Topo

Ginecologista de 73 anos é indiciado por estupro de vulnerável em GO

Fabio Guilherme da Silveira Campos, médico ginecologista preso por denúncias de estupro - Polícia Civil/Divulgação
Fabio Guilherme da Silveira Campos, médico ginecologista preso por denúncias de estupro Imagem: Polícia Civil/Divulgação

Colaboração para o UOL, em São Paulo

28/07/2023 19h44

A Polícia Civil de Goiás indiciou o ginecologista Fábio Guilherme da Silveira Campos, 73, pelo crime de estupro de vulnerável no inquérito referente à primeira mulher que o denunciou por violência sexual. O médico, que está preso desde a semana passada, é suspeito de violentar pelo menos 16 mulheres.

O que aconteceu:

Mudança na tipificação do crime. A polícia informou que a alteração para estupro de vulnerável deu-se porque foi constatado que os abusos ocorreram sem chance de defesa para a vítima.

"Ficou claro que a vítima encontrava-se em absoluta vulnerabilidade, totalmente incapaz de oferecer qualquer resistência", disseram os investigadores, ressaltando que a posição do exame ginecológico torna a movimentação da vítima "extremamente limitada".

De acordo com a polícia, Fábio Guilherme tocava inapropriadamente as mulheres, massageava o órgão genital das vítimas, e tecia comentários de conotação sexual.

O inquérito referente à primeira mulher que denunciou o médico foi concluído hoje. Posteriormente, pelo menos 16 vítimas foram identificadas, e algumas delas são adolescentes. Um caso, que teria ocorrido em 1994, já prescreveu.

Em nota, a defesa do ginecologista disse estar "absolutamente convicta" da "inocência" de seu cliente: "Quanto à imputação atual, a defesa acredita na absoluta inocência do investigado e - de sua perspectiva - não existem elementos de provas indicativas de responsabilidade criminal"

Referente à "imputação" de suposto estupro cometido contra menor de idade, os advogados alegaram que, "em razão de decurso de prazo, a punibilidade do investigado se encontra extinta", logo, afirmaram, não é possível atribuir a ele "qualquer responsabilidade criminal".

Entenda o caso

No dia 27 de junho, uma paciente denunciou Fábio Guilherme da Silveira Campos por estupro, quando as investigações contra o ginecologista foram iniciadas.

Uma das pacientes que o denunciou contou que foi assediada durante uma consulta pré-natal no Ciams (Centro Integrado de Atenção Médico Sanitária) Novo Horizonte, em Goiânia.

Na ocasião, o marido dela chegou a ir até o suspeito e bater nele após o registro do boletim de ocorrência. A agressão foi gravada e publicada nas redes sociais e o marido da vítima chegou a ser preso pela polícia.

Após as primeiras denúncias, outras vítimas procuraram a delegacia para denunciar o médico.

Em nota, a SMS (Secretaria Municipal de Saúde) disse Fábio começou a trabalhar no Ciams de Novo Horizonte em 2014 e que desde então nenhuma denúncia contra ele foi registrada. Ele foi afastado pelo órgão em 30 de junho.

O Cremego (Conselho Regional de Medicina de Goiás) informou que as denúncias referentes ao comportamento dos profissionais registrados na instituição são investigados em sigilo.

Como denunciar violência médica

Em casos de violência cometida por um profissional de saúde, seja obstétrica ou sexual, é possível fazer denúncias em diversos canais.

Você pode procurar a ouvidoria do próprio hospital ou clínica. Também recebe denúncias o conselho regional de medicina de cada Estado (é possível encontrar informações neste link acessando a aba contatos). Caso o denunciado seja um enfermeiro, auxiliar ou técnico, procure o conselho de enfermagem da região (veja contatos dos órgãos por Estado neste link).

O Ministério Público Federal é outro órgão que pode receber denúncias, inclusive pela internet, neste link. Ainda podem ser acionados o Ministério da Mulher por meio do Ligue 180, canal do governo federal que funciona 24 horas por dia —funciona também por WhatsApp no número (61) 9610-0180 ou clicando neste link. O Disque Saúde, do Ministério da Saúde, é outra alternativa, e funciona no número 136.