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Protagonista de 'Perdida', Giovanna Grigio teme reação dos fãs. 'Apavorada'

de Universa, em São Paulo

17/07/2023 04h02

Giovanna Grigio, 25, gosta de fazer papéis em produções com muitos fãs. A paulista nascida em Mauá carimbou seu passaporte de atuação na novela "Chiquititas" como Mili, famosa personagem a que Fernanda Souza deu vida na primeira edição da novela no país. Depois, atuou em "Malhação - Viva a Diferença", como Samantha, e no spin off de "Rebelde", da Netflix, como Emília. Para interpretar a personagem do streaming, precisou viver por quase um ano no México.

Em sua nova empreitada, ela é Sofia, a protagonista de "Perdida", uma adaptação para o cinema do livro de Carina Rissi — o filme chegou aos cinemas em 13 de julho. No Brasil, a obra já vendeu mais de 700 mil cópias e tem milhares de fãs. Não à toa, Giovanna se dedicou tanto ao papel. "Fiquei bem nervosa durante as gravações", contou, em entrevista a Universa, um dia após a pré-estreia do longa. Ao seu lado no evento, Bruno Montaleone, que faz o papel de Ian no filme, se emocionou com a recepção dos fãs. Já Giovanna quase não tinha voz.

UNIVERSA: Em "Perdida", sua personagem, Sofia, viaja no tempo e volta dois séculos na história. Você já teve o sonho de viver em outra época?
Giovanna Grigio: Sim. Acho que todo mundo já teve essa vontade de viajar no tempo. Tenho essa brisa, sabe? Se tivesse a oportunidade, visitaria outras épocas.

Você é uma fã de clássicos literários, como sua personagem?
Amo ler e fui uma adolescente leitora voraz. Amava Percy Jackson e Meg Cabot, por exemplo. Lembro que comprava os livros e lia em um dia. Passava a tarde toda lendo. Posso dizer que amava os clássicos, inclusive os que a escola apresentava. Um dos meus autores preferidos é, de verdade, o Machado de Assis. Mas Jane Austen eu comecei a ler depois da Sofia. E amei.

Você teria coragem de abandonar toda sua vida para viver um amor em outra época?
Acho que não foi só isso que levou a minha personagem a tomar a decisão que tomou. Existe todo um encanto daquele tempo que combinava muito com a personalidade dela. Apesar de ser uma mulher moderna, aquele é seu mundo dos sonhos. Então, acredito que se eu fosse me transportar para meu mundos dos sonhos e ainda encontrar um amor, eu iria, sim! Por que não?

Acredita que filmes e livros de romance criam patamares inalcançáveis para histórias de amor da vida real?
Acredito que existe muito em nossas vidas que nos faz criar expectativas em relação aos outros. Não acho que livros e filmes de romance sejam os únicos culpados. Sou romântica e não acho errado esperar o melhor para a gente. Inclusive, acho que os romances mais interessantes são aqueles que mostram os defeitos dos personagens, que os tornam mais complexos. Nós encontramos pessoas na vida, enfrentamos dificuldades e o amor vai acontecendo aos pouquinhos. No fim das contas, os romances da ficção são semelhantes aos da vida real. Mas como estamos acostumados com nosso dia a dia, fica parecendo que não tem aquela magia; mas tem, sim.

Você já viveu um grande amor?
Da mesma intensidade que a minha personagem, ainda não. Mas quero um romance de proporções épicas na minha vida. Já vivi histórias interessantes, bons romances.

Em "Perdida" existem amizades muito fortes. Inclusive, Sofia acaba viajando no tempo enquanto está tentando fazer as pazes com a melhor amiga. Para você, qual o valor da amizade entre mulheres?
Para mim, esse é um filme de amor em vários sentidos, não só no romântico. Há também o amor entre Sofia e Nina --para mim, uma das histórias mais fortes da trama. Elas têm uma discussão e entram em conflito justamente porque se amam demais. Sofia é impulsiva e imatura, mas acho linda a forma como a amizade delas amadurece. Rola esse clichê de 'quem ama deixa ir'. Porque, a princípio, elas têm uma amizade pautada no apego e na segurança, mas mostram que podem se amar independente de onde estejam. As melhores amizades que tenho são com minhas amigas mulheres, não tem essa de rivalidade feminina. A gente se ama, se apoia e cuida uma da outra.

Mas o filme ainda mostra um pouco dessa rivalidade. Tudo bem que estamos falando de 1800; mas, em 2023, você acha que as mulheres estão se apoiando mais?
Sim, todo esse papo de sororidade ficou muito em pauta de uns tempos para cá e foi importante para a gente se aprofundar nesse assunto. Sinto que nas minhas amizades estamos sempre prontas para a apoiar umas às outras.

Você tem algum grupo de WhatsApp com as melhores amigas?
Tenho vários grupos com amigas de situações diferentes. Tem um que eu amo, que é com as minhas três melhores amigas da época de escola. Nosso grupo se chama "Quatro amigas e?" e vamos mudando o assunto. É engraçado, já tivemos vários nomes: "Quatro amigas e um mexicano", "Quatro amigas e uma árvore", "Quatro amigas e uma viagem"... Depende da fase da nossa amizade. Parece que são temporadas de uma série, é muito legal.

Dá frio na barriga pensar o que os fãs vão achar do filme? Afinal, o livro já vendeu mais de 700 mil cópias no Brasil.
Medo é pouco, fiquei apavorada. Cria-se muita expectativa e eu sou perfeccionista, justamente porque também sou leitora e entendo a relação do público com o livro. Fiquei bem nervosa durante as gravações, querendo deixar as leitoras da Carina [Rissi, autora do livro "Perdida"] satisfeitas. Afinal, tudo o que estamos fazendo é especialmente para elas. Além de outros públicos com que queremos conversar. Mas tenho tido boas respostas de quem já teve a oportunidade de assistir ao filme. Estou feliz de ter conseguido ficar alinhada com a Sofia que a Carina escreveu.