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Por que sexo agendado, como faz Mônica Martelli, não tem nada de brochante?

Sexo agendado pode ser tão ou mais prazeroso do que o espontâneo - Viacheslav Peretiatko/Getty Images/iStockphoto
Sexo agendado pode ser tão ou mais prazeroso do que o espontâneo Imagem: Viacheslav Peretiatko/Getty Images/iStockphoto

De Universa

13/07/2023 04h00

Mônica Martelli, 55, disse ser a favor de "transar com hora marcada". A atriz esclareceu, no Papo de Segunda (GNT), que marca data para trocar intimidades como uma maneira de cuidar da relação.

O "sexo agendado" pode parecer burocrático e está longe de ser a forma mais idealizada de transar. Afinal, o sexo inesperado, fruto do desejo momentâneo, é o que ocupa o imaginário e está em filmes e séries.

A transa com hora marcada, porém, pode ser uma boa saída para driblar a falta de tesão e evitar que a rotina corrida atropele os momentos de intimidade.

Além disso, nada indica que ela pode ser menos satisfatória do que o sexo espontâneo. Especialistas dizem que a transa com hora marcada é uma maneira legítima de reacender o tesão no casamento.

Isso porque, nos dias de hoje, adiar a transa é um risco constante e ter um "compromisso" com o parceiro pode ser a forma de manter não só o sexo em dia, mas a própria intimidade do casal.

Para Mônica, a rotina de casado leva à tendência de adiamento do encontro. "A gente, quando está casado, quando está na convivência diária, tem uma tendência a adiar o afeto, adiar o amor."

Ela rejeita a ideia de que sexo bom é apenas o espontâneo — como se costuma pensar.

"Para quem fala assim: 'Gente, mas não é frio você marcar para transar?' A questão é que a gente aprendeu que sexo bom é espontâneo. Se marcamos dia para tudo, como buscar o filho na escola, ir à terapia, praticar ioga, por que não marcar um dia para o sexo?"

Conforme relatou Ana Canosa, terapeuta sexual e colunista de Universa, o tal sexo agendado foi motivo até de pesquisa científica — com resultados positivos para quem gosta de marcar a transa com antecedência.

Pesquisadores da Universidade de York, no Canadá, buscaram medir o grau de prazer com o sexo planejado por meio de dois estudos. Os resultados foram publicados no The Journal of Sex Research, em fevereiro deste ano.

Eles perguntaram aos participantes o quanto concordavam com as frases "o sexo com meu parceiro é mais prazeroso quando acontece espontaneamente" e "prefiro saber antecipadamente quando faremos sexo novamente".

O resultado foi que o sexo espontâneo não é mais prazeroso do que o sexo planejado.

Isso ocorre, segundo Ana Canosa, porque o prazer sexual em si tem a ver com as parcerias com as quais estamos ligados e com o desejo que responde a estímulos e aciona a memória erótica que temos com determinada pessoa.

Além disso, a pesquisa também mostrou que, para as pessoas que consideram o sexo planejado como mais prazeroso, o nível de satisfação sexual foi mais alto em relação ao grupo que não transa com hora marcada.

Tudo depende, segundo Canosa, do quanto o planejamento da atividade sexual é considerado uma grande perda erótica.

A pesquisa destacou que o planejamento ajuda a adequar o tempo para a privacidade, além de preparar a mente para o sexo, evitando distrações.

E, para alguns participantes, esse planejamento também pode gerar excitação porque o pensamento estará ocupado com erotismo antes mesmo do ato em si.

* Com informações de reportagem publicada em 2017 e da coluna de Ana Canosa, publicada em maio de 2023.