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Traição dá sinais? Os especialistas garantem que sim. Descubra quais

Segundo especialistas, esconder o celular é um dos sinais clássicos de traição - grinvalds/Getty Images/iStockphoto
Segundo especialistas, esconder o celular é um dos sinais clássicos de traição Imagem: grinvalds/Getty Images/iStockphoto

Glau Gasparetto e Thaís Lopes Aidar

Colaboração para Universa, em São Paulo

14/11/2022 04h00

Traição costuma ser um dos grandes problemas conjugais, sobretudo nas relações mais longas e comprometidas. Mas será que, mesmo feita às escondidas, a traição não deixa mesmo alguns rastros? Segundo especialistas em relacionamento, a infidelidade costuma, sim, deixar alguns sinais, principalmente comportamentais.

Esconder o celular - ou entrar em desespero quando o par chega perto do aparelho -, não postar fotos com o cônjuge nas redes sociais, ficar acordado até de madrugada, não tratar o outro com carinho e mudar comportamentos até então habituais são alguns dos indicadores de adultério, de acordo com a terapeuta de casal Mônica Fernandes.

Ela explica que, apesar de haver a possibilidade de esses indícios serem apenas coincidência, costumam ser vistos como sinais universais quando o assunto é traição - ou seja, podem denunciar uma infidelidade na relação conjugal.

Para o psicólogo Alexander Bez, especialista em relacionamentos, as mudanças de conduta são evidentes. Entre elas, o profissional chama a atenção para o fato de se vestir melhor, buscar novos acessórios (incluindo perfumes), ir à academia quando não havia costume, buscar um novo assunto pelo qual não se interessava, estar mais distante e distraído, além de chegar mais tarde em casa.

Segundo Alexander, os motivos para trair são inúmeros, mas convergem a um ponto específico: o insucesso matrimonial. Afinal, se há um relacionamento amoroso e passional, não restam motivações para a infidelidade.

"Basicamente, a traição ocorre pela falta de atração pelo par. Pode, ainda, estar envolvida uma falta de caráter associada a um prazer perverso-sádico de trair", argumenta o especialista.

Para a sexóloga Júlia Franco, especialista em empoderamento feminino, a principal razão que leva suas clientes a traírem é a busca por algo que querem experimentar e não encontram dentro do casamento. Outro motivo é a falta de tesão no parceiro.

"Muitas buscam em outros corpos o prazer que desejam experimentar, porém, não querem desfazer casamentos e relacionamentos. Acabam optando pela traição", conta.

Conversar é passo importante

A terapeuta de casal Mônica Fernandes observa que, ao se desconfiar de uma possível traição, o primeiro passo é ter um papo sério com o par, o que tende a ser um momento decisivo para o futuro do relacionamento.

"Essa conversa poderá ser o ponto de início de cura para uma relação desgastada e frágil. E caso se trate, de fato, de uma traição, o diálogo poderá ser o ponto de início de uma restauração", considera.

Se a infidelidade for confessada, confirmada ou descoberta, o ideal é pôr a mente nos eixos antes de tomar qualquer atitude. De cabeça fria, Alexander Bez diz ser a hora do bom e velho diálogo, sem agressões mútuas e com a consciência de que há um assunto extenso e com muitas variáveis a ser conversado.

"Expor os porquês pode auxiliar até mesmo para se ter um término mais ameno. Toda relação deve ser nutrida, caso contrário não há sobrevivência íntima. Assim, ao avaliar as causas, é necessário entender também que, em relações saudáveis, não há traição", afirma o psicólogo.

Autoestima ferida

A sexóloga Júlia Franco garante que não existe fórmula mágica quando o assunto envolve emoções - logo, cada um deve reagir à própria maneira se for traído. Entretanto, observa-se que a autoestima pode ser gravemente ferida, afinal, a pessoa desenvolve o sentimento de não ser boa para o par.

"O grande problema é que muitas mulheres se sentem insuficientes e a autoestima pode ficar abalada. Sugiro um processo de reconexão, que vai trazer mais autoconfiança e autoprazer", ressalta.

Em sua opinião, ajudar a mulher a compreender como ela se sente em relação a si mesma e ensiná-la como explorar o próprio corpo para entender o seu prazer individual traz à tona o empoderamento.

"Mas, após trair ou ser traído, só o apoio psicológico consegue dar conta para ajudar a organizar os turbilhões de sentimentos e a tomar um rumo dentro das escolhas feitas", admite a especialista.

Segunda chance, às vezes, existe

Por mais que exista a intenção de retomar a relação antes das traições, nem sempre isso é possível. Um dos grandes problemas, na opinião do psicólogo Alexander, é a recém-adquirida falta de confiança, quer dizer, a dificuldade de restabelecer a convicção no outro, em acreditar nele após o adultério.

Se a vontade de superar for maior do que tudo, a terapeuta Mônica indica que ambos assumam a responsabilidade - já que "a traição é o ponto máximo de um relacionamento que já vinha doente, desgastado e perdido" - e, a partir desse reconhecimento, comecem um processo de restauração do relacionamento.

"O caminho será baseado em reestruturação dos símbolos, ajuste de diálogo, recuperação da intimidade, estabelecimento da rotina e da vida espiritual do casal e, por fim, o ato de reparação. Não existe mágica, mas é possível", afirma.