Maria Ribeiro elogia BBB e diz que foi cancelada por gostar do programa
Em sua participação no "Desculpa Alguma Coisa", videocast de Universa com Tati Bernardi, a atriz e colunista de Universa Maria Ribeiro se assumiu fã do reality show Big Brother Brasil.
"Comecei a ver porque Bento tem 13 anos e vê", disse, referindo-se ao filho. "Ele está numa idade que, se eu não ficar ligada no que está vendo, o perco porque ele não vê mais graça em mim. Mas BBB é um crack. Você vê 3 dias e aí, quando o Bento está no pai, eu estou lá vendo BBB".
"Mas não vou colocar a culpa no meu filho porque eu vi o BBB da Sabrina", brincou, sobre a terceira edição do reality em 2003.
Olha o valor do BBB. Sabrina, Jean Wyllys, Babu que já era um grande ator e passou a ocupar o lugar que lhe era devido por causa do BBB, Juliette. Maria Ribeiro
A atriz elogiou ainda o elenco da 23ª temporada.
"O programa tem uma preocupação hoje em dia muito grande com diversidade, metade do elenco era preto. E essas pessoas, Domitila, Sarah Aline, Fred Nicácio, Alface, são pessoas com vidas muito interessantes, que dificilmente você e eu nos debruçaríamos a conhecer se não estivessem ali."
É um documentário profundo, com todas as questões. Falei que via BBB e fui cancelada. Mas existe um Brasil ali que a gente não está acostumado a ver com essa profundidade. Maria Ribeiro
Ela contou ainda a respeito de sua experiência acompanhando a edição mais recente do programa.
"Quando teve a importunação sexual e a expulsão do Guimê e do Sapato, eu gritava na janela porque achei aquilo muito importante. Mas, no outro dia, fiquei pensando que eles deviam ser expulsos fora das câmeras. E eu já falei: caramba, eu não estou cancelando eles."
Bissexual, eu?
A atriz lembrou o curioso episódio de quando afirmou ser bissexual, sem ser essa sua orientação.
"Foi na época que eu fazia o 'Saia Justa'", disse, referindo-se ao programa do GNT do qual fez parte entre 2012 e 2016. "Via vários amigos meus apanhando, com muita vergonha de apresentar namorado, algumas amigas minhas tensas, e eu falei 'Cara, vou fazer'", contou.
Achava que, se todo mundo se assumisse bissexual, estaria ajudando. Roubei um lugarzinho de fala que não é meu. Hoje em dia vejo que errei Maria Ribeiro
"Falar que tentei [ser bi] soa até irresponsável com a orientação sexual dos outros porque você nasce assim. Mas quis dizer ali: vamos todo mundo dizer que somos para ver se tem menos mortes", completou.
Alerta Google
Maria contou ainda não saber exatamente tudo que estão falando dela sempre por não ter um alerta do Google, que a informe sobre as notícias publicadas citando seu nome.
"Não quero saber. Acho uma loucura amigos meus que tem o alerta. Não tenho porque, se eu for me colar no que falam sobre mim, vou enlouquecer. As pessoas têm direito de não gostar de um trabalho meu e não ir com a minha cara", disse.
Novela com Caio Blat e endoscopia com Paulo Betti
Maria contou algumas situações que viveu com seus ex-maridos.
Maria foi casada por quatro anos com Paulo Betti, de 2001 a 2005, e por dez com Caio Blat, de 2007 a 2017.
Sobre Betti, ela lembra um episódio engraçado durante uma endoscopia. "Ele nunca tinha dito eu te amo. Era um cara de 40 casado com uma mulher de 20. Daí fui levar ele para fazer uma endoscopia, e ele tomou um negocinho. Deitou lá e falou: 'Maria, eu te amo".
A atriz também contou como foi a experiência de gravar "Império" (Globo) ao lado de Caio Blat, seu então marido, em um momento em que o casamento dos dois estava em crise.
"Foi muito difícil. Mas, para as cenas da novela, foi ótimo. A gente se separava no meio da história e talvez foram as melhores cenas que eu fiz, era tudo muito de verdade".
Aproveitava para xingar, para chorar. A gente está com raiva, ao mesmo tempo triste. Acho dissolução de casamento a coisa mais triste. Nunca me recuperei de nenhum. Não me recuperei nem do meu cachorro que morreu quando eu tinha sete anos. Maria Ribeiro
"A novela com o Caio é um documento. A gente fez muito bem. É um bom trabalho nosso. E não precisava dar beijo técnico, que eu não acho fácil, a gente beijava de verdade. Talvez eram os últimos beijos", disse.
Sobre Melhem: 'Se fosse ele, teria pedido desculpa e seguido'
A atriz falou sobre o caso Marcius Melhem. Pelo menos oito atrizes relatam episódios de assédio por parte de Melhem, ex-chefe do núcleo de humor da Globo
"É uma questão bem mais complicada porque ele tinha uma relação hierárquica com as pessoas", opinou a atriz. "Eu, se fosse ele, teria recebido as acusações, pedido desculpa e seguido a vida, no estilo de 'errei, vou pagar'. Mas ele segue processando as mulheres, expondo as conversas."
Melhem começou a ser investigado pela Globo em dezembro de 2019, quando Dani Calabresa e outras sete mulheres o denunciaram no compliance da emissora —a investigação interna foi arquivada em janeiro de 2022.
Em março de 2020, Melhem deixou a liderança dos projetos de humor da Globo, três meses após ter nome envolvido em casos de assédios.
Um inquérito policial foi aberto em 18 de junho de 2021, após atrizes que o denunciam terem dado depoimentos à Ouvidoria da Mulher no Conselho Nacional do Ministério Público, entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021. O material foi enviado para o MP do Rio em 28 de janeiro de 2021, e a investigação foi instaurada cinco meses depois pela Deam (Delegacia Especial de Atendimento à Mulher no Rio de Janeiro). O caso corre em segredo de Justiça.
Melhem nega todas as acusações e afirma que foi criada uma narrativa para incriminá-lo.
Recentemente, em entrevista a Universa, a atriz Carol Portes detalhou as acusações contra o ex-diretor, que também negou a acusação dela.
'Tenho mil questões com 'Tropa de Elite', mas me orgulho'
Durante a conversa com Tati Bernardi, Maria falou da experiência de ter participado do filme "Tropa de Elite", de José Padilha, lançado em 2007.
"Acho um filme muito bom. Fez uma coisa que pouquíssimas pessoas conseguem no Brasil, que é falar com todas as classes sociais. É um filme tão bem feito que uniu o país."
"Como entretenimento, acho 'Tropa de Elite' brilhante. O Zé [Padilha] foi a primeira pessoa a falar sobre as milícias. Eu não entendia. Entendi o esquema de corrupção com o filme", completou.
Mas as coisas envelhecem de maneira diferentes. Hoje eu olho e falo: 'Caramba, o Capitão Nascimento [protagonista vivido por Wagner Moura] era machista. Maria Ribeiro
"Questiono muito a ligação que fazem do capitão Nascimento como fascista. Não acho que o cara que consome maconha do morro tenha culpa, não é tão simples", acrescentou.
Maria finaliza dizendo que tem "mil questões" a respeito do filme. "Mas tenho muito orgulho de ter feito."
Relação com mãe: 'Sinto falta de um colo'
Maria Ribeiro contou como é a relação com sua família.
"São ex-ricos. Meu pai quebrou quando eu tinha 15 anos, mas foi a melhor coisa que me aconteceu porque, senão, eu teria me tornado uma tola. Tinha muita mentira em casa, uma coisa dos papéis sociais. A pessoa mais importante da minha vida talvez seja a Joana, que foi minha babá a vida inteira e depois foi babá dos meus filhos. Foi com quem eu falei quando menstruei pela primeira vez".
Mas não tinha muito diálogo. Minha mãe e eu, a gente nunca se abandonou, estávamos sempre ali. Mas hoje eu vejo como ela deixou de fazer coisas por causa do meu pai. Hoje a gente sai para jantar e fica falando de Eça de Queiroz. Sinto falta de um colo. Maria Ribeiro
A atriz conta ainda que acredita que seu trabalho como escritora possa ter, de alguma forma, relação com a vontade de agradar a mãe. "Para ela, tem uma hierarquia. Ser escritora é mais chique".
Ela é uma pessoa mais fria, é uma coisa dela, eu não decifro. Já sofri muito com isso, mas é o jeito dela de amar. Maria Ribeiro
Segundo a atriz, a dinâmica familiar influenciou sua própria relação com a maternidade e com seus filhos João (de 20 anos, da relação com Paulo Betti) e Bento (de 13, da relação com Caio Blat).
"A maternidade é uma forma de resolver coisas que você não teve. Sou mãe dos meus filhos e minha própria mãe", brincou.
Maria Ribeiro comentou ainda sobre fazer amizades muito fácil e disse considerar os amigos como parte de sua família.
"Com 47 anos não tenho tempo a perder. Se eu me doar para você me poupando, vai ser o mesmo trabalho de me doar", pontuou.
'Caso com a pessoa dependendo do ex dela'
O papo também teve Maria Ribeiro falando sobre relacionamentos e sobre manter amizade com ex.
"Eu me caso com as pessoas dependendo do ex delas. Quando o Paulo [Betti, seu marido por quatro anos] veio para mim, ele estava separando da Eliane Giardini. Pensei: 'Quero ser ela'", brincou.
A atriz ressaltou ainda a importância da individualidade, mesmo dentro de um relacionamento: "Às vezes a gente entra nessa roubada do casamento ser uma dupla. De ser tudo junto, quase são as mesmas pessoas", critica.
Sobre suas relações, Maria disse que vai acumulando ex e que é amiga dos homens com quem se relacionou. "Sou a favor de não tirar aliança, só ir colocando."
"Fiquei amiga do Paulo imediatamente [após se separar]. Tenho a sensação de que a gente nunca separou. Foi assim: separamos, o Paulo casou com outras pessoas, eu também, mas a gente nunca deixou de mandar artigos de jornal um para o outro e fofocas. Para mim, isso é casamento. Isso é a coisa mais legal de dividir a vida, e a gente nunca perdeu", afirmou.
"Mas acho que ficamos amigos mesmo uns dois anos depois da separação", complementa.
"Sempre deixo claro para os meninos que mesmo atrás do desamor, tem um amor profundo. E os filhos em primeiro lugar", disse ela, referindo-se aos filhos João, com Paulo Betti,de 20 anos, e Bento, com Caio Blat, de 13.
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Veja a entrevista na íntegra:
O programa Desculpa Alguma Coisa vai ao ar às quartas, às 20h, no Canal UOL, no YouTube de Universa e em plataformas de áudio.
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