'Levei um bolo na Itália e, 1 ano depois, nos vimos em um voo e casamos'
Thiali Albanese, 34, estava procurando uma acomodação na Itália para ficar com um amigo enquanto realizava os trâmites para ganhar sua cidadania italiana. Durante a pesquisa, ela entrou em um grupo do Facebook em busca de um lugar, mas por lá acabou conhecendo o seu atual marido.
A história de amor entre Thiali e o ítalo-brasileiro Fábio Negri, 48, não é linear. Após o encontro na internet, os dois marcaram de se conhecer pessoalmente no Aeroporto de Milão. Por um imprevisto do trabalho de Fábio, o encontro não aconteceu e os dois ficaram um ano sem se falar. Uma segunda chance ocorreu quando Thiali teve uma oportunidade de trabalho na Guiné-Bissau. Durante uma escala na Etiópia, ela viu Fábio dentro do mesmo avião. De lá, os dois retomaram o contato.
A Universa, Thiali contou a sua história repleta de coincidências.
"Ele curtia todas as minhas fotos"
"Conheci ele em 2018 em um grupo de Facebook sobre moradia na Itália. Nos adicionamos e ele sempre curtia minhas fotos. Só fomos nos falar de verdade em outubro de 2019. Na época, iria fazer uma viagem para regularizar minha cidadania italiana com um amigo que chamo de irmão. Nós íamos para Milão e precisávamos encontrar uma hospedagem na cidade. Como eu tinha ele adicionado no Facebook, resolvi entrar em contato para pedir ajuda. Mandei um áudio falando: 'vejo que você curte tudo o que é meu e queria saber se pode me ajudar'. A gente começou a conversar e a vibe era legal, até então só de amizade.
Quando foi fevereiro de 2020, quando eu ia viajar, ele mandou mensagem dizendo que não conseguiu ver a questão da hospedagem, mas que, se eu estivesse disposta, poderia buscar a gente no Aeroporto de Milão, e ficou combinado isso. Quando cheguei, enviei uma mensagem para ele, mas ele não respondeu. Vi que ele tinha visualizado, mas achei que estivesse me ignorando. Na minha cabeça a espera foi de horas, mas na realidade foram apenas de minutos.
Fiquei impaciente e concluí que estava sendo ignorada. Pensei: 'Quer saber? Não preciso disso!'. Chamamos um táxi e fui embora. Bloqueei ele em tudo quanto era lugar e nunca mais falei com ele.
As coisas não deram muito certo na Itália porque logo depois começou a pandemia de covid-19 e eu resolvi voltar para o Brasil. Fiquei aqui durante o ano da pandemia e em abril de 2021 apareceu uma oportunidade de trabalhar na área de hotelaria na Guiné-Bissau, como governanta em um hotel que iria inaugurar lá. Meu avião fazia escala na Etiópia, onde passaria dois dias. Embarquei no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e fui.
Fiz a viagem tranquila e quando estava descendo do avião, eu senti que tinha alguém me olhando. Quando olhei para o lado, tinha uma fileira no meio, no canto, e era ele. Na hora, ele me reconheceu e disse meu nome e abaixou a máscara. Eu falei: Fabio? E atravessei o avião inteiro. Ficamos sem entender o que tava acontecendo e nem tivemos muito tempo juntos. Tinha passado um ano e pouco da nossa primeira tentativa de nos encontrarmos.
Ele me explicou que estava voltando de férias e eu disse que estava de conexão de dois dias na Etiópia para depois ir para a Guiné-Bissau. Então ele me explicou que estava no Brasil e, por conta da pandemia, tiveram que mudar a rota do avião, mandando ele para Etiópia porque nenhum passageiro que viesse do Brasil poderia entrar na Itália direto. Assim, ele teve que fazer escala na Etiópia para pegar um voo para Milão.
Foi tudo muito rápido, mas naquele momento voltamos a conversar. Passei o ano na Guiné-Bissau em contato com ele. Disse que passaria as férias em Portugal e ele falou que ficava perto da Itália, mas não se ofereceu para me receber ou algo assim e a vida seguiu. Ele se tornou meu melhor amigo, de eu contar os meus problemas.
Na época, eu tinha arranjado um namorado português e contava os dramas para ele, que me dizia que o fato do cara estar longe não impedia a relação. E eu dizia: 'Você nunca se apaixonou por alguém de outro continente'. E ele respondia: 'Você não tem noção do que está falando'. Naquele momento eu não imaginava nada.
Retornei ao Brasil em fevereiro de 2022 e ele me mandou uma mensagem se declarando. Ele disse que há 4 anos me admirava e que eu não sabia o quanto ele gostava de mim. Aí eu pensei: 'Meu Deus!'. Falei que estava voltando para o Brasil, que precisava pensar sobre um relacionamento à distância. Ele disse que me daria uma passagem para conhecer a Itália e se eu sentisse que deveria casar com ele, era para eu casar.
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Quero receberNo tempo em que conversávamos, ele já fazia esses tipos de pedido. Ele sempre me elogiava, dizendo que a minha voz era linda, minha vibe era bonita. E eu pensava: 'esse cara é maluco!'. Eu não levava muito a sério. Mas ele sempre foi uma pessoa que transparece uma alma muito boa e não senti algo ruim vindo dele, então decidi ir. Antes de encontrá-lo, falei com o meu amigo-irmão, que estava desesperado com a história, que achava que o Fabio tinha cara de quem beijava mal. E então, assim que desembarquei em Torino, em junho do ano passado, aconteceu o nosso primeiro beijo.
Quando ele me beijou, tudo encaixou. O abraço, o beijo, a energia. Foi tudo completamente encaixado. Ele me recebeu com um buquê de flores brancas, minhas favoritas. Mas nunca tinha contado isso para ele. Ele apenas sabia. Perguntei como e ele disse que era porque eu sempre publicava imagens de rosas-brancas nas redes sociais. Sempre muito cavalheiro.
De primeira, eu não queria passar um mês lá, só duas semanas. Mas, com o tempo, com todo o carinho e o afeto que ele tinha comigo, acabei ficando mais. Eu falava para ele que um mês era pouco para conhecê-lo, porque ele poderia fingir ser quem não era para me atrair, e ele disse que não faria isso. E eu vi que ele sempre foi o mesmo todo esse tempo. Acabei ficando e estou aqui até hoje. Começamos a namorar em junho do ano passado e em 21 de janeiro deste ano nos casamos.
Quando eu perguntava por que ele não tinha ido me buscar no aeroporto, ele desconversava, dizia que só falaria pessoalmente. E, quando cheguei na Itália, ele contou. Ele disse que ele tinha acabado de chegar no trabalho e não tinha como ir porque estava com muita demanda. Ele disse que ia falar para tomarmos café no dia seguinte, só que não conseguiu mais falar comigo porque tinha sido bloqueado.
Era para ele estar voltando para a Itália com outra mulher...
E o mais impressionante de tudo é que, quando nos reencontramos no avião para a Etiópia, era para ele estar voltando para a Itália com outra mulher. Ele tinha conhecido ela em São Paulo, estavam juntos há um tempo, e ela prometeu que iria com ele para a Itália. As passagens já estavam compradas, eles já estavam juntos no aeroporto e, no momento do embarque, ela disse que não queria subir no avião, que estava sentindo que não deveria ir.
E ela não foi. Ele ficou chateado, mas mesmo assim embarcou. Naquele dia, era para ele estar acompanhado, mas a desistência dela fez com que a gente se reencontrasse. Ele diz que foi a coisa mais legal que ela poderia ter feito porque se ele tivesse acompanhado talvez nada disso teria acontecido.
Faz um ano e tudo segue igual. Dificilmente a gente briga e aprendemos muito um com o outro. Hoje sou a pessoa mais feliz do mundo. Ter vindo para cá foi a melhor escolha que fiz na minha vida.
Minha família não acreditava que iria casar. Sempre falei que não faria isso, que nasci para viver sozinha e viajar o mundo. Sempre trabalhei para viajar o mundo. Ninguém veio ao meu casamento porque achavam que eu estava brincando. Só souberam que era verdade quando me viram por videochamada com o vestido de noiva. Agora, compramos uma passagem para janeiro do próximo ano para comemorar as bodas de papel no Brasil, e celebrar o casamento com a minha família.
A rotina tem sido muito tranquila. Sempre tive uma cabeça feminista, muito livre e ele um pouco mais conservador, mas mesmo assim a gente conseguiu criar uma vibe muito bacana.
Fico muito emocionada com a nossa história e acredito que foi da vontade de Deus que acontecesse algo assim. Ao mesmo tempo que penso que sou completamente doida (risos). É uma coisa que eu não aconselho nenhuma mulher a fazer, é complicado, mas para mim deu certo."
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