'Dar amor e limites': educação positiva é desafio e sucesso nas redes
Você já ouviu falar em educação positiva? A prática está se tornando moda entre os pais. Só no Tiktok a hashtag #EducaçãoPositiva tem quase 400 milhões de visualizações. O problema é que tem família que pode confundir 'educar com amor' com 'permitir que meu filho faça tudo'.
"Fomos criados com pais muito autoritários, que batiam, não davam espaço para a criança argumentar. E a consequência é que os pais hoje estão ficando muito permissivos. Enquanto achamos que estamos sendo amorosos, estamos criando problemas. Temos que dar amor e limites", diz Ariádny Abbud, especialista em terapia cognitiva comportamental com crianças e adolescentes.
Para Nathalia Heringer, mestre em cognição, comportamento e pós-graduada em neuropsicologia, apresentar limites é importante para o desenvolvimento da criança, já que a infância é uma preparação para a vida adulta.
"Os pais têm que pensar nesse desenvolvimento. Uma criança de oito anos, por exemplo, tem a compreensão dos combinados que faz com os pais. Uma menor precisa de regras diretivas. Você que é pai e mãe sabe o que é melhorar para a criança. Isso deve ser feito com afeto e gentileza, mas com direcionamento", ensina.
As especialistas afirmam que as consequências de uma educação sem limites e muito permissiva já pode ser percebida na adolescência. "Se eles não lidam com negativas na infância, se tornam adolescentes com dificuldade de lidar com a frustração. E a vida vai dizer 'não'. Seja em uma vaga de estágio que não deu certo, no vestibular ou até mesmo um coração partido", diz Ariádny
As consequências dessa permissividade são sérias e podem resultar em problemas psicológicos e até mesmo a automutilação.
"Limites têm que ser criados pensando no bem-estar da criança, nunca no humor dos pais naquele dia. Educação é como um quadro: tem a moldura dura, mas dentro posso pintar como eu quiser. É uma liberdade assistida", diz Nathalia. Ela reforça que tudo isso tem que ser feito com muito amor e acolhimento.
Quebrar ciclo de traumas
A pedagoga e educadora parental Maya Eigenmann lançou ontem (7) o livro "Pais feridos. Filhos Sobreviventes: e como quebrar esse ciclo" (Astral Cultural), que fala sobre romper traumas e o pouco acolhimento emocional que tínhamos na nossa infância. Ele está em primeiro lugar em vendas na Amazon na categoria "Participação dos pais na educação".
"O amor transforma e podemos escrever essa história de uma forma diferente", disse para Universa. Maya se considera uma filha sobrevivente, tal qual seus pais também foram, e entende a educação positiva como uma forma de prevenir esses traumas.
"Não dá mais para sustentar essa educação. Precisamos olhar o que nos faltou na infância e começar a nos rematernar a partir dessa compreensão", diz ela.
E dá um exemplo. "Posso ser uma pessoa que não consegue chorar. Quando vejo meus filhos chorando tento reprimir essa emoção e desviar a atenção. Porque tenho a concepção de que chorar é algo ruim", explica. Segundo ela, nenhum bebê nasce com vergonha de chorar. Isso é algo que nos foi ensinado.
"Entro em contato com a educação positiva para entender porque me desespero ao ver a criança chorar e descubro que na infância não tive esse espaço para entrar em contato com meus sentimentos", diz. E esse comportamento respinga na educação que ela dá aos filhos - o tal ciclo que tem que ser quebrado.
"O rematernar nos dá uma possibilidade de fazer diferente e conseguir dar pros nossos filhos, não tudo o que precisam, mas para fazer uma reparação de danos", completa.
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Seguem aqui os outros temas que foram destaque nesta edição do "Sem Filtro":
Dieta do sexo: 'Emagreci 6 kg, mas pode ser novico', diz modelo
A apresentadora Lívia Andrade e a empresária Kim Kardashian já disseram que usaram as horas de prazer para emagrecer. A modelo Carolina Lekker, 26, ganhadora do Miss Bumbum 2022, garante que a dieta a ajudou a vencer o concurso. Para Cristina Fibe, jornalista, especialista em cobertura de gênero e colunista de Universa, esse é mais um desserviço para as mulheres. "Isso acaba voltando com aquele ideal antigo da magreza, que precisamos atingir o padrão ideal, além de fazer sexo por obrigação. Sexo é encontro, e não performance."
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Os números de mortes e internações entre mulheres por uso de álcool aumentaram. Segundo pesquisa do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, em 2021, as mortes aumentaram 7,5% e as internações 5%. "Estamos sobrecarregadas, exaustas, e talvez isso gere mais consumo", avalia Fibe.
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Assista ao Sem Filtro
Quando: às terças e sextas-feiras, às 14h.
Onde assistir: no YouTube de Universa, no Facebook de Universa e no Canal UOL.
Veja a íntegra do programa:
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