Sâmia Bomfim sobre denúncia contra Salles: 'Ataque a todas as mulheres'
O Sem Filtro desta sexta-feira (2) falou sobre as recentes situações que deputadas e senadoras têm enfrentando no Congresso: não as deixam falar. O mais recente é o da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que teve o microfone cortado durante sessão da CPI do MST. "A figura de uma mulher jovem de esquerda, que fala o que eles não querem ouvir, os deixa muito nervosos. Mas sou uma parlamentar, fui eleita", disse a Universa.
O que aconteceu?
Tanto o presidente da comissão, o tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS), quanto o relator, Ricardo Salles (PL-SP) desligaram o microfone de Sâmia durante suas falas na CPI.
O Ministério Público Eleitoral —ligado ao Ministério Público Federal— pediu que a Procuradora-Geral da República investigue o possível episódio de violência política de gênero sofrido por Sâmia.
A deputada acredita que o fato de o MPE ter encaminhado a procuração à PGR sem que ela tivesse pedido, é um sinal de que a violência política de gênero será discutida. "Espero que esse caso tenha uma resolução, isso não é um problema somente comigo, isso é um ataque contra o direito das mulheres brasileiras participarem da política", disse a Universa.
Agora, a PGR pode pedir a abertura de investigação, explica a advogada Maíra Recchia, presidente do Observatório Eleitoral da OAB-SP.
Se houver elementos suficientes de autoria e materialidade, como os vídeos que já existem de Salles desligando o microfone de Sâmia, o órgão pode oferecer denúncia e, então, ambos viram réus.
A pena para o crime de violência política de gênero é de um a quatro anos de prisão, que é a pena que Salles poderia pegar, segundo Recchia.
Salles e Zucco foram procurados por Universa para falar sobre o caso, mas não responderam ao pedido de entrevista. Caso se manifestem, este texto será atualizado.
A senadora Elizane Gama (PSD-MA) também já reclamou das constantes interrupções que sofre como relatora da CPI do 8 de janeiro. Ela é a única mulher na mesa diretora da comissão e também reclamou por não ser ouvida. "Infelizmente, essa é uma prática comum quando se trata de mulher em cargo de chefia, quando se trata de mulher fazendo alguma exposição. Mas nós vamos conseguir superar essas dificuldades."
Cris Fibe: 'Interrupção da fala e silenciamento não deixam de ser violências, é dizer para a mulher que não tem espaço para ela e não será ouvida'
Durante o programa, a jornalista Cris Fibe relembrou que a ocupação do parlamento brasileiro ainda é muito recente, e isso acaba sendo refletido nos números. Embora 53% do eleitorado no Brasil seja feminino, as mulheres são apenas 15% na Câmara e 12% no Senado.
Para ela, Ricardo Salles pratica a violência política de gênero de uma forma sútil, sem qualquer tipo de ameaça ou lesão corporal, mas minando a ocupação desses espaços por mulheres.
A interrupção da fala e o silenciamento não deixam de ser violências. É dizer para a mulher que ela não tem espaço e não vai ser ouvida. Cris Fibe
Já para Cris Guterres, colunista de Universa, a interrupção é uma forma de desqualificar a presença da mulher nesses espaços. Ela também falou sobre a importância da união das mulheres, citando o exemplo das ministras do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia e Rosa Weber, que costumam sempre dizer durante as sessões da corte que querem ouvir a fala da outra.
A gente precisa aprender a se impor nos espaços que tentam dizer que não é nosso lugar. São comportamentos criados para dizer que isso não é para a gente. Cris Guterres
Seguem aqui os outros temas que foram destaque nesta edição do "Sem Filtro":
Thiago Wild: 'Ele é figura pública, deve sim satisfações', diz Cris Fibe
Tenista revelação em Rolland Garros, brasileiro foi denunciado por violência doméstica.
Caso Thiago Wild: 'Estamos falando de ameaça, humilhação, xingamento'
Sabrina Sato dá risada e diz que não recebe foguinho de ninguém no Insta: 'Só mandam sorrisos'
Camila Coutinho diz que corpo inchou de estresse em namoro
Influenciadora viveu tensão em relacionamento. Quais reações um boy já te causou?
Sabrina Sato quer mandar foguinho
Apresentadora falou sobre vida após separação e brincou que nunca mandou o emoji de foguinho pra nenhum crush no Instagram.
Assista ao Sem Filtro
Quando: às terças e sextas-feiras, às 14h.
Onde assistir: no YouTube de Universa, no Facebook de Universa e no Canal UOL.
Veja a íntegra do programa:
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.