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Sexo tântrico: experiência 'potente' de Sheila Mello foca o toque; aprenda

Sexo tântrico não é só uma prática; para especialistas, envolve um modo de vida - Delmaine Donson/Getty Images
Sexo tântrico não é só uma prática; para especialistas, envolve um modo de vida Imagem: Delmaine Donson/Getty Images

Colaboração para Universa

24/02/2023 14h00

A atriz e dançarina Sheila Mello, de 44 anos, revelou ter vivido uma experiência "potente" com sexo tântrico em entrevista ao Gshow. "Sim, eu fiz essa experiência e é uma experiência muito potente. Infelizmente, é um tabu, as pessoas não conhecem os seus corpos, elas acabam delegando o seu prazer para outras pessoas e é uma pena."

Faz sentido ter experiência, a gente abrir a mente. É um terreno maravilhoso, o nosso próprio corpo, e acho que a gente não pode delegar o nosso próprio prazer ao outro. Primeiro você tem que se conhecer para depois entregar o seu prazer para outra pessoa.
Sheila
Mello

A experiência de Sheila, que migrou para área de terapia corporal e bioenergética, aconteceu durante um retiro tântrico em janeiro deste ano.

Descubra os principais fundamentos da modalidade para proporcionar momentos de prazer ao lado do seu parceiro ou parceira.

O que é o sexo tântrico?

Técnica criada pelos drádivas, povo originário da região norte da Índia, o sexo tântrico busca alcançar o prazer e orgasmos múltiplos en uma relação sexual duradoura, sem pressa.

A troca de toques deve ser intensa, pois as carícias são importantes para chegar ao ápice do prazer.

Essas práticas não visam somente a satisfação do corpo, mas melhorias no estilo de vida como um todo.

De acordo com especialistas, para a técnica funcionar é necessário seguir fundamentos essenciais:

  • Dedique tempo à experiência

Os dois devem estar bem-dispostos e descansados, pois o sexo tântrico não combina com pressa, preguiça ou cansaço. Assim, se jogue na vivência no horário em que você e o par estiverem com pique para enfrentar a jornada, fechadinhos no quarto e com os celulares desligados.

  • Capriche no ambiente

O quarto ou a sala precisam ser preparados com carinho e cuidado, livres de poeira, bagunça e desorganização. Se a relação rolar na cama, escolha lençóis macios ao toque. Na sala, espalhe almofadas ou travesseiros pelo local. Plantas, flores frescas e incensos têm o poder de elevar a vibração energética do lugar, assim como uma música bem suave. A iluminação deve ser suave ou à luz de velas.

  • Esvazie a mente

Não é hora de pensar em boletos, trabalho ou qualquer outro tipo de preocupação —a dica vale, inclusive, para suas expectativas em relação ao próprio tantra. Para algumas pessoas o ritmo mais lento do sexo tântrico pode ser mesmo um desafio à concentração total no momento, mas é preciso manter o foco para que a experiência seja a mais plena e verdadeira possível.

  • Explore primeiro o próprio corpo

Antes de focar nas reações do outro, comece prestando atenção na sua respiração para ir relaxando aos poucos. Em seguida passe as mãos pelos cabelos e vá percorrendo com os dedos o seu rosto, os lábios, as orelhas. Depois parta para o pescoço, os braços, seios, barriga, nádegas, púbis.

Repita os toques no corpo do/a parceiro/a. Importante: nesse momento, ninguém deve se preocupar com a exploração dos genitais.

  • Troquem olhares

A troca de olhares é um dos pilares da prática e serve tanto para fortalecer o vínculo como para compartilhar as percepções da experiência num nível mais profundo. É claro que, em um primeiro momento, pode surgir um certo desconforto.

Provavelmente vocês até cairão na risada, mas tentem persistir e sustentar o olhar por cinco minutos, depois dez e até quinze. Durante a observação, tente expressar tudo o que sente na relação.

  • Beije suavemente

O beijo deve ser delicado: primeiro os superiores, depois os inferiores. As sucções devem ser suaves e, quando a língua entrar em ação, deve se movimentar vagarosamente.

  • Massagem para despertar os sentidos

Outra técnica significativa é a Sensitive, também conhecida como massagem tântrica. Sua função é trabalhar o sentido do tato. O casal, simultaneamente, deve passar as pontas dos dedos devagarinho pelo corpo do outro. A proposta é percorrer cada zona erógena sem pressa e sentir regiões que costumam ser negligenciadas durante as preliminares.

  • Respiração conectada

É mais uma forma de promover a ligação do ar. O ponto de partida é o abraço tântrico, posição também chamada de Yab Yum.

Um se senta com as pernas cruzadas e o/a outro/a se posiciona no colo, envolvendo o quadril com as pernas.

É importante que passar algum tempo assim posição sem que haja penetração.

O ar expirado de um lado é inspirado pelo outro e vice-versa, formando uma respiração circular.

Um deve se movimentar para frente e para trás, em círculos. Os batimentos cardíacos também se regulam.

Segundo os preceitos do tantra, a Yab Yum trabalha as polaridades feminina e masculina, aumentando o vínculo de um casal.

Essa etapa da respiração conjunta deve durar uns 15 minutos.

  • Não tenha pressa de gozar

A sessão de preliminares e carícias deve ser um tanto demorada, pois o caminho do tantra —aproveitar a viagem— já é a própria missão.

A ideia é que o casal explore cada pedacinho dos corpos o máximo possível, observando as respostas sexuais a cada toque e movimento. Isso vai permitir, nas próximas relações, que cada um identifique melhor o que estimula e desperta o desejo do outro, aumentando a sintonia.

  • Deixe a penetração para o final --se for acontecer

Ela não é a meta, mas uma consequência. E por isso deve ser adiar o máximo de tempo possível. Quando acontecer, os movimentos precisam seguir um ritmo gradual para que a excitação caminhe numa marcha crescente - e o orgasmo, para os dois, seja vigoroso.

*Fontes: Deeva Geeta, terapeuta tântrica, de São Paulo; Juliana Bonetti Simão, psicóloga especializada em sexualidade, de São Paulo; Tiago Brumatti, terapeuta tântrico e coordenador do Paraíso Tantra