'Mulher tem que ser egoísta ao pensar em divórcio', diz advogada
O Sem Filtro de hoje (2) mostrou que as mulheres pedem muito mais o divórcio do que os homens no Brasil. Dados do IBGE mostram que, em 2018, as mulheres pediram 50% mais a separação do que os homens. Em 2020, 40%. Terminar no momento certo, antes que seu parceiro de antes se torne seu principal inimigo, não é uma tarefa fácil.
"É difícil perceber o momento de colocar um fim na relação sem um acontecimento drástico, como briga, violência ou traição, que são mais terminativos", diz a advogada, especializada em vara de família, Diana Poppe. Ela já escreveu três livros sobre divórcio: "Manual do bom divórcio: para ler antes de se separar (ou de se casar)", "Manual Do Pós Divórcio - Os ex e os filhos em comum" e "Se você quiser conversamos na escola".
Para ela, é difícil definir até qual limite dá para levar uma relação, porque o casamento vai muito além do que vivem apenas duas pessoas. Tem também os sonhos, os filhos, os amigos, as famílias? "É um processo de muita reflexão, de entender que a vida é difícil e que você precisa ter ao seu lado uma companhia que não piore os enfrentamentos do dia a dia", disse Diana.
Para a especialista, as pessoas se casam e se divorciam para serem felizes. O que elas precisam entender é que, apesar do papo de que casamento é pra sempre, a relação pode não dar certo. "Temos receio de falar sobre o fim dos ciclos", explica.
Filhos e independência
Geralmente, os filhos são o motivo para que mulheres se mantenham em um casamento infeliz. Contudo, uma pesquisa feita pela Universidade de Londres mostrou que quanto mais novas forem as crianças na época da separação, menos danos psicológicos elas correm o risco de ter. A análise, de 2019, foi feita com cerca de seis mil crianças, com idade entre três e 14 anos.
"Ficar casado por conta dos filhos não é tomar atitude. Chega uma hora que a mulher precisa ser egoísta. Uma mãe infeliz não resolve a vida de uma família", diz Diana.
Durante o programa, a jornalista Cris Fibe concordou que a mulher precisa em certa medida "ser egoísta" e priorizar seu próprio bem-estar.
É importante para a mulher o ensinamento de ser egoísta no sentido de que a gente está sempre colocando o interesse do outro na nossa frente. Minhas amigas, por exemplo, sempre que vão terminar um relacionamento com um homem, estão sempre preocupadas demais com o sofrimento daquele homem e a gente coloca até o sofrimento e o interesse do cara na frente do nosso. Cris Fibe
Para Mário Delgado, diretor do IBDFAM, basear a decisão de se separar nas crianças é um erro. "Os filhos não querem os pais juntos, querem os pais felizes", diz.
Nesse sentido, Fibe também corroborou a visão do advogado ao destacar que apesar de ser natural a preocupação com os filhos, as crianças sempre vão estar melhores com pais e mães que estejam bem.
A pior coisa que tem é quando a criança é contaminada por um ambiente tóxico de brigas. É muito sofrimento para ela, então seja egoísta sim, no sentido mais puro da coisa, porque se mãe estiver bem e o pai também, é melhor do que continuar se desgastando, não conseguirem se olhar e isso resvalar nas crianças. Cris Fibe
A falta de independência financeira também acaba sendo um fator de peso para as mulheres. "Muitas mulheres entram em um casamento sem planejamento financeiro e topam largar a profissão para cuidar dos filhos. Esse combinado com o marido precisa estar em um contrato", explica Mário.
Para ele, os combinados não importam. O que é fundamental é deixar tudo claro em contrato, para em caso de separação, a mulher que abriu mão de sua vida profissional para cuidar dos filhos, por exemplo, esteja protegida.
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Assista ao Sem Filtro
Quando: às terças e sextas-feiras, às 14h.
Onde assistir: no YouTube de Universa, no Facebook de Universa e no Canal UOL.
Veja a íntegra do programa:
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