Técnico de enfermagem que estuprou mulher em hospital é condenado em SP
O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou, nesta terça-feira (18), um técnico de enfermagem investigado por estupro de vulnerável de uma paciente que se recuperava de uma cirurgia de varizes no Hospital Santa Catarina, na Bela Vista, região central da capital paulista.
- Jackson Bastos dos Santos vai ter que cumprir 12 anos e cinco meses de prisão, no regime inicial fechado. A Justiça também fixou o valor de R$ 10 mil de indenização por danos morais.
- O crime ocorreu em janeiro de 2019. Na madrugada daquele dia, o técnico de enfermagem entrou no quarto da vítima e conectou uma seringa no acesso venoso, injetando substância sedativa na paciente.
- Por meio das câmeras de segurança do hospital, a polícia comprovou que o homem entrou no quarto da paciente três vezes naquela noite -- na última, ele carregava uma seringa e permaneceu no local por 12 minutos.
- Ele foi preso preventivamente em fevereiro daquele ano e demitido do hospital. Em depoimento, disse que entrou no quarto de madrugada com uma seringa e mexeu no acesso venoso.
Segundo a sentença, a vítima relatou sentir forte sonolência após a operação, mas não perdeu totalmente a consciência. Ela disse ter percebido que o funcionário do hospital tocou seu corpo, o que a fez despertar da sedação. Relatou que não reagiu porque estava incapacitada de se mexer.
A paciente disse que dormiu até a manhã seguinte, quando foi acordada por uma enfermeira, que trazia o café da manhã. Narrou que, ao questionar sobre medicamentos prescritos na noite anterior, descobriu que não havia sido medicada e percebeu que tinha sido estuprada. Na ocasião, a direção do hospital foi informada do caso e o acusado, identificado e reconhecido pela vítima.
Universa teve acesso à sentença assinada pela juíza Renata Mahalem da Silva Teles. No documento, a magistrada afirma que o réu admitiu ter adentrado no quarto da vítima, episódio confirmado também pelas testemunhas. "Embora tenha dito que apenas lavou o acesso da ofendida com soro, tal procedimento não foi anotado no prontuário da vítima", diz a juíza.
"Vê-se, portanto, que a narrativa da vítima, prestada de forma clara e coesa, aliada aos depoimentos das testemunhas, bem como à conduta do acusado, que não seguiu os protocolos de atendimento do hospital, não deixam dúvidas quanto à prática do delito pelo réu."
Em depoimento à polícia, Jackson alegou que entrou no quarto para limpar o acesso da paciente com soro fisiológico. Ele pode recorrer da sentença em liberdade. Universa não conseguiu contato com os advogados do técnico de enfermagem.
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