No Egito para a COP27, vereadora do Rio relata assédio: 'Puxada pelo braço'

A arquiteta Tainá de Paula, vereadora do Rio de Janeiro pelo PT, relatou um episódio de violência de gênero vivido no Egito. Ela estava no país na última semana para participar da COP27, conferência sobre mudanças climáticas da ONU (Organizações das Nações Unidas) que ocorre na cidade de Sharm el-Sheikh, quando sofreu assédio de um comerciante local na sexta-feira (18).

Tainá relatou a Universa que foi sozinha para uma área comercial da cidade que fica na região litorânea do Egito. "Na loja um sujeito começou a cobrar alto por um produto que eu queria e comecei a revidar. Nisso, ele tentou passar a mão em mim — obviamente tentei impedi-lo e ele puxou o meu braço com tanta força que deixou uma marca", contou.

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A vereadora afirmou ainda que não recebeu auxílio das autoridades locais. "Eu saí da loja, tentei buscar ajuda de um policial local e ele riu da minha cara, fez piada. Consegui entrar num táxi graças a Deus estou bem. Mas estou irritada e doida para chegar no Brasil para falar mais sobre tudo que se passa no Egito."

Tainá relaciona o episódio à situação política do Egito — governado há oito anos pelo regime militar de Abdul Fatah Khalil Al-Sisi. O presidente egípcio é criticado por movimentos feministas por políticas que retiram direitos das mulheres e por políticas autoritárias, como proibição a protestos e cerceamento da liberdade de imprensa.

"Acho que a gente faz uma baixíssima reflexão e principalmente as entidades internacionais, como a própria ONU, que promove reuniões multilaterais, faz uma discussão entre povos, entre nações dentro de uma nação extremamente ditatorial que promove e banaliza violência de gênero e situações como essa", afirma.

"Me sinto agredida como ativista climática, como feminista, como mãe. Me solidarizo com as mulheres egípcias e convoco as organizações internacionais a se mobilizarem com o que está acontecendo", escreveu, no post que fez sobre o ocorrido em seu perfil no Twitter.

A vereadora que no momento está em Dubai, em escala do voo para Brasil. Tainá afirmou que, quando chegar ao país, vai "conversar com a embaixada para estudar desdobramentos e fazer denúncias formais" sobre o episódio.