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Mulheres querem transas mais ousadas e sex toys, diz pesquisa de Universa

Mariana Gonzalez

Colaboração para Universa, de São Paulo

26/06/2023 04h00

Você frequenta sex shops? Se a resposta for sim, você faz parte de uma minoria. De acordo com a pesquisa inédita "Prazeres Universa + Tech4Sex", 63% das brasileiras nunca frequentou uma loja voltada para brinquedos eróticos.

Em contrapartida, uma grande maioria, 83%, se diz curiosa e abertas a novas experiências no sexo —mas, além de não frequentarem sex shops, as brasileiras também não costumam usar brinquedos eróticos (75%).

A pesquisa entrevistou 1.000 mulheres com mais de 18 anos de todas as regiões do Brasil, variados níveis escolares e diferentes orientações sexuais, raças e contextos familiares entre os dias 26 de maio e 1º de junho de 2023. As entrevistas foram feitas pela internet.

Para Lidia Cabral, fundadora da Tech4Sex, uma plataforma criada para fomentar startups que unem sexo e tecnologia, e Camila Gentile, sexóloga e CEO da Exclusiva Sex Shop, a maior rede do país, há 17 anos no mercado, há de fato um abismo que separa ainda existe um grande abismo que separa as mulheres do universo dos sex shops, brinquedos eróticos e outras novidades que podem ajudar a explorar e aumentar o prazer —a sós ou a dois—, mas esse cenário vem mudando.

pesquisa universa sex shops - Arte/UOL - Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

"Quando as pessoas pensam em sex shop, elas ainda associam ao lugar com uma fachada escura, sem vitrine, luzes fortes, toda aquela carga negativa. Mas, a partir do momento em que a gente começa a discutir sexualidade nesse contexto de bem-estar, os novos sex shops, online ou em lojas físicas, trazem uma experiência mais agradável, que se assemelham muito mais a uma loja de roupas ou de produtos estéticos. Não intimidam as pessoas a entrar, olhar os produtos, conversar", percebe.

Prazer a dois

Entre as mulheres adeptas ao vibrador, a maioria usa com o parceiro e não sozinha —o que, para Lídia, derruba a ideia de que são as solteiras que recorrem aos sex toys para a masturbação.

Camila Gentile, CEO da Exclusiva, também percebe um aumento exponencial de homens buscando vibradores para presentear as parceiras. "Há um interesse nessa descoberta em conjunto", percebe.

E continua: "As mulheres não imaginam o quanto os homens são fascinados em ver a parceira usando um vibrador, por exemplo. Nãé à toa que cada vez mais vemos lançamento de produtos para uso em casal, como vibradores que permitem a penetração do pênis com o brinquedo também excitando a parceira".

Para Lídia, essa mudança é mais do que positiva para os casais, afinal, pode despertar estímulos, sensações e prazeres novos. "Tudo isso é muito poderoso. Depois de algum tempo juntos, é natural que o desejo decline. Essas opções ajudam as pessoas a buscarem novas maneiras de continuar se estimulando", acredita.

pesquisa universa mulheres estão curiosas - Arte/UOL - Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

Embora 59% das entrevistadas pela pesquisa "Prazeres Universa + Tech4Sex" acreditem que essa tecnologia pode enfraquecer as relações humanas, Lídia reforça: produtos de sex shop, como brinquedos eróticos, não têm o propósito de substituir nada e nem ninguém, mas para somar.

Se conhecer é preciso

Outro dado chama atenção: quase um quarto das entrevistadas afirma ter pouco conhecimento sobre o próprio corpo, e um terço delas não sabe o que são zonas erógenas.

Além disso, 40% das mulheres nunca ou raramente faz consultas médicas relacionadas à saúde sexual nem faz exames para detectar ISTs (infecções sexualmente transmissíveis). O principal fator que leva a isso, acreditam Lídia e Camila, é a educação sexual que as mulheres recebem —ou deixam de receber.

pesquisa universa mulheres não se conhecem - Arte/UOL - Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

"Muitas de nós ouvimos desde cedo: 'Não mexe aí', se referindo à vulva e à vagina. Enquanto os meninos tinham o incentivo dos familiares, coisas como 'mostra o pipizão para o papai' ou 'olha como o pipizão dele é grande'", percebe a sexóloga Camila Gentile.

Lídia Cabral corrobora: "A gente ainda recebe uma educação sexual muito ligada a anatomia e reprodução. É uma perspectiva muito limitada, que não envolve saúde, autoconhecimento, prazer."

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