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OPINIÃO

Homem assediador acaba sendo protegido muitas vezes, diz Cris Fibe

Colaboração para Universa, em São Paulo

14/04/2023 16h12

Nesta semana uma funcionária terceirizada da Transpetro, subsidiária da Petrobras, falou com exclusividade ao UOL após ter sido vítima de assédio por seu chefe. O Sem Filtro de hoje (14) discutiu a questão do assédio no ambiente de trabalho e lembrou, que infelizmente, casos como o que aconteceu na Transpetro não são casos isolados.

No ano passado Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa Econômica Federal, virou réu após ser denunciado por assédio sexual por cinco funcionárias. Guimarães, inclusive, está tendo seus advogados de defesa, com custo aproximado de R$ 1 milhão, bancados por um seguro da Caixa.

Durante o programa, a jornalista Cris Fibe chamou a atenção para o fato de o homem assediador, grande parte das vezes, acabar sendo protegido.

Não só o cara não perde o cargo ou o trabalho, mas às vezes é promovido e fica anos e anos na mesma empresa, mesmo depois de ter sido acusado de assédio, abuso ou importunação sexual. Nos dá uma sensação de que é uma "passação" de pano geral e uma vista grossa que intimida muito as vítimas. Cris Fibe

Além do caso da Transpetro, onde o homem acusado continuou na empresa mesmo após a denúncia, Fibe também citou o caso do ator francês Gérard Depardieu, que foi acusado de assédio por pelo menos 13 mulheres entre 2004 e 2022, mas continua fazendo seus trabalhos normalmente.

Sobre a questão de Pedro Guimarães, a Caixa afirmou a Universa que o banco possui uma apólice de seguro de responsabilidade civil prevista em seu estatuto, mas que no caso de condenação por dolo ou culpa grave, Pedro Guimarães terá que restituir o banco pelos valores pagos.

Lei obriga empresas a estabelecerem medidas para prevenir o assédio e outros tipos de violência

Em março deste ano, entrou em vigor a Lei nº 14.457/2022, determinando que empresas com Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio) precisam treinar seus funcionários contra o crime de assédio. A lei prevê ainda a criação de procedimentos para acompanhar as denúncias e a elaboração de regras de conduta para as normas internas da empresa.

Durante o Sem Filtro, Semayat Oliveira destacou que a lei foi aprovada em setembro de 2022, mas as empresas tiveram até o último dia 20 de março de 2023 para fazerem todas as adequações necessárias e incluir todas as regras de conduta.

Tem lei, está valendo e agora precisam começar as cobranças e inspeções. Acho que isso vai ajudar e pode contribuir para que as empresas melhorem a forma de lidar e punir casos de assédio. Semayat Oliveira

Cris Guterrres, apresentadora do Sem Filtro, ainda conversou com a psicóloga Mafoane Odara que destacou três principais pilares onde as empresas podem atuar para transformar o ambiente de trabalho em um local mais seguro.

criar espaços de fala onde as violências são nomeadas e a vítima possa receber cuidados e acompanhamento;

responsabilização dos assediadores;

criar de políticas que orientem as condutas dentro das empresas.

Assista ao Sem Filtro

Quando: às terças e sextas-feiras, às 14h.

Onde assistir: no YouTube de Universa, no Facebook de Universa e no Canal UOL.

Veja a íntegra do programa: