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Ela engravidou quase 3 meses após o parto e ficou chocada: 'Assustador'

Narjara e o marido estão casados há um ano e meio e sempre quiseram filhos - Arquivo Pessoal
Narjara e o marido estão casados há um ano e meio e sempre quiseram filhos Imagem: Arquivo Pessoal

Do UOL, em São Paulo

26/05/2023 04h00

A consultora de imagem Narjara Ramos, de 25 anos, sempre quis ser mãe. Ela só não imaginava que, pouco mais de dois meses depois de dar à luz, engravidaria de novo.

A Universa, a moradora da região metropolitana de Porto Alegre conta como foi descobrir uma gestação tão próxima da primeira.

"Sou casada há um ano e meio e sempre pensamos em ter filhos. Sempre foi uma vontade nossa, desde a época do namoro, mas nunca pensamos em uma quantidade exata - só sabíamos que queríamos uma família grande.

Engravidei do Bernardo com três meses de casada, já era algo que a gente queria muito. Não tive enjoos ou qualquer outro sintoma, só muitos sangramentos no primeiro trimestre - até achava que poderia ter um aborto espontâneo a qualquer momento.

No final da gestação, a gente descobriu que eu tinha uma condição chamada acretismo placentário. A placenta se infiltrou no meu útero. Fiquei internada por um tempo até a gente decidir o que seria feito.

O Bernardo nasceu de 36 semanas em uma cesárea no dia 29 de novembro de 2022, porque eu poderia perder o útero se ele nascesse de parto normal. Como ele foi prematuro, eu não consegui amamentar - ele não conseguia ter a pega do peito. Desde a maternidade eu precisava extrair o leite e oferecer na mamadeira.

Em fevereiro, alguns dias depois do que seria a minha ovulação, fiz um teste de gravidez que deu negativo. Alguns dias depois, fiz outro que deu positivo e descobri que estava grávida de novo.

'Fiquei muito assustada'

Tive um choque muito grande, porque a gente sempre pensou em ter mais filhos, sempre quisemos que o Bernardo tivesse irmãos, mas a gente não imaginava que seria tão perto. No primeiro momento fiquei muito assustada, mas aos poucos as coisas foram se encaixando e eu fui aceitando melhor a realidade.

Estou com 16 semanas e está sendo uma gravidez tranquila, mas desta vez estou sentindo muito mais enjoo. O bebê está previsto para nascer no final de outubro. A notícia foi uma surpresa para todo mundo, familiares e amigos, mas todos reagiram muito bem.

Por enquanto, a gente ainda não tem nenhuma indicação médica sobre o parto - se também vai precisar ser cesárea ou se vai poder ser normal - ou diferente da primeira gestação. Vamos esperar mais de 26 semanas para saber onde a placenta vai ter se infiltrado.

Ocorrendo tudo bem no parto, se eu não tiver o acretismo de novo e precisar tirar o útero, queremos ter mais filhos. Mas acho que vamos decidir esperar um pouquinho, até porque serão dois bebês em casa. Estamos dando tempo ao tempo para ver como as coisas vão ser.

Rede de apoio é importante

A gente acredita que dar irmãos é o melhor presente que um pai pode dar ao filho. Eu tive irmã, meu esposo também. Particularmente, foi uma experiência muito gostosa ter uma amiga tão próxima.

Acho que o Bernardo, futuramente, vai adorar essa ideia, por mais que ele seja pequeno e não entenda muito disso. Acho que serão grandes amigos e vão se dar muito bem. Brigas existem, todos os irmãos brigam, mas temos certeza de que eles vão se amar muito.

Acho muito importante falar da rede de apoio. A maternidade é linda e encantadora, é uma experiência única, mas é muito desafiadora e exaustiva.

Minha família mora em São Paulo, eu no Rio Grande do Sul. Já comprei passagem para a minha mãe vir me ajudar no puerpério, minha irmã também vem me visitar. É legal que a gente realmente peça ajuda, é importante se colocar neste lugar de ser ajudada."

Tem algum risco ter duas gestações próximas?

Depois do parto, a mulher não tem como saber quando vai voltar a ovular e menstruar. Enquanto o bebê for totalmente dependente da amamentação, o organismo inibe os hormônios que impulsionam o ciclo.

No caso de Narjara, como ela não amamentou, o organismo retomou a atividade mais rapidamente.

"A pegadinha é que, para você menstruar, você ovula antes. Algumas pessoas têm essa crença de que não engravidam tão cedo e acabam tendo relação desprotegida", explica a ginecologista e obstetra Carolina Cunha, da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Cunha também pontua que, do ponto de vista do parto, não existe um tempo recomendado entre as gestações se o primeiro foi normal. No caso de cesárea, recomenda-se esperar pelo menos um ano. De acordo com a OMS, essa cautela deve ser um pouco menor - entre 12 e 18 meses.

"O risco é por conta da distensão do útero, não tem nada relacionado a má formação do feto ou síndromes. E esse é um caso extremo, não é comum. É mais uma questão mecânica por conta do útero", completa a ginecologista.