Atriz vítima de Weinstein vive caso em filme: 'Não sabia dimensão do abuso'
Este texto contém spoilers
Em um quarto de hotel, uma jovem atriz é convidada para uma reunião de negócios. Na sequência, ouve-se a voz de um homem pedindo uma massagem. O mesmo homem tira sua roupa e se masturba enquanto a única mulher presente começa a chorar e se tranca no banheiro até conseguir fugir, correndo. O homem em questão é o ex-produtor de Hollywood Harvey Weinstein, 70, que atualmente que cumpre pena de 23 anos por múltiplas agressões sexuais. Ele está preso desde maio de 2018.
Estreia hoje nos cinemas o filme "Ela Disse", que relata o trabalho de reportagem que trouxe à tona os assédios sexuais e abusos de poder cometidos por Weinstein, ex-produtor cinematográfico até então respeitado e premiado. Um caso que ajudou a divulgar o movimento #MeToo (fundado 11 anos antes por Tarana Burke) e que mudou para sempre o jeito que uma geração de mulheres passou a se comportar sobre o tema. O filme é baseado no bestseller do The New York Times "Ela Disse: Os Bastidores da Reportagem que Impulsionou o #MeToo".
"Ele era intimidador, vivia me fazendo ameaças. Eu não escutava o que ele tinha para dizer e me impunha. Ele ameaçou destruir a minha carreira. E também usava as pessoas ao seu redor para fazer isso. Ele tinha um time de bullies com ele, que também foram denunciados, que é algo que não podemos esquecer", disse com exclusividade a Universa a atriz Patricia Clarkson, que interpreta a redatora-chefe do jornal americano e, numa triste coincidência, sentiu na pele os maus-tratos de Harvey. Ela não sofreu abusos sexuais mas relata que foi vítima de assédio moral por parte de Weinstein e seu time. 'Não sabia dimensão do abuso', fala, sobre os outros casos.
Mesmo sabendo do poder que Harvey já teve na indústria cinematográfica, Patrícia afirma nunca ter sentido receio de dar vida a uma personagem que ajudou a denunciá-lo. "Nós estamos sentados aqui enquanto ele está na prisão e nunca mais verá a luz do dia."
A reportagem original foi publicada em 2017 pelas jornalistas Jodi Kantor e Megan Twohey, mas a história no filme começa muito antes disso, em 1992, quando a atriz Laura Madden (vivida por Jennifer Ehle), a primeira sobrevivente, dá seu depoimento —uma discussão atual diz que "vítima" imprime um sentido de situação sem solução e "sobrevivente" traz a ideia de sair do ciclo de violência.
"Acho que uma das coisas maravilhosas sobre o nosso filme é que as sobreviventes são o centro das histórias, já que sem elas não teria nenhuma investigação e nem a história. E acho que uma das coisas que torna nosso filme poderoso", disse Jennifer Ehle, também com exclusividade a Universa.
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