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Juízes na Itália decidem que assédio de 10 s 'não conta' e geram revolta

O ator Paolo Camilli criticou os juizes italianos que inocentaram zelador acusado de assediar adolescente porque a ação teria durado menos de 10 segundos - Reprodução
O ator Paolo Camilli criticou os juizes italianos que inocentaram zelador acusado de assediar adolescente porque a ação teria durado menos de 10 segundos Imagem: Reprodução

Colaboração para Universa, em São Paulo

13/07/2023 09h32

Alguns juízes geraram polêmica na Itália após inocentarem o zelador de uma escola acusado de assediar sexualmente uma aluna de 17 anos, porque a ação criminosa teria durado menos de 10 segundos. O caso aconteceu em abril de 2022, mas a decisão foi proferida agora.

O que aconteceu:

Antonio Avola, 66, teria apalpado a aluna de uma escola secundária de Roma. A adolescente disse em depoimento que na ocasião tinha subido em uma escada quando sentiu suas calças caírem, uma mão tocar seu bumbum e puxar sua calcinha.

Segundo a vítima, o zelador teria dito que foi uma "brincadeira". "Amor, você sabe que eu estava brincando", disse ele.

No decorrer da investigação, Antonio admitiu que apalpou a estudante sem que ela houvesse consentido, mas repetiu que teria se tratado de uma "brincadeira".

Um promotor público de Roma pediu à Justiça que condenasse Antonio a três anos e meio de prisão, mas o zelador foi inocentado por juízes que não viram crime na ação do acusado, porque o assédio teria durado menos de 10 segundos e o ato ocorreu "sem luxúria".

A vítima classificou a decisão como absurda. "Os juízes decidiram que ele estava brincando? Bem, não era brincadeira para mim", declarou ao jornal italiano Corriere della Sera.

"Ele apalpou meu bumbum e me puxou para cima, machucando minhas partes íntimas. Para mim, isso não é uma piada. Não é assim que um velho deve 'brincar' com uma adolescente. Esses poucos segundos foram mais do que suficientes para o zelador me fazer sentir suas mãos em mim. Isso não é justiça", afirmou.

A sentença a favor do zelador gerou revolta na Itália. Nas redes sociais, anônimos e famosos criticaram a decisão dos juízes por meio de hashtags que se tornaram virais em plataformas como Twitter e TikTok.

O ator Paolo Camilli, de "White Lotus", iniciou postagens críticas aos magistrados. Ele foi acompanhado por outras personalidades italianas como Chiara Ferragni, a mais popular influenciadora do país, e pelo tiktoker Francesco Cicconetti.