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GO: Homem confessa agressão à namorada; ela se diz vítima por beber cerveja

Isabella, 20, contou à polícia que foi agredida pelo namorado após ser vista por ele tomando cerveja em Goiânia - Isabella Lacerda/Reprodução
Isabella, 20, contou à polícia que foi agredida pelo namorado após ser vista por ele tomando cerveja em Goiânia Imagem: Isabella Lacerda/Reprodução

Do UOL, em São Paulo

16/12/2022 14h11Atualizada em 16/12/2022 14h11

Suspeito de agredir e ameaçar a namorada com uma arma após ela tomar uma cerveja sem permissão em Goiânia, o empresário Thiago Brandão, 40, confirmou em depoimento à Polícia Civil que agrediu a estudante Isabella Lacerda, 20.

O caso foi registrado na sexta-feira (9) e a informação sobre o depoimento do empresário foi confirmada hoje ao UOL pela Polícia Civil de Goiás. Thiago está preso preventivamente.

"Ele fala que a teria empurrado, com o braço, teria afastado e que eles teriam entrado em luta corporal dentro do veículo", afirmou a delegada responsável pelo caso, Tereza Daniela Nunes, em entrevista ao UOL.

Segundo a delegada, Thiago confirmou que foi até a casa da vítima e que a discussão entre eles ocorreu dentro do carro dele.

No boletim de ocorrência, Isabella informou que assistia ao jogo do Brasil com familiares e que bebia uma cerveja quando fez uma ligação de vídeo acidental para o namorado, com quem mantinha uma relação havia 11 meses.

Ao ver que a jovem consumia a bebida alcoólica, o suspeito teria se irritado. Segundo a vítima, ela tentou falar com o suspeito outras vezes para explicar o ocorrido, mas que Thiago "não quis entender".

À polícia, Thiago disse que o casal tinha um combinado de não usar bebidas alcoólicas. A motivação desse acordo não foi detalhada. A defesa do homem nega que a bebida alcoólica tenha motivado a briga.

Vítima expôs ocorrido nas redes sociais

A história da agressão sofrida por Isabella ganhou visibilidade após uma publicação da vítima nas redes sociais. Ela contou que, após ser raptada pelo namorado, enviou a localização em tempo real dela para a mãe, que conseguiu encontrá-la e retirá-la do veículo após mais de uma hora.

"Eu não fui morta porque minha mãe me salvou. A minha mãe me salvou desse monstro, dessa pessoa que dizia que me amava, que dizia cuidar de mim, dessa pessoa que foi capaz de me torturar durante uma hora com uma arma de fogo, dentro de um carro, me espancando e me batendo", disse.

O UOL não veicula imagens de violência contra a mulher para evitar revitimização e prejuízo à imagem da vítima.

À Polícia Civil, a jovem informou que Thiago é atirador esportivo, anda com arma de fogo frequentemente e comercializa munições.

Ela disse ainda que o homem chegou a disparar a arma de fogo três vezes para cima e agrediu um transeunte que tentou ajudá-la na ocasião. A defesa de Thiago nega o uso da arma na ocasião.

Em publicação nas redes sociais, além de mostrar fotos das lesões e narrar a sequência de agressões, ela contou que se sentia ameaçada. "Minha família inteira corre perigo, nós estamos correndo perigo, eu estou correndo perigo de vida", disse ela.

Em nota, a defesa de Thiago afirmou que "houve agressões mútuas entre o casal, por motivo de discussão passional". Os advogados Carlos Henrique Galvão e Marcos Vinicius Galvão Pereira afirmam ainda que o crime apurado é o de lesão corporal leve, sem mais tipificações. "A defesa está trabalhando no caso para elucidar melhor a questão e garantir a verdade real dos fatos na instrução criminal".

Em caso de violência, denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.