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Conversa de Portão #71: O tratamento da bipolaridade em mulheres

De Universa, em São Paulo

04/12/2022 04h00

Um levantamento feito em setembro de 2021 pela SulAmerica em parceria com o Instituto FSB aponta que a saúde mental é um problema que está no nosso radar no Brasil, mas apenas 10% das mais de mil pessoas ouvidas na pesquisa disseram que recorrem à terapia. No nosso país, ainda é um problema acessar a terapia ou por dificuldade ou por rejeição.

A consulta psiquiátrica é muito importante para diagnosticar, por exemplo, o Transtorno Afetivo Bipolar (TAB), que em uma de suas vertentes atinge mais as mulheres. Neste episódio de Conversa de Portão, a psiquiatra Rosilda Antônio, integrante da Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de transtornos afetivos, fala sobre o impacto da bipolaridade na vida das mulheres e da importância de dar o primeiro passo em direção ao tratamento.

O Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) é uma doença que se manifesta com descontrole emocional em que a pessoa tem oscilações de humor, mas não só. "Ela fica com alteração do pensamento, pensa rápido demais, fica com alteração da psicomotricidade, com inquietação que dependendo do grau vai se manifestar de forma mais ou menos intensa", explica a psiquiatra a partir de 03:03 do arquivo acima.

O diagnóstico, segundo ela, é um desafio e não acontece em uma consulta só. "É um momento muito delicado porque as pessoas já chegam imersas em um preconceito social. Quando ela recebe o diagnóstico a tendência é negar, a pessoa vive um luto porque muda a concepção que ela tinha sobre ela mesma (a partir de 06:12 do arquivo acima).

As oscilações hormonais que as mulheres têm todos os meses podem mascarar um diagnóstico de TAB e é muito frequente que elas apresentem esse trantorno associado à chamada TPM. "A TPM, na verdade, é o chamado TDPM (transtorno disfórico pré-menstrual) e é comum mulheres apresentares os dois transtornos" (a partir de 10:01 do arquivo acima).

Nos tratamentos dos transtornos mentais, no geral, a medicação corrige e previne crises futuras, explica Rosilda Antônio. "Mas só a medicação não basta, porque existem fatores de riscos que estão além, como estresse, problemas de relacionamento, dificuldades para lidar com situações de conflito, falta de suporte social, de rotina de vida". Problemas que mais frequentemente estão associados às múltiplas jornadas da mulher (a partir de 8:34 do arquivo acima).

O Conversa de Portão é um podcast produzido pelo Nós, Mulheres da Periferia em parceria com UOL Plural, um projeto colaborativo do UOL com coletivos e veículos independentes. Novos episódios são publicados toda terça-feira.

Os podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts e em todas as plataformas de distribuição. Você pode ouvir Conversa de Portão, por exemplo, no Youtube, no Spotify e no Google Podcasts.