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Fazer chuca é seguro? Como é limpeza que evita sujeira no sexo anal

Fazer a chuca não é tão necessário como se pensa - Getty Images
Fazer a chuca não é tão necessário como se pensa Imagem: Getty Images

Léo Marques e Laís Seguin

Colaboração para o Universa

08/04/2023 04h00Atualizada em 03/05/2023 10h29

A chuca ou "enema" é uma técnica de limpeza da região anal. Ela consiste na introdução de água dentro do ânus. É utilizada tanto para ajudar pessoas com problemas de intestino, quanto para evitar que as fezes saiam durante o sexo anal.

Nos últimos anos, o termo entrou no vocabulário popular após aparecer em piadas de humorísticos de TV, virar cena da série "Sex Education", da Netflix, e ser tema de entrevista internacional de Anitta.

"Em primeiro lugar, o que faço é limpar muito bem. Primeiro temos que fazer uma chuca. (...) Nos certificarmos de que estamos livres de riscos, sem perigo de 'passar cheque', como dizemos no Brasil", contou Anitta ao youtuber mexicano Luis Torres numa entrevista ousada em 2021, que ficou bem conhecida.

Ela falava de um incidente desagradável que pode acontecer durante o sexo anal: sujar o pênis ou os dedos do parceiro ou da parceira durante a transa.

Com a chuca, a lavagem é feita com a introdução de uma pequena quantidade de água dentro do reto e do ânus, com um chuveirinho ou uma bombinha.

Apesar de evitar constrangimentos, a chuca não deve ser feita recorrentemente. Repetir o procedimento constantemente pode alterar a composição das bactérias da flora anal e provocar desconforto ou diarreia.

Para evitar problemas, a lavagem frequente pode ser feita apenas na área externa do ânus com água e sabão.

Para evitar qualquer contato com resquícios de excrementos, use camisinha (que, de quebra, ajuda a evitar contra infecções e doenças sexualmente transmissíveis.

Também é importante usar um lubrificante durante o sexo para diminuir o desconforto, já que a região anal é pouco lubrificada.

Como fazer a chuca de maneira segura?

Pegue uma ducha higiênica para enema. Existem tanto as descartáveis quanto as reutilizáveis. Ambas são de uso individual e não podem ser compartilhadas. Caso você não tenha em casa, elas podem ser compradas em farmácias.

Prepare o equipamento que será introduzido no ânus. É necessário que a ducha higiênica esteja limpa e esterilizada. Para esterilizar você deve seguir as recomendações do fabricante.

Separe 150 ml de água em temperatura ambiente, para não causar queimaduras e coloque dentro da ducha higiênica com uma solução para enema, que também pode ser adquirida em farmácias. A chuca também pode ser feita apenas com água.

Escolha um ambiente reservado e confortável, de preferência um banheiro para fazer a limpeza anal. O ambiente é indicado tanto pela privacidade quanto pelo fácil acesso ao vaso sanitário.

Passe um lubrificante íntimo no ânus e escolha uma posição confortável para introduzir a ducha higiênica. Geralmente as duchas compradas em farmácias já vem lubrificadas, mas é recomendado deixar a área oleosa para facilitar a entrada do material.

Introduza a ducha no ânus. Se sentir dor ou desconforto, não prossiga. Sente no vaso sanitário e faça o movimento de expulsão dos resíduos. Se na primeira vez a água sair limpa, pare imediatamente. Caso contrário, faça mais duas ou três vezes.

Com qual frequência fazer a chuca?

A chuca deve ser feita duas horas antes da prática do sexo anal e não existe regra para quantas vezes ela pode ser feita. Porém, a comunidade médica não aconselha que seja feita com regularidade para não desequilibrar o funcionamento do intestino.

Fazer a chuca não é necessário para manter a saúde intestinal. O intestino tem uma capacidade natural de limpeza. Alimentação saudável, ingestão adequada de água e prática regular de atividades físicas são hábitos que mantêm seu pleno funcionamento.

"A lavagem anal antes do sexo é um hábito muito pessoal. Tem pessoas que se sentem mais confortáveis e higienizadas, mas é importante frisar que não é um procedimento necessário ou obrigatório. Na prática clínica, utilizamos apenas para alguns exames", diz Aline Nunes Amaro, médica coloproctologista

Se a pessoa conhece o metabolismo do próprio corpo, não tem a sensação de evacuação incompleta e as fezes são consistentes, ela consegue inclusive programar o momento ideal para ter a relação sexual e praticar o sexo anal.

"Logo após fazer cocô, o reto (final do intestino grosso onde as fezes ficam acumuladas) e o canal anal ficam completamente vazios e vai demorar algumas horas para que um novo conteúdo fecal chegue até a região", explica Diesica Malena Prochnow, médica coloproctologista

A médica proctologista Gilvana Machado dos Santos Miyashiro recomenda que quando for fazer sexo anal, a pessoa procure esvaziar o reto de maneira natural (defecando) e evite alimentos que estimulem o trânsito intestinal e deixam as fezes amolecidas.

Métodos não recomendados para fazer a chuca

Jamais utilize garrafa pet, objetos pontiagudos e "chuveirinho", pois eles podem trazer diversos problemas, como irritações, sangramentos, infecções e contaminações, por serem materiais rígidos e normalmente utilizados por outras pessoas na casa.

"Com o 'chuveirinho' não é possível controlar a pressão da água, quantidade introduzida e temperatura, o que aumenta os riscos de complicações, porque existe um risco da lavagem subir até o sigmóide/cólon", diz Thais Takahasi, médica proctologista

Também não use laxantes e supositórios de glicerina para fazer a limpeza anal, pois eles não foram feitos para essa finalidade e alteram a flora intestinal.

Veja outras dicas que podem ser interessantes para evitar lesões e outros problemas.

Lavagem do ânus

  • Limpar o ânus é fundamental, com ou sem sexo. Para isso, água e sabão são suficientes.
  • Se a pessoa for ao banheiro e evacuar bastante e de forma espontânea antes do sexo, o risco de haver sujeira durante a penetração é quase nulo.
  • O uso de água pura no ânus para lavagem interna da parte final do intestino não é, em si prejudicial.
  • O risco está na introdução de um chuveirinho ou outro instrumento que possa machucar o reto.
  • Caso isso aconteça, pode haver sangramento, dor ou até perfuração do intestino.
  • Além das lesões, o uso frequente do método de lavagem pode ocasionar inflamações chamadas retites, que irritam o reto e causam desconforto.

Laxantes não são indicados

  • Os efeitos destes medicamentos são mais demorados e podem levar de quatro a seis horas após o uso.
  • Os laxantes também podem provocar cólicas, flatulências e diarreia a depender da quantidade ingerida.
  • O melhor é beber bastante água ao longo do dia, manter uma dieta saudável, rica em fibras, e evitar alimentos que contribuam para prisão de ventre ou diarreia.

Fonte: Jairo Bauer, médico e educador, Camila Cannato, médica cirurgiã da Unifesp.

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