Karol Conká diz que a sociedade não gosta de mulheres espontâneas

Em participação no Desculpa Alguma Coisa, videocast de Tati Bernardi em Universa, Karol Conká analisou o cancelamento que algumas mulheres costumam sofrer na internet.

"A espontaneidade é um look que a sociedade não gosta de ver as mulheres usando. Prefiro viver o prazer de poder ser quem eu sou do que o desprazer de ficar dentro de uma coisa que não sou, porque isso traz doença", disse.

Ela revelou que começou a responder a ataques aos 14 anos, na escola. "Depois nunca mais. Quando me sinto coagida, vou atacar. Eu usava a língua de chicote, entrava na mente deles e eles viam que eram menores do que eu na argumentação."

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Sobre o BBB 21, disse não ter problema com "quase ninguém" da sua edição. "Inclusive eu e o Lucas temos uma boa relação", acrescentou, referindo-se ao participante Lucas Koka Penteado, com quem brigou no programa.

Como controlar a raiva?

Karol contou ainda como lida com os acessos de raiva. Ela contou que já deu chute na porta do guarda-roupa e bateu garrafa pet na quina da parede para "extravasar"."Se não posso falar, tenho que fazer alguma coisa", finalizou.

"Humildade não é por roupa branca e aparecer no stories com 'quem me conhece sabe'"

Casamento? Tô fora

Karol contou não ter qualquer planos ou desejos relacionados a casamento.

"Nunca vou casar. Nunca me imaginei vestida de branco. Não consigo me ver nessa situação. Tudo me irrita nesse padrão de casamento. Já morei com namorado, por isso sei que não quero", disse.

"Eu enjoo fácil se não tiver criatividade", completou.

A rapper, contudo, contou que já sofreu por amor. "Quando tinha 17 anos. Mas se você sofre por amor, não é amor", disse.

Karol ainda afirmou que já foi muito ciumenta. Hoje, porém, não entende a lógica de pessoas acharam que são proprietárias das outras.

A conversa também passou pelo assunto autoestima. "Me amo. Me acho linda. Não sempre, mas acho importante reconhecer nossas qualidades", brincou.

Ela contou ainda que já tentou ter um relacionamento aberto. "Não funcionou, sempre fui monogâmica." Agora, porém, nem namorar não quer mais. "Gosto de ficar conversando, se encontrando de vez em quando. Por que começa uma cafonice, os caras começam a inventar que são perfeitos e irrita", acrescentou.

"Queria dar um fim na dor"

Na conversa, Karol revelou que chegou a planejar tirar sua vida após o cancelamento que sofreu pela sua participação no BBB 21. A rapper foi eliminada com 99,17%, a maior porcentagem da história do programa.

"Foi graças a Deus que eu não desisti da vida em 2021", disse. "Pensei em suicídio, planejei. Cheguei nesse nível. Dizia que ia fazer de um jeito que não daria trabalho para ninguém".

"A pessoa com o pensamento suicida está com o ego infectado. É tipo 'minha vontade prevalece e vou embora'", contou.

Eu queria dar um fim na dor e, ao mesmo tempo, deixar uma mensagem para as pessoas. Karol Conká

Karol contou como desistiu da ideia. "Pensei: 'Se me chamaram de macaca, vão soltar fogos'. Então vão ter que me engolir".

Ela procurou um psiquiatra para iniciar um tratamento. "Precisei dele para dizer que não sou psicopata, e ainda duvidei", contou.

Karol contou ainda que precisou ter muita humildade para entender a situação e que teve que ficar dois meses fora das redes sociais, pelo bem de sua saúde mental.

A cantora ainda relembrou sua participação no reality. "Fiquei extremamente irritada na casa. Mas a maneira que a edição foi conduzida, não só no programa, mas na internet [ajudou no cancelamento]. As edições da internet são as piores, porque não tem o que fazer", disse.

As pessoas [do BBB] ainda ficam desenterrado a minha imagem. Eles entraram pensando em não ser a nova Karol e acaba saindo de lá cometendo atitudes até piores do que as minhas, mas não são julgados da mesma forma porque a pele é branca. Karol Conká

"Acredito em Deus. Acredito que precisa ter uma força de sabedoria maior. Tem alguma coisa acima da nossa sabedoria", encerrou.

Procure ajuda

Caso você tenha pensamentos suicidas, procure ajuda especializada como o CVV (Centro de Valorização da Vida) e os Caps (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade. O CVV funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188 e por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil.

"Tenho afinidade com a tristeza"

Karol Conká falou sobre lidar com a depressão como uma constante em sua vida.

A cantora disse que sempre teve "afinidade com a tristeza". "Tenho o outro lado e sou intensa. Mas no domingo tive uma minidepressão. Todo mês tenho um pico de desânimo".

Karol comentou que a falta de trabalho, muitas vezes, tem influência em seu estado. "Quando estou sem trabalhar me sinto inútil, sinto que a vida não faz sentido, perco até a libido", contou.

Cantora falou sobre pai alcoólatra e bipolar. "Aprendi a esconder minhas emoções cinzas com a minha mãe porque ela chorava no banheiro. Ela fazia parecer que tudo estava bem, mostrava que tinha situações muito piores que aquela. Então, na época do reality, eu pensava que precisava enxergar o lado bom daquilo tudo", lembrou, citando sua participação no BBB.

Karol lembrou que teve sua primeira depressão aos 14 anos. Na época, tinha acabado de perder o pai. "Mas tem aquela coisa. Para a periferia, depressão é uma coisa meio distante. O pobre não tem tempo, porque alguém tem que fazer algo para que aquela casa ande para frente."

Ela disse que nunca havia usado remédio, embora quisesse e achasse que era a solução. "A única vez que precisei tomar medicamento foi quando saí do BBB, por quatro meses. Tomei antidepressivo. Não me sentia tão pesada".

Karol tem aversão ao rótulo de vítima. "Não suporto me vitimizar. Se passei pelo que eu passei em 2021, foram escolhas que eu fiz, temperamentos que não dosei e consegui analisar todo o contexto nacional, ver que o país inteiro, que dizia para eu me tratar, também precisava de tratamento."

"Quando a depressão está vindo, já começo a falar que não me pertence, analisar de onde está vindo", acrescentou.

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