Jogadora do Corinthians é premiada por luta pela igualdade de gênero
Jogadora do Corinthians, Grazielle Pinheiro, 41 anos, mais conhecida como Grazi, é a primeira mulher a levar o troféu "Reflexões" do prêmio Bola de Prata, da ESPN. A categoria, que tem como foco trabalhos de cunho social, reconheceu, nesta segunda-feira (14), a atuação da atleta pela inclusão das mulheres no futebol.
Para Universa, Grazi destacou que o crescimento do futebol feminino "é algo que não tem volta" e que a tendência é de evolução. "Reconhecer essa luta é um passo gigantesco que a gente deu dentro da modalidade. E, hoje, demos mais um passo por esse prêmio ter sido entregue a mim, uma mulher negra."
A jogadora ainda relembrou o episódio em que sua companheira de time, Adriana, foi alvo de ofensas racistas por parte de uma atleta do Nacional, time do Uruguai, durante uma disputa pela Copa Libertadores de 2021. Na ocasião, ao marcar um gol, a vencedora do "Reflexões" comemorou com o punho cerrado para cima, em protesto contra o racismo.
Grazi destacou a demora por parte da Conmebol em se posicionar a respeito do caso. "Ninguém ainda fez nada. A gente viu o mesmo acontecer na Libertadores masculina e rapidamente ter uma resposta, e no feminino a gente ainda não tem", afirmou.
Ela, que é a jogadora a colecionar mais vitórias na história do Corinthians no futebol feminino, lembra os desafios que enfrentou para se manter no esporte e destaca o apoio da família como fundamental para o seu crescimento profissional.
"Eu comecei a jogar em Brasília, na rua com os meninos, e sofria muito preconceito. As pessoas me chamavam de várias coisas. É algo muito marcante ver toda essa evolução dentro da modalidade, estou muito feliz por viver isso dentro do campo. Muitas meninas da minha geração já pararam e não tiveram essa oportunidade", afirma a atleta.
Para as jovens que sonham em trilhar uma carreira no esporte, o conselho de Grazi é para que não desistam. "As categorias de base estão aí para que as meninas possam realmente ter oportunidades melhores do que nós tivemos no passado. Os obstáculos vão aparecer, o futebol feminino não está como a gente gostaria que estivesse, mas está em uma evolução boa."
A jogadora chegou a anunciar que se aposentaria ainda neste ano, mas decidiu esticar a atuação dentro de campo até 2023, com a intenção de "pegar mais um momento legal com o Corinthians e acompanhar essa evolução de perto".
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