'Sai, hétero': ter ranço de homem é real ou só meme?
O podcast "Sexoterapia" desta quinta-feira (15) traz uma conversa sobre o atual sentimento de ranço por homens héteros, o que pode ser chamado de heteropessimismo. A psicóloga e sexóloga Ana Canosa e a jornalista Bárbara dos Anjos Lima recebem a atriz, roteirista e humorista Nathalia Cruz para falar do tema. O programa vai ao ar às 20h.
"A questão não são os homens, como pessoas, mas o modo dito 'masculino' de pensar o mundo, que é extremamente racionalizado e muito focado no próprio umbigo —como se o desejo fosse uma prerrogativa masculina", diz Ana.
No papo, Nathalia brinca ao comparar heteropessimismo e heterorrealismo. "Se você vê um pouco da realidade, é um pouco pessimista com relação a esse horizonte. Mas sigo em uma vida conjugal, então não posso dizer que não tenho esperanças", ela diz.
Na vida real
O "Sexoterapia" recebeu histórias de ouvintes que se identificam com o sentimento de heteropessimismo. Em um deles, uma mulher diz estar cansada de aplicativos de pegação e de aguentar "conversinha fiada de bar" quando quer transar. "Já sei quando o cara não quer nada sério pela primeira conversa que ele puxa após o match, mas vou lá", ela diz.
Para Ana Canosa, o sentimento mostra como as relações intermediadas por aplicativos funcionam no modo masculino socialmente empregado, que é o do sexo pelo prazer dissociado do afeto. "Então o que tem ressentido as mulheres é que se ela quiser sexo por prazer, ela vai ter que entrar nesse modo."
Em outro caso, uma mulher conta que sua preferência por "bad boys" é o que a tem feito sofrer nos relacionamentos. "Minhas amigas dizem que eu tenho o 'dedo podre', mas a verdade é que não gosto dos caras bonzinhos", afirma.
Nathalia acredita que é importante entender se esse tipo de situação está atrelada a um sentimento de não merecimento. "Ou se ela pensa 'com esse aqui não vai dar certo, então não vou precisar mexer nesse cantinho que me incomodar'."
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