Livia La Gatto sobre cuidar da mãe desde os 15 anos: 'Inversão de papéis'
Convidada do "Desculpa Alguma Coisa", videocast de Tati Bernardi para Universa, Livia La Gatto contou cuidar da mãe, que tem uma doença degenerativa, desde os 15 anos e exaltou o tratamento com canabidiol, medicamento derivado da cannabis, a planta da maconha.
"Sou uma defensora do canabidiol, é sensacional", diz Livia. "Minha mãe não sente metade do corpo, mas com exercício vai voltando. O canabidiol foi indicado por uma neurologista e ela melhorou a capacidade de movimento, o humor, a presença. Deu para tirar medicamentos que dopam muito."
Os cuidados com a mãe começaram aos 15 anos. "Teve essa inversão dos papéis", diz.
Há dois anos, quando a doença se agravou, ela se mudou para perto dos pais. "Minha mãe é uma energia, uma vontade de ver as coisas, de viver. Ela mora com meu pai, que é o principal cuidador. Hoje, é acamada."
"Me mandaram embora da delegacia"
Livia narrou o momento em que foi à delegacia denunciar a ameaça que recebeu do coach Thiago Schutz, conhecido como coach do Campari. Após publicar um vídeo no no Instagram em 13 de fevereiro, Livia recebeu uma mensagem de Schutz exigindo que o vídeo fosse tirado do ar e dizendo que, se não o excluísse, seria "processo ou bala".
"Fui na delegacia e me mandaram embora", diz Livia. "Olharam bem para mim, viram que eu não tinha nenhum hematoma. Perguntaram se era meu marido, se era família. Eu disse que não, que era alguém da internet que me ameaçou de morte", diz, sobre a primeira tentativa de denunciá-lo.
"Além do medo, me deu crise de pânico. Aí ganhou proporção, e as coisas chegaram de um formato mulher privilegiada branca na internet. Uma mulher ganha medida protetiva em um ano, quatro anos. Comigo foi em uma semana."
A saída foi registrar um boletim de ocorrência online. "E aí o delegado de outra delegacia me ligou, conheci uma delegada maravilhosa. Eles falaram que iriam me ouvir. Mas assim, não é para todo mundo [que transcorre dessa maneira]. Tem que haver advogados e delegados com boas intenções."
Livia ainda deu orientações de como uma mulher pode proceder caso seja ameaçada. "Não fica fritando naquilo sozinha, entenda que muitas mulheres querem te ajudar. Fale sobre isso entre sua rede de apoio e printe as mensagens. Tem que printar", reforça. A atriz também se dispõem a ajudar: "Se você foi ameaçada, manda mensagem para mim que tenho contatos".
Perseguição de seguidores de coach após denúncia: "Doentio"
Livia contou o que mais a deixou com medo após ser ameaçada por Thiago Schutz.
"Ele levantou um exército. É uma sensação de voltar à 5ª série, porque eles falam: 'você mexeu com meu amigo'. Mandam emoji, o red pill com o sanguinho e o Campari, pra mostrar que são do movimento", disse. "Ao mesmo tempo que é infantil, é perigoso. O que mais pegou foi esse exército vir me ameaçar."
Livia explicou que o red pill é um movimento que defende que homens —o público-alvo são os heterossexuais— não devem se relacionar com mulheres, porque elas não merecem. Devem só fazer sexo.
Eles estão pagando esse comportamento com nosso riso, mas a gente está pagando com nossa vida. É muita falta de noção. Livia La Gatto
"É muito simbólico a gente entender tudo isso do red pill, isso de ser uma pílula que traz pra realidade, como se a gente estivesse enfeitiçado os homens. É muito louco. É um roubo de significado muito grande."
Ela completou: "Eles culpam a mulher. E é meio assustador porque, às vezes, a gente vê esses comportamentos em pessoas que a gente amou muito e acaba cedendo, e se anula um pouco".
Homens de esquerda também têm comportamento machista
Quase encontro com Raul Cortez
Livia relembrou um episódio curioso envolvendo o ator Raul Cortez (1932-2006) e os primeiros anos de trabalho dela, como atendente de uma locadora.
"Uma vez entrou lá o Raul Cortez, e eu já queria ser atriz. Fui falar com ele. Mas tinha um cara que trabalhava comigo que me barrou e falou: 'Não, eu que sempre atendo ele'. Esse menino estragou tudo", conta, rindo.
Ela ainda brincou sobre a reação que poderia ter tido, sabendo da carreira que tem hoje. "Amor, você sabe quem vou ser lá na frente?", divertiu-se.
Livia diz que nunca foi tão infeliz quanto na época em que trabalhava na locadora. "Minha gerente falava que eu estava pálida, eu queria morrer. Indicava filmes que nunca tinha visto".
A humorista pontua, então, que o humor sempre foi o "caminho" para sua carreira. "O palco sempre foi muito forte na minha vida."
Não teve outra opção. Eu só tinha esse caminho. Não lembro de ficar na duvida. Até tentei alguma coisa em empresa, mas você vai começando a não caber. Livia La Gatto
Homens têm medo de serem ridicularizados
Rindo de quem te humilhou
Livia La Gatto diz se caras tem medo de aparecer em suas piadas
Veja a entrevista na íntegra:
O programa Desculpa Alguma Coisa vai ao ar às quartas, às 20h, no Canal UOL, no YouTube de Universa e em plataformas de áudio.
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