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'Negra trará visão urgente': por que é importante ter mais mulheres no STF?

de Universa, São Paulo

25/07/2023 16h11

Uma grande pressão social, principalmente feminina, começa a ser articulada para chegar até o presidente Lula (PT) e fazer com que ele indique uma mulher para a próxima vaga no Supremo Tribunal Federal. Em outubro, a ministra Rosa Weber vai se aposentar, deixando apenas Cármen Lúcia ao lado de nove homens.

Para Ligia Fabris, professora de Gênero e Direito da FGV e Direito Rio, especialista em representação feminina na política, trata-se de uma necessidade para que, no mínimo, se mantenho o número atual de mulheres no STF. Além disso, ressalta que uma mulher pode julgar os casos que chegam à corte precisam ter um olhar para desigualdade de gênero. "O direito não é neutro, e a aplicação impacta, muitas vezes, na maneira com que as mulheres estão vivendo no Brasil", explica a especialista.

Ela também destaca a necessidade de ter mulheres ocupando um cargo de poder. "Esses cargos sempre foram ocupados por homens e pensado para ser ocupado por homens. É necessário contemplar os outros sujeitos da nossa sociedade", diz Ligia, que é uma das 67 mulheres assinando o Manifesto a Favor da Nomeação de uma Mulher ao STF.

De acordo com a coluna da Mônica Bergamo no jornal "Folha de S. Paulo", existe uma lista informal com o nome de quatro mulheres com o presidente Lula. São elas: a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Regina Helena Costa, a desembargadora do Tribunal Regional Federal da 2ª Região Simone Schreiber e as advogadas Dora Cavalcanti e Flávia Rahal.

Não há informações se o presidente conta com nomes de mulheres negras em seu radar, mas há um grande movimento social para que três sejam consideradas: a promotora Lívia Vaz e as advogadas Vera Lúcia Santana de Araújo e Soraia Mendes.

Seguem aqui os outros temas que foram destaque nesta edição do "Sem Filtro":

Profissão faz mãe perder a guarda do filho de 10 meses: "Arrancado de mim"

A comissária de bordo Josiane Lima, 29, perdeu a guarda de seu filho de dez meses porque, de acordo com a Justiça, sua rotina de trabalho era "difícil". Atualmente, a guarda provisória da criança pertence ao pai. "Muitas mulheres são demitidas após terem filhos, e aí acontece esse caso da mãe perder a guarda do filho porque está trabalhando. Não há dúvidas que isso tem a ver com machismo", diz Semayat Oliveira, jornalista e consultora do podcast "Mano a Mano".

Zezé Motta: "Aprendi a arregaçar as mangas, não há tempo para lamúria"

Hoje, Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, Universa publicou uma entrevista com Zezé Motta contou quando começou a estudar mais para se fortalecer e combater o racismo. Durante o "Sem Filtro", Semayat falou sobre a importância da data. "Se a vida da mulher negra melhorar, a vida de todo mundo vai melhorar. Essa é uma data para celebrar e repensar os caminhos do nosso país pela perspectiva de mulheres negras."

"Me escondia em cova para fugir da polícia", conta pioneira do futebol feminino

A Copa do Mundo feminina começou, as meninas da seleção ganharam a primeira partida, e as pessoas estão cada vez mais engajadas com o campeonato —a exibição da partida na segunda-feira (24) registrou a maior audiência da Globo em 15 anos. Mas é importante lembrar que a modalidade já foi proibida no Brasil e que mulheres chegaram a ser detidas. A ex-jogadora e técnica da Seleção Feminina Sub-17 do Futebol 7, Dilma Mendes, contou para Universa que foi levada à delegacia algumas vezes por participar de partidas na rua quando era adolescente.

Assista ao Sem Filtro

Quando: às terças e sextas-feiras, às 14h.

Onde assistir: no YouTube de Universa, no Facebook de Universa e no Canal UOL.

Veja a íntegra do programa: