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EUA: Garota de 13 anos dá à luz após sofrer estupro e ter aborto negado

Protestos pró-aborto na Florida, nos EUA Imagem: John Parra/Getty Images for MoveOn

Do UOL, em São Paulo

14/08/2023 19h05Atualizada em 14/08/2023 19h05

Uma menina de 13 anos, identificada como Ashley, que foi impedida de fazer um aborto após ser estuprada, deu à luz um menino em Clarksdale, Mississippi. As informações são da revista Time e do Guardian.

O que aconteceu:

A adolescente engravidou após ser vítima de estupro, mas não conseguiu fazer um aborto devido às restrições impostas pelo estado de Mississippi. Ela gravava vídeos no quintal de sua casa quando um homem desconhecido a atacou e estuprou. Após 39 semanas de gestação, a adolescente deu à luz, em um parto que Ashley descreveu como "doloroso".

O local mais próximo que oferecia o aborto legalmente era uma clínica em Chicago, no estado de Illinois, a nove horas de carro da casa de garota.

A mãe dela, identificada como Regina, afirmou que "não tinha dinheiro" para levar a filha até Chicago e realizar o procedimento. A última clínica de aborto em Mississipi fechou após a decisão da Suprema Corte dos EUA, que retirou o direito constitucional das mulheres realizarem abortos e permite os governos estaduais construírem suas próprias leis sobre o tema.

Tecnicamente, o estado do Mississipi permite abortos em casos de estupros e quando há risco de vida, mas ainda assim as operações liberadas nesses casos são raras. O governo estadual decretou que os estupros precisam ser denunciados a forças policiais para que o aborto seja permitido.

Nos EUA, dois terços dos casos de assédio, abuso ou estupro não são denunciados, segundo o Rainn (Rede Nacional de Estupros, Abusos e Assédio dos EUA). E mesmo quando a operação é permitida, ainda deve ser paga e realizada em clínicas especializadas.

O caso de Ashley é um exemplo das desigualdades de saúde em Mississippi, onde as mulheres negras têm quatro vezes mais chances de morrer de complicações relacionadas à gravidez em comparação com as mulheres brancas, segundo o departamento de saúde do estado. Segundo o Instituto Guttmacher, 60% das mulheres que procuram abortos nos EUA são negras e cerca da metade vive abaixo da linha da pobreza.

Essa situação machuca mais porque era uma criança inocente fazendo o que crianças fazem, brincando, e era minha criança. Machuca, e sempre vai machucar Regina, mãe de Ashley, em entrevista à Time

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