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'Sou corno e sinto prazer em ver minha esposa transando com outros homens'

Arthur Urso curte ser corno na relação com sua primeira esposa, Luana Kazaki - Reprodução
Arthur Urso curte ser corno na relação com sua primeira esposa, Luana Kazaki Imagem: Reprodução

Tiago Minervino

Colaboração para Universa, em São Paulo

02/08/2023 04h00

Quem vê Arthur Urso, 37, com suas seis "esposas" pode pensar que o autodeclarado influenciador do amor livre é o típico macho alfa pegador. Na prática, a realidade difere do imaginário popular: o venezuelano, que mora no Brasil, descreve a si mesmo como um "chifrudão", que sente prazer em ser corno e assistir suas companheiras mantendo relações sexuais com outros homens.

Urso é adepto do cuckold, fetiche em que homens gostam de ver suas companheiras transando com outros homens, enquanto eles apenas assistem, misturando as taras de "corno" e de voyeurismo.

Há casos, entretanto, em que o marido/namorado também participa, seja transando com a parceira, ou, não raro, sendo penetrado pelo outro homem.

O termo tem se popularizado aos poucos, à medida que crescem os espaços que permitem que esse tipo de fantasia ganhe vida, longe dos julgamentos de terceiros, como as casas de swing, por exemplo. Vale destacar que, como toda inovação no sexo, a prática tem de ser consentida por todos os envolvidos.

As redes sociais também se tornaram uma válvula de escape para os que curtem a prática. No Twitter, por exemplo, existem dezenas de perfis com centenas de milhares de seguidores que propagam a fantasia cuckold.

Casais desinibidos compartilham suas rotinas, enquanto os adeptos da modalidade, sejam os "comedores" ou os cornos, estão à espreita para se realizarem e se deleitarem no gozo do ato carnal.

Universa conversou com um casal heterossexual, um homossexual e com um homem bi adeptos da prática, sejam como "comedores" ou cornos.

'Gosto do diferente', afirma Urso

Arthur Urso conta que começou a realizar sua fantasia de ser corno há cerca de oito anos, mas o desejo é antigo: começou na adolescência, quando "despertou a vontade de ver minhas namoradas com outros homens". À época, ele se questionava se isso "é normal".

"É muito interessante porque as pessoas se classificam e eu me encaixo naquele chifrudão, onde você gosta de tudo, de praticar tudo naquele momento. O que me desperta um tesão enorme é ser submisso e ficar observando [minhas mulheres com outros]. É o que prevalece em primeiro lugar", diz ele.

Permissivo e curioso, Artur não hesita em explorar seus fetiches na intimidade com suas parceiras. Além de se autodeclarar corno, ele afirma que gosta de ser "maltratado" e sente ainda mais prazer quando vê suas esposas com homens com pênis maior que o seu.

"É interessante falar disso porque muitos homens não gostam de assumir esse lado submisso ou ser tachado como corno devido ao machismo", afirma Urso.

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Arthur Urso curte ser corno na relação com sua primeira esposa, Luana Kazaki
Imagem: Reprodução

Embora viva com seis mulheres, Arthur Urso destacou que nem todas gostam de transar com outros para satisfazer seu prazer.

Luana Kazaki, sua primeira esposa e mais uma, que ele prefere não identificar, aceitam a fantasia do marido. Já as outras esposas ainda "estão se familiarizando com esse meio".

Quanto à escolha dos parceiros, Urso ressaltou que, entre as "coisas muito insanas" que já aconteceram, houve o envolvimento de familiares na cama com suas "esposas", além de amigos. "Para a gente, isso se tornou normal."

'Sou um homem realizado'

Ser "mente aberta" é imperativo na vida de Urso, que diz não gostar de se "classificar apenas como uma coisa". Ser corno não é sinônimo de ser impotente com suas esposas e, frisou, o sexo não é apenas penetração. "Uma mulher se satisfaz somente com minha boca. A minha boca é mágica", diz o modelo, que tem perfil adulto no OnlyFans.

"Acho que sou um dos homens mais realizados do mundo porque envolvo um mix de sentimentos e prazeres."

Questionado se interage com suas mulheres quando elas estão com outros, Arthur pontuou que prefere assistir. Mas revelou que curte o "beijo branco", ou seja, beijar sua esposa com o esperma de outro homem na boca.

Sempre o proibido, o diferente, é o que me atrai e atrai minhas esposas. A forma natural de acontecer é o mais prazeroso. Se não vive o conto erótico, não é bom.

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Arthur Urso curte ser corno na relação com sua primeira esposa, Luana Kazaki
Imagem: Reprodução

Gosto de oferecer 'presentes' para meu marido

O prazer em ser corno não é uma exclusividade heterossexual, e Pedro é a prova disso. Casado há 14 anos com Lucas, ele procura outros homens que gostam de ser penetrados para oferecer de "presente" ao seu marido.

A Universa, Pedro contou que o relacionamento com Lucas "sempre foi aberto", principalmente para satisfazer seu fetiche em ser corno. Autodeclarado voyeur, ele diz que "às vezes" participa, mas o que curte mesmo é assistir seu marido dominando outros homens. Em alguns casos, ele prefere ficar no quarto ao lado, apenas ouvindo os gemidos do parceiro com terceiros.

"Sinto muito prazer em ver outro passivo servindo a ele", afirmou, ressaltando que sonha em "ter a experiência do outro passivo dormir a noite toda com ele [Lucas]" na cama do casal.

Pedro costuma usar aplicativos voltados para o público gay para encontrar outros homens. Ele aborda o potencial candidato e pergunta se a pessoa tem interesse em fazê-lo de "corno manso". Se a resposta for sim, aí é só partir para o encontro. Em outras ocasiões, ele também usa baladas ou saunas para encontrar o terceiro momentâneo da relação.

Orgulhoso, Pedro conta da ocasião em que Lucas viajou ao Chile a trabalho e usou a geolocalização do Grindr para encontrar um homem que satisfizesse o marido. Sem avisar a Lucas, Pedro combinou com um rapaz, passou o endereço do hotel e o enviou de "presente" até a cama do marido. Do Brasil, ele apenas ouviu o que acontecia no quarto por meio de uma ligação. O prazer, garante, foi "inenarrável".

'Como gays, mulheres e seus maridos'

Não existe tempo ruim para Diego Mathias Nunes quando o assunto é sexo. O paulistano de 34 anos é bissexual e usa as redes sociais e festas privadas para encontrar parceiros.

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Solteiro, Diego Mathias curte manter relações sexuais com homens e mulheres casados
Imagem: Reprodução

"Prefiro festas e eventos particulares, mas também uso grupos no Facebook, salas e grupos no Telegram, no WhatsApp, aplicativos [como o Grindr] e grupos de amigos", explicou.

Quando sai com casadas, Diego afirma que, "quase sempre, o marido participa de alguma forma", seja acariciando a esposa, masturbando e chupando seu pênis ou mesmo pedindo para ser penetrado — o que ele diz ser a maioria.

"Tenho três ou quatro amigos e fazemos com uma certa frequência algumas festinhas particulares", conta ele.

Quase sempre o marido participa de alguma forma: me masturbam, alguns fazem sexo oral em mim, mas a grande maioria pede para ser penetrado antes ou depois de eu fazer algo com a esposa deles.

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