Mônica Martelli conta conselhos da mãe e fala de paixão que a tirou do luto
Convidada do "Desculpa Alguma Coisa", videocast de Universa com Tati Bernardi, Mônica Martelli falou sobre seus relacionamentos e sobre os conselhos que recebe da mãe, Marilena.
A atriz contou ter se apaixonado fortemente entre o fim de seu casamento com Jerry Marques, em 2012, e o atual namoro com o empresário Fernando Alterio, que engatou em 2019.
Mônica Martelli: "Foi ótimo porque me tirou do luto e da dor da separação. Casamento com filho é muito complexo, a gente cria todas as expectativas. Vou ser sempre grata porque essa paixão que me tirou desse buraco de dor".
Segundo a atriz, a dor da separação foi tamanha que ela chegou a perder a alegria pela vida.
"Você planeja um futuro que não vai ter mais. Então esse namorado veio e me trouxe alegria, voltei a me apaixonar pela minha vida e por mim. Mas nós éramos pessoas muito diferentes, e a relação não tinha como ir pra frente."
Conselhos de mãe
Mônica contou os conselhos que recebia da mãe. "Ela me ajudava. A irritação delas [das mães] vem da gente não enxergar quem a gente é. Deve ser duro pra uma mãe ver a potência de mulheres que nós somos e estar ali sofrendo por m*rda".
Ela listava todos os defeitos do cara pra dar aquela ajudada. Ela acolhia a dor, inconformada. Acolhia com porrada. Tipo: 'Vamos, se enxerga'. Mônica Martelli
O que não precisa em início de relacionamento? "Cobrança. Aquilo ainda está rolando e você já cobrar algo é muito forte. Depois você cobra, porque aquela relação já vai ter alguns acordos."
Algum ex já reclamou de aparecer em suas histórias? "Nunca. Até porque a história é minha narrativa. A dele provavelmente é outra. Fora que a pessoa que se relaciona com a gente imagina que uma hora vai parar em algum lugar."
Prefeita Mônica
A atriz revelou planos em relação à política.
Mônica Martelli: "É difícil me colocar numa caixinha porque circulo por todos os mundos. Se amanhã eu virar candidata a prefeita da minha cidade [Macaé, no Rio de Janeiro], não se assustem, porque é possível. Já fui convidada pra ser"
A atriz conta que é desde pequena te contato com o ativismo político porque a mãe era sindicalista. "Fui criada com uma bandeira do meu lado, charuto de Cuba é o cheiro de infância que tenho. Tinha essa mãe lutando por causas a vida inteira e que acredita no município", afirmou.
Mônica conta como se encaixaria no universo político. "Agora estou com vontade de fazer uma coisa maior. Não sei se é com cargo eletivo, pode ser fazer política de uma forma concreta, sem me candidatar."
A atriz ainda apontou qual acredita ser sua bandeira: "É a das mulheres. Mas estou estudando de que forma abraçar essa causa".
Criação politizada
A atriz deu mais detalhes sobre a relação da mãe, Marilena, com política.
Mônica Martelli: "Ela é muito engajada, pé no chão. Tem o olhar pro coletivo, é uma mulher diferenciada. Sempre muito ativa, envolvida com trabalho social".
Mônica ainda falou da dinâmica das duas agora que a mãe voltou a morar com ela. O lado bom é que gosta de ter a figura da avó em casa —a atriz é mãe de Julia, de 13 anos. Por outro, diz que ambas se criticam o tempo todo.
"Ela está sempre apontando o dedo. Me diz: 'Mônica, minha filha, não sei que ser humano você está formando nessa casa', e aí fala do armário da minha filha. Mas quando ela faz uma crítica, tento pegar o lado bom. Tem sempre uma liçãozinha", contou.
"Mas estou muito mais calma com minha mãe morando comigo. Quero tomar café da manhã e almoçar com ela todo dia", disse.
O que sempre permeou a vida da minha mãe, a paixão principal, foi a política. O tempo vai passando e, depois, que a gente vai conquistando muitos lugares, tem alguma coisa que falta: abraçar uma causa maior. Estou nesse busca. Mônica Martelli
Sobre Marilena, ela ainda exaltou o fato de a mãe ter se curado de cinco cânceres. "Dois de mama, dois de pulmão e um no olho. Os de mama foram os piores, o segundo foi bem agressivo", contou.
Relação com família
A atriz falou da relação com a irmã, a diretora Susana Garcia, que inclusive dirigiu Mônica no filme "Minha Vida em Marte", de 2018.
Mônica Martelli: "Quando começa o trabalho, eu falo: 'somos irmãs, vamos já já discutir, ninguém se mete porque a gente está bem'. É muita intimidade, então a gente vai brigar. A intimidade te leva a ser grosseiro. A gente tem que estar com isso em mente, somos todos neuróticos".
Preconceito com homem rico
Mônica relembrou sua história com o empresário Fernando Alterio, com quem está namorando desde 2019.
Mônica Martelli: "Fernando é uma situação atípica. Há 22 anos, a gente ficou em São Paulo. Tinha acabado de me formar, vim fazer um teste e voltar. Fui parar em uma festa dele, não sei como. Rolou uma atração a noite inteira, mas com muita rejeição. Aquele boy rico de São Paulo? Pensei: 'um rico paulistano não vai servir pra mim, estudante de teatro do Rio de Janeiro".
"Fui embora no outro dia e a gente nunca mais se viu. Quando vinha para São Paulo, perguntava: 'E o Fernando, hein?' Só de curiosidade. Ficou lá na última das camadas", brincou.
Mônica continuou. "Quando ele se separou, me mandou uma mensagem. Eu estava solteira também. Fui em uma festa e nos encontramos. Ele veio falar comigo e eu disse: 'cara, não rola, você não tem nada a ver comigo'".
A atriz contou que Fernando continuou insistindo e a chamou para jantar. Ela chegou a aceitar o convite, mas desmarcou no dia, horas antes, após uma conversa com a mãe. Em outra ocasião, ela não pôde aceitar o convite pois daria uma palestra em seu único dia de folga na semana.
Mônica revela que, nesse meio tempo, ele foi ver uma peça sua. "Já entrei nervosa quando vi ele ali, sentando. Tinha preconceito com namorar homem rico porque já aconteceu antes e não deu certo".
A virada de chave e o diferencial
Mônica revela que, depois de recusar vários convites, ela repensou e tomou a iniciativa de convidá-lo para sair.
"Eu tinha três dias de folga e fui pra São Paulo. No avião, pensei: 'será que mando uma mensagem pra ele?' Mandei, ele respondeu na mesma hora. Perguntou se eu queria um local mais público ou jantar na casa dele. Disse que queria privacidade", contou.
"No dia seguinte, a gente estava trocando emoji de coração piscando e nunca mais nos desgrudamos", brinca.
Ele é progressista pro meio dele, muito moderno. E tem um pacto na vida que me encanta. É apaixonante. (...) O único homem que fui mais dura é o cara que mais está funcionando, é o mais certo. Mônica Martelli
"O Fernando tem uma autoestima muito alta, nada que eu faço 'ameaça' ele. Eu arrastei corrente a vida inteira, pisando em ovos, preocupada com o que poderia provocar de insegurança no outro. Fernando é zero. Ele dá força. Isso me deu equilíbrio na relação com ele", conta.
Mônica diz, contudo, que não pretende transformar o namoro em casamento ainda. "Nossa vida é muito boa no esquema que é. Encontro com ele sexta, sábado e domingo. Não tem o massacre do dia a dia, não tem a rotina".
Irritação na menopausa: 'Achei que fosse matar um'
A atriz falou sobre os perrengues que enfrentou na menopausa.
Mônica Martelli: "Os sintomas corporais machucam. Vêm ondas de calor que dão muito incômodo. As noites não são mais agradáveis. Você não consegue mais dormir oiro horas, tem uns calores e, do nada, fica frio, você fica suada".
A atriz disse que optou pela reposição hormonal para melhorar a qualidade de vida. "Não suportei de tanto mal-estar. Falei: vou matar um. Eu precisava de ajuda".
Tem mulheres que não tem sintomas, que passam pela menopausa sem sentir irritação e angústia, mas a minha vida virou empurrar carroça. Ou eu estava angustiada ou triste ou irritada, uma oscilação de humor muito grande. Mônica Martelli
"Não é possível que nós mulheres tenhamos que sofrer tanto pra passar pela menopausa", completou.
Mônica destacou ainda os preconceitos que vêm com a fase.
"Estamos representando uma nova mulher. Há 30 anos, uma mulher de 50 era outra. O padrão de beleza é a juventude e a gente só percebe depois. A gente tem que falar disso o tempo inteiro porque temos espaço e lugar de fala."
Ninguém a faz rir como Paulo Gustavo
Mônica conversou sobre a saudade que sente do humorista Paulo Gustavo, que morreu em 2021 após complicações decorrentes da covid-19.
Mônica Martelli: "Meu maior medo é de não ter alegrias. Hoje em dia, eu rio muito pouco. O Paulo Gustavo foi um marco. Foi f*da. Ele me ligava do banho. Hoje em dia, são poucas as pessoas que me provocam riso".
"Além disso, a vida vai te colocando coisas, te colocando dores. Você vai lidando com a finitude, com sentimentos que vão te tirando alegria. Hoje, quando uma pessoa me faz rir, eu quero agarrar nela", disse a atriz. "[Depois do Paulo Gustavo] a régua ficou muito lá em cima."
Mônica reforçou que entendeu o poder do riso ao perder o melhor amigo. "Subo no palco e faço minha peça sabendo desse poder. Antes eu achava normal, mas hoje eu sei. Aquele riso que você acaba de rir e fala 'obrigada' é a melhor coisa que tem'."
'Minha filha já nasceu com dinheiro'
A atriz contou como é sua relação com a filha adolescente, Júlia, de 13 anos.
Mônica Martelli: "Minha filha é uma figura. Agora, com a adolescência, estou rindo muito. Ela que negar algumas coisas, mas eu acho engraçado. Eu me lembro como era adolescente".
"A gente é muito grudada, muito parceira, mas também briga muito. A briga agora é que não posso postar nada dela", completou.
Um dia, ela chegou em casa pedindo que eu tirasse do Instagram as coisas de maternidade. Eu disse: 'vai tirar minha história não, amor'. Como eu sei que é fase, eu falo: 'vamos negociar'. Mônica Martelli
"Eu quero conversar o tempo todo, mas ela vai ficando monossilábica. Claro que não tem que me contar tudo, uma privacidade dela é saudável ter".
A atriz contou ainda sua maior preocupação com a filha. "Ela não enxergar o mundo que a gente vive. Vive numa bolha, já nasceu com mãe famosa, viajando o país inteiro, com dinheiro".
9 e 1/2 perguntas de amor
Assista à íntegra da entrevista:
O programa "Desculpa Alguma Coisa" vai ao ar às quartas, às 20h, no Canal UOL, no YouTube de Universa e em plataformas de áudio.
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