Topo

PL Mães de Maio quer que governo pague tratamento de mães que perdem filhos

de Universa, em São Paulo

15/08/2023 16h14

Os Crimes de Maio ficaram marcados na história do Brasil. Entre os dias 12 e 20 de maio de 2006, quase 500 jovens morreram por conta de ações da polícia do estado de São Paulo que aconteceram em retaliação a ataques do PCC. Passados 17 anos, mulheres que perderam seus filhos ainda lutam para que o Estado seja responsabilizado.

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB) criou um projeto de lei chamado "PL Mães de Maio", propondo que o governo seja, entre outras coisas, responsável por pagar tratamento psicológico e jurídico de mulheres que perdem seus filhos por ações de truculência da polícia.

"A violência de agentes do Estado tem números dramáticos no Brasil. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública demonstram que em muitos estados as taxas de homicídio são absurdas. Chegam a ser sete vezes maior do que é considerado tolerável", disse o deputado para Universa.

Ele ainda reforça: quer que a PL seja votada - e aprovada - até o ano que vem. "Até o final do ano queremos ter uma comissão especial para se debruçar neste projeto, fazer um debate na sociedade civil e com o governo, para que em 2024 possamos votar o texto", explicou.

Mães na Luta

Debora Silva, é a fundadora do Movimento Mães de Maio, e pesquisadora do Centro de Antropologia e Arqueologia Forense da UNIFESP. Seu filho, o gari Edson Rogério Silva dos Santos, foi um dos mortos em 2006. Até hoje ela luta por justiça.

Débora disse em entrevista à Universa que a PL precisa ser aprovada. "Além de matar nossos filhos, estão matando nossas famílias, que estão ficando doentes. A sociedade tem que pensar sobre o que é feito com mulheres negras, pobres e periféricas. Isso é racismo estrutural. Perdemos o direito da maternidade, à nossa dignidade de mãe e de criarmos nossos filhos", completa.

Debora faz parte de um grupo de pesquisa que estuda o impacto na saúde dessas mulheres que têm seus filhos assassinados. A dor do luto, segundo ela, faz com que mães e familiares desenvolvam doenças que, muitas vezes, não têm recursos para tratar.

"Essas mães precisam de tratamento psicológico e uma reparação econômica social. Muitas são mães solo, domésticas, diaristas e que perdem a opção de trazer sustento para a casa porque estão doentes e é uma doença invisível. Nós do Movimento Mães de Maio, que é nacional e independente, acolhemos o que é de responsabilidade do governo acolher", diz.

Seguem aqui os outros temas que foram destaque nesta edição do "Sem Filtro":

Jovem com gravidez psicológica ficou de luto por um ano: 'Meu mundo caiu'

Assim como a personagem da atriz Lucy Ramos em "Amor Perfeito", a social media Gisele Ramos, 21, passou por uma gravidez psicológica. Na época, ela tinha terminado um namoro abusivo e se afastado da família. Para Universa, a jovem contou que a menstruação estava atrasada, viu a barriga crescer, os seios ficarem diferentes, além de sentir tontura e enjoo.

Pesquisadora da morte mudou a forma de ver a vida após experiência pessoal

A maioria das pessoas não fala de maneira alguma sobre a morte. Mas muitos pesquisadores dizem que só temos essa reação de medo sobre a finitude justamente porque não falamos sobre o assunto. No livro "A Vida Afinal - Conversas Difíceis Demais Para se Ter em Voz Alta" (Paraquedas), a pesquisadora, professora e advogada Cynthia Araújo narra a dificuldade que as pessoas têm de falar sobre a finitude — e como isso é importante.

Dia dos Solteiros: 60% não abre mão de limites por namoro, diz pesquisa

Sabia que hoje (15) é Dia do Solteiro? Uma pesquisa do aplicativo Inner Circle revelou que 61% de seus usuários não abrem mão de seus limites só para conseguir um namoro. Mas a mesma pesquisa mostrou que 53% já aceitaram coisas que não gostavam só para ficar no relacionamento.

Assista ao Sem Filtro

Quando: às terças e sextas-feiras, às 14h.

Onde assistir: no YouTube de Universa, no Facebook de Universa e no Canal UOL.

Veja a íntegra do programa:

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

PL Mães de Maio quer que governo pague tratamento de mães que perdem filhos - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade


Sem Filtro