A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro assumiu hoje (21) a presidência do PL Mulher em evento realizado em Brasília e, durante o programa Sem Filtro, a jornalista Cris Fibe relembrou polêmicas e investigações envolvendo Michelle e afirmou que "as denúncias não colam nela".
Atualmente a ex-primeira-dama é alvo de investigação por um presente de conjunto de jóias avaliado em R$ 16 milhões que teria recebido da Arábia Saudita e Jair Bolsonaro (PL) tentou manter de forma ilegal no Brasil. Além disso, Fibe também relembrou o caso dos cheques no valor de R$ 89 mil que foram depositados por Fabrício Queiroz na conta de Michelle.
Michelle diz que não sabia de nada, e ela vai ser devidamente investigada por isso. Também nunca respondeu sobre os cheques que o Queiroz depositou, de R$ 89 mil, na conta dela. Essa investigação já foi encerrada, e ela nunca se pronunciou sobre isso. Parece que as denúncias não colam nela. Cris Fibe
Diante do fato de as denúncias não colarem, e também pelo fato de Michelle ser vista pelo PL como uma importante liderança para o eleitorado feminino, Fibe afirmou que a ex-primeira-dama vai ganhando cada vez mais protagonismo dentro do partido de olho nas próximas eleições. Esse cenário, inclusive, pode ganhar mais força a depender do que acontecerá com o ex-presidente Bolsonaro.
"Acho que o PL está investindo em uma potencial candidata para 2026 a depender do que acontecer com Jair Bolsonaro. Ele [Bolsonaro] gostaria de voltar ao Brasil antes de a Michelle começar a viajar em turnê pelo Brasil, mas vai depender também se ele vai voltar nesse próximo ano e vai depender das investigações", finalizou.
Homens como protagonistas em evento feminino
Apesar de o evento ter sido promovido com foco no núcleo feminino do PL, o protagonismo acabou sendo masculino. Como um reflexo da baixa representação feminina na política, os quatro primeiros discursos do dia foram feitos por homens. Valdemar Costa Neto, Jorginho Mello, governador de Santa Catarina, Eduardo Bolsonaro e o ex-presidente Jair Bolsonaro abriram os discursos antes que Soraya Santos pudesse pegar o microfone.
A ex-presidente do PL Mulher, inclusive, fez uma brincadeira ao dizer que não iria entregar o microfone pois os homens já haviam falado bastante e aquele era o momento de as mulheres terem suas vozes escutadas.
Michelle e Soraya tentaram exaltar a força das mulheres e destacar o protagonismo feminino, mas houve espaço até para um momento polêmico envolvendo o deputado federal Nikolas Ferreira, que foi acusado de transfobia no dia 8 de março por sua fala no Congresso após vestir uma peruca e se apresentar como "Nikole".
Em dado momento, Valdemar da Costa Neto chamou o deputado ao palco e afirmou que Nikolas iria explicar para as pessoas presentes o que era ser mulher. Após o episódio, a plateia, predominantemente feminina, caiu nas risadas.
Evento sem diversidade
Apesar de o público presente no evento ser majoritariamente feminino, no palco a realidade foi um pouco diferente. A maioria das falas foram feitas por homens que compõem o núcleo forte do PL e, em questão de raça, o público era quase que 100% composto por pessoas brancas.
As únicas exceções que levaram um mínimo de diversidade ao evento foram as deputadas indígena Silvia Waiãpi, Mariléia de Paula, que é uma mulher negra, e a deputada Amália Barros, que representou pessoas PCD.
Discursos contra aborto legal ganharam força
A jornalista Carla Bridi acompanhou o evento que nomeou Michelle Bolsonaro para a presidência do PL Mulher e destacou que o tema direito à vida —movimento de pessoas que querem acabar com o direito, mesmo legal, ao aborto— foi bastante defendido durante a cerimônia. Além de um painel sobre o tema, o senador Magno Malta (PL-ES) também fez um discurso sobre o assunto.
Essa pauta foi defendida por lideranças do PL no início do evento, e Malta citou o aborto pejorativamente. Uma palestrante também chegou a dizer que o Congresso dos próximos quatro anos seria uma ameaça e que existe uma tendência que sejam aprovados avanços em relação aos direitos abortivos das mulheres. Carla Bridi
Bridi, entretanto, ponderou durante sua participação no Sem Filtro que mesmo políticos considerados progressistas evitam entrar no tema do aborto para desagradar parte do eleitorado e, por isso, a tendência é que a atual legislação não seja alterada "nem para mais e nem para menos".
Ainda durante o evento, chamou a atenção o fato de um painel de violência contra a mulher ter sido cancelado. De acordo com a organização, o cancelamento se deu pela falta de tempo.
Assista ao Sem Filtro
Quando: às terças e sextas-feiras, às 14h.
Onde assistir: no YouTube de Universa, no Facebook de Universa e no Canal UOL.
Veja a íntegra do programa:
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