poderosa que consegue mudar como a gente se enxerga", afirma, reforçando o poder da ajuda mútua.

"É uma espécie de terapia coletiva, que só traz benefícios para todos os lados."

Banho de ervas, equilíbrio da saúde física e mental

Cautelosa com quem entra no seu círculo social, Mariana tem um grupo seleto de pessoas que procura sempre que preciso. "É muito difícil entrar na minha casa, parei de me expor a situações desconfortáveis, isso me trouxe autonomia e liberdade", conta.

Agora, ela escolhe com quem quer estar e inclui na rotina alguns rituais para se manter no eixo que escolheu para si. Meditação, conversas consigo e banhos de ervas estão na lista. "Cuido de mim desta forma".

Adepta de produtos naturais, usa-os também como itens de beleza "Gosto muito de babosa, planto e coloco no shampoo. Tomo aloe vera. Bebo água, durmo bem e tomo minhas algas, que faz bem para tudo", afirma, ao detalhar seus hábitos.

Cheiro de alecrim também entra na lista. "Traz paz interior." Para um corpo são e uma mente sã, também não abre mão de agradecer, diariamente, pela vida.