Fernanda Nobre sobre decisão de abrir casamento: 'Foi no auge da paixão'
Até contar publicamente que vivia uma relação aberta com o marido, o diretor José Roberto Martins, a atriz Fernanda Nobre costumava ser discreta sobre sua vida pessoal. Mas falar sobre o assunto, diz, foi uma decisão catártica. E o novo formato da relação se deu num momento em que ambos estavam "no auge da paixão".
Fernanda é uma das convidadas do Universa Talks, que acontece dia 24 de junho em São Paulo —os ingressos estão disponíveis aqui. Na conversa, ela falará justamente sobre como a paixão impacta nossas vidas.
"Acho que a maior loucura que já fiz por paixão foi esquecer de mim. Fiquei tão obcecada por uma pessoa que não me divertia quando ela não estava perto e não parava de olhar o celular para ver se tinha mandado mensagem", conta.
Para Fernanda, a melhor parte de se apaixonar é beijar na boca, olhar no olho e sentir o cheiro da pessoa. Por isso, incentiva qualquer um a fazer loucuras por esse sentimento, nem que seja uma vez. E contanto que seja correspondido.
"Quando somos retribuídos, se apaixonar é a melhor coisa do mundo. Fazer loucuras por esse sentimento significa que você está entregue, então incentivo, sim. Precisamos de mais entrega e menos medo de se abrir", conta.
Mas a atriz faz uma ressalva: paixão pode ser também um condicionamento social. Para ela, mulheres, no geral, só são vistas como completas amando, enquanto homens têm um comportamento diferente.
"É repetido e reafirmado na literatura, cinema, teatro, músicas, novelas, publicidade e redes sociais que a coisa mais importante que pode acontecer na vida de uma mulher é encontrar um amor. Estamos aprisionadas na ideia de que o amor diz sobre a identidade da mulher. Já o homem não ama de forma identitária. Quando não está amando, está curtindo a vida, saindo com várias. A mulher sofre até quando não ama", explica Fernanda.
Casamento aberto não é bagunça
A decisão de Fernanda de falar sobre seu relacionamento partiu de uma vontade de ajudar outras mulheres a questionarem o padrão monogâmico, trazendo assim espaço para mudanças.
"Quando escolho, junto com meu parceiro, pela não monogamia é porque nós dois temos consciência de que a liberdade sexual é hierárquica e sexista. Escolhemos juntos uma relação com mais diálogo e sem hipocrisia", conta.
Seu casamento ganhou esse formato há cinco anos quando, segundo Fernanda, estavam no auge da paixão. Ela alerta: esse formato não serve para resolver problemas. "Acho difícil dar certo experimentar a abertura quando o relacionamento está numa fase morna e desconectada", diz. Para ela, a decisão deixou o casal mais unido e seguro.
Apesar de a escolha ter sido feita de forma madura, a mudança não foi fácil. "Quebrar qualquer padrão é muito doloroso, ainda mais um padrão de comportamento emocional que está enraizado na nossa sociedade há tanto tempo. Não sabia se era para mim, se a gente ia gostar ou se íamos sofrer. E é óbvio que a gente sofreu", diz.
Universa Talks tem patrocínio de Allegra, Buscofem, Eudora, Gino-Canesten e Intimus.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.