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Dia do Batom: conheça história de item de beleza que surgiu de um castiçal

de Universa, em São Paulo

28/07/2023 16h06

De 1870, quando o batom foi criado a partir de um castiçal, o item de beleza —que tem até dia, amanhã (29)— já virou símbolo de liberdade e ousadia e até aliado das mulheres no combate à violência de gênero.

O batom foi criado em 1870 por Pierre François Pascal Guerlain, francês fundador da marca que leva seu sobrenome. Além de maquiagem, a grife produzia também velas para castelos, e foi ao observá-las queimarem que Pierre teve a ideia de mudar o formato do batom —até então, o modelo era o de passar com o dedo.

"Pierre teve a ideia de aplicar a massa do batom dentro de um pequeno castiçal para que a mulher pudesse aplicar a maquiagem usando apenas uma mão", diz Gisele Magatti, expert de produtos da Guerlain. E foi assim que surgiu o Ne m'oubliez pas Nº 588, um batom vermelho embalado em um castiçal de ouro. Chique!

Ne m'oubliez pas Nº 588, primeiro batom em bala do mundo - Divulgação - Divulgação
Ne m'oubliez pas Nº 588, primeiro batom em bala do mundo
Imagem: Divulgação

Muito além da beleza

O batom vermelho tem outros significados para mulheres: pode ser sinal de relação abusiva. Durante a pandemia de covid-19, por exemplo, foi criada uma campanha para vítimas fazerem um X vermelho na mão para denunciar casos de violência doméstica.

Durante o programa "Sem Filtro", Cristina Fibe, jornalista, especialista em cobertura de gênero e colunista de Universa, conta que demorou anos para usar o item e falou sobre o significado que tem para ela. "Não sei o que tinha no meu subconsciente para não usar. Com relação às relações abusivas, muitos homens associam, tanto o batom vermelho como o esmalte vermelho, às mulheres que chamam atenção, que são 'fáceis'."

Seguem aqui os outros temas que foram destaque nesta edição do "Sem Filtro":

"Criança chamava pênis de boneca do tio": educação sexual volta às escolas

As aulas de educação sexual serão retomadas nas escolas públicas brasileiras, por meio do programa Saúde na Escola, parceria do Ministério da Saúde com o Ministério da Educação. A iniciativa gera polêmica entre pais e educadores, mas falar sobre sexualidade desde cedo é uma maneira de proteger jovens de abusos. "As crianças que não são ensinadas sobre seus corpos são também as maiores vítimas de abuso", diz Cris Fibe.

Professor de Universidade de Viçosa é demitido após denúncias de abusos

Alunas e ex-alunas acusaram o professor Edson Ferreira Martins, do Departamento de Letras da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, de assédio sexual e moral e estupro . Ele foi desligado de sua função após a investigação de um processo administrativo disciplinar, aberto contra ele em 2019, ter sido concluída.

Segundo a advogada do ex-professor, Marinês Alchieri, ele é inocente em relação às acusações e teve relacionamento com alunas, mas era consensual.

Para Cristina Fibe, consentimento só é válido se for dado de maneira livre. "Às vezes, a mulher pode ter dito sim, mas esse consentimento é dado por algum constrangimento. Se a mulher diz sim porque tem medo de ser reprovada na faculdade ou perder o emprego, por exemplo, em nenhum desses casos foi uma escolha livre", explica Fibe.

"Crime sexual é difícil de comprovar. Guarde provas", diz Cris Fibe

A colunista de Universa lembra da importância de denunciar: "A maioria dos violadores sexuais faz isso mais de uma vez e contra mais de uma mulher. Mas é importante denunciar]de forma pensada e geralmente acompanhada de alguém. Também é bom contar o que sofre para amigas, por exemplo, para ter testemunhas que saibam o que está acontecendo."

"Estereótipos de que mulheres não dirigem bem adiaram o sonho da CNH", afirma Djamila Ribeiro

De acordo com uma pesquisa da Secretaria Nacional de Trânsito, apenas 35% das carteiras de motoristas ativas pertencem à população feminina. E, apesar das piadas sem graça que ouvimos, de que mulher não sabe dirigir, 82% dos acidentes de trânsito envolvem, na verdade, os homens.

Assista ao Sem Filtro

Quando: às terças e sextas-feiras, às 14h.

Onde assistir: no YouTube de Universa, no Facebook de Universa e no Canal UOL.

Veja a íntegra do programa: