'Pagam para serem humilhados': ela conta como é ser 'sommelière' de pênis
Fotos, vídeos, chamadas... A lista de itens que podem render uma boa grana para quem produz conteúdo adulto pode parecer limitada, mas, com um pouco de criatividade, uma aposta tem feito sucesso: avaliar pintos. Esse é o caso de Martina Oliveira, uma gaúcha de 20 anos que percebeu que, já que ia receber inúmeros nudes não solicitados de seus clientes, poderia reverter isso a seu favor.
Martina é nova no ramo: há cerca de oito meses, foi assaltada, teve seu celular roubado e, para conseguir outro, decidiu seguir o caminho do "conteúdo adulto". À época, ela tinha um trabalho CLT, mas buscou uma grana extra abrindo um perfil no Privacy — semelhante ao OnlyFans.
A expectativa era baixa, mas, em 72 horas, Martina já havia arrecadado R$ 2 mil. A ascensão continuou quando ela começou a trabalhar também como camgirl (com vídeos sensuais online), uma experiência que durou pouco, mas que a levou a contar seus causos no TikTok.
"Eu estava fazendo bastante chat, mas escutava muita humilhação, pedidos de fetiches muito estranhos, incluindo racistas. Decidi contar sobre isso no TikTok e sobre como minha família não aceitava e começou a bombar. Todos batiam 1 milhão de visualizações", conta ela.
Foi na plataforma de vídeos que ela alavancou o trabalho. Um de seus posts, em que simulava a dificuldade de sentar em uma pessoa com pênis pequeno, em tom de piada, teve mais de 6 milhões de visualizações. Em pouco tempo, já depois de ter sido demitida do trabalho CLT, ela deixou a casa da mãe e assumiu a venda de conteúdos como sua profissão principal, já longe do camming.
Recebidos: grana e pirocas não solicitadas
Além da fama instantânea, a venda de conteúdos da gaúcha de Porto Alegre bombou. Segundo Martina, isso lhe rendeu seu melhor mês no Privacy, em maio, batendo a marca de R$ 100 mil em ganhos.
Por outro lado, gerou uma enxurrada de fotos de pintos nas caixas de mensagens da modelo. Vale lembrar que nem ela, como profissional, nem ninguém deveria receber esse tipo de foto sem autorização.
"Aquele vídeo foi muito longe. Eu já recebia bem, mas até ele viralizar, eu não sabia até onde podia chegar. Recebi muito hate, mas muita gente também se inscreveu pra receber meus materiais. E nisso uns caras ficavam pedindo [por avaliações] ou mandando foto do pau, de graça, e eu pensei que podia ganhar dinheiro com aquilo", diz Martina, a Universa.
A "brincadeira" custa R$ 35. Há quem a procure em busca de elogios, mas parte do público tem outro fetiche: ser humilhado. Como Martina conta, não parece ser muito difícil.
As avaliações
Com a foto "em mãos", Martina faz sua análise básica: "Para mim não é importante o tamanho, mas eles sempre gostam de saber. Além disso, eu falo do tamanho, da grossura — principalmente da grossura — e da cor."
O problema, já famoso, é que os homens não costumam caprichar nas suas produções. Ainda que a tendência seja de elogiar os clientes, dizendo o que faria com eles e, assim, vender outros materiais, Martina se vê obrigada a dar dicas mais básicas para eles:
Dica 1: não mandar fotos não solicitadas. "Tem casos de o cara mandar foto direto, sem nem pedir e eu falo que vou bloquear se não pagar."
Dica 2: ângulo e iluminação fazem a diferença. "Normalmente eles mandam em um ângulo muito brochante, às vezes mostrando a casa imunda por trás. Uma dica que gosto de dar é tirar as fotos de ângulos de baixo pra cima e que mostrem o corpo, pra dar noção do tamanho. E cuidar com o que tem atrás, ao redor da foto."
Dica 3: limpeza! Além de cuidar do ambiente, é de se esperar um mínimo: que os homens cuidem do seu instrumento e até de estarem com as mãos limpas — o que nem sempre é visto nas enviadas a Martina.
Fetiche em humilhação
Apesar de ser uma minoria, os clientes que não chegam à modelo para terem seus egos inflados são os que acabam sendo mais fiéis. Nem todos falam do fetiche de cara, mas deixam no ar o interesse.
"Eu noto que quando querem que fale mal, que humilhe, eles falam antes: 'Pode ser sincera, tá?'", conta Martina.
Quando esses caras pedem, eles gostam mesmo de serem humilhados, aí o papo vai muito mais longe. Eles escutam, querem mais áudios. Um cara todo dia mandava foto e gastava R$ 35 para eu humilhar o pau dele.
Martina diz que não é só sobre o membro que eles gostam de ouvir maledicências. Serem chamados de "corno" e comparados negativamente a outros homens também faz parte do fetiche.
Se as fotos de piroca podem ser polêmicas e tem gente que de antemão não acha o pênis algo bonito, Martina é do time de quem curte um bom nude, quando feito no capricho.
"Com um bom ângulo e visão artística, fica lindo. Mas foto de pinto no quarto eu já tô cansada", admite a modelo.
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