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Suspeito de assédios, Pedro Guimarães se compara a Kevin Spacey, absolvido

Pedro Duarte Guimarães, ex-presidente da Caixa Econômica Federal - Marcos Corrêa/PR
Pedro Duarte Guimarães, ex-presidente da Caixa Econômica Federal Imagem: Marcos Corrêa/PR

Do UOL, em São Paulo

26/07/2023 19h40Atualizada em 27/07/2023 13h56

Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa denunciado por assédios sexual e moral contra funcionários, comentou o veredito que inocentou Kevin Spacey de supostos abusos sexuais, comparando a situação dele para questionar o que ocorre após uma suposta prova de inocência.

O que aconteceu:

Hoje, o ator Kevin Spacey foi considerado inocente de crimes sexuais envolvendo quatro homens, e Pedro Guimarães se referiu ao caso para falar dele próprio. Ele também menciona o processo que o ator Johnny Depp ganhou contra a ex, Amber Heard. "Ambos provaram a inocência", afirmou.

Guimarães se disse inocente e pediu "reflexão" sobre tempos que não voltam e carreiras destruídas por denúncias do tipo. Guimarães foi envolvido em escândalos após deixar a presidência da Caixa, que vão desde obrigar um funcionário a comer pimenta até assédios sexuais contra funcionárias à época. A Caixa foi processada e moveu ação judicial contra o ex-presidente do banco para cobrar dele reembolso pelo acordo de R$10 milhões que firmou com as possíveis vítimas.

Eles também foram massacrados. Carreiras destruídas. E, ambos, demonstraram que as acusações eram inverídicas. Mas este tempo volta atrás? As famílias, em especial os filhos, poderão reverter o "massacre" a que foram submetidos? As carreiras serão "reconstruídas"? Haverá espaço, minimamente, equilibrado na "imprensa" colocando as absolvições?
Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa Econômica Federal

Relembre o caso:

Entre as denúncias feitas contra Guimarães, havia funcionárias que se disseram importunadas sexualmente, outras que teriam sido jogadas em um rio durante uma dinâmica e ainda uma pessoa que teria sido supostamente obrigada a comer pimenta.

O Ministério Público do Trabalho ouviu 38 pessoas e confirmou que houve situações abusivas enquanto Guimarães esteve na presidência do banco. Os relatos incluíam denúncias de toques físicos em partes íntimas, sem consentimento, até convites constrangedores e punições após recusas às investidas de Guimarães. Na acusação, o Ministério Público do Trabalho indica que o banco tolerava práticas de assédio moral e sexual.

O ex-diretor da Caixa pediu demissão do cargo em 2022, e sempre negou as denúncias. O UOL tentou contato com o Tribunal Superior do Trabalho e com a defesa de Guimarães para saber mais sobre o desfecho dos processos e acordos firmados por ele, mas ainda não recebeu retorno.