PL Mães de Maio quer que governo pague tratamento de mães que perdem filhos
Os Crimes de Maio ficaram marcados na história do Brasil. Entre os dias 12 e 20 de maio de 2006, quase 500 jovens morreram por conta de ações da polícia do estado de São Paulo que aconteceram em retaliação a ataques do PCC. Passados 17 anos, mulheres que perderam seus filhos ainda lutam para que o Estado seja responsabilizado.
O deputado federal Orlando Silva (PCdoB) criou um projeto de lei chamado "PL Mães de Maio", propondo que o governo seja, entre outras coisas, responsável por pagar tratamento psicológico e jurídico de mulheres que perdem seus filhos por ações de truculência da polícia.
"A violência de agentes do Estado tem números dramáticos no Brasil. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública demonstram que em muitos estados as taxas de homicídio são absurdas. Chegam a ser sete vezes maior do que é considerado tolerável", disse o deputado para Universa.
Ele ainda reforça: quer que a PL seja votada - e aprovada - até o ano que vem. "Até o final do ano queremos ter uma comissão especial para se debruçar neste projeto, fazer um debate na sociedade civil e com o governo, para que em 2024 possamos votar o texto", explicou.
Mães na Luta
Debora Silva, é a fundadora do Movimento Mães de Maio, e pesquisadora do Centro de Antropologia e Arqueologia Forense da UNIFESP. Seu filho, o gari Edson Rogério Silva dos Santos, foi um dos mortos em 2006. Até hoje ela luta por justiça.
Débora disse em entrevista à Universa que a PL precisa ser aprovada. "Além de matar nossos filhos, estão matando nossas famílias, que estão ficando doentes. A sociedade tem que pensar sobre o que é feito com mulheres negras, pobres e periféricas. Isso é racismo estrutural. Perdemos o direito da maternidade, à nossa dignidade de mãe e de criarmos nossos filhos", completa.
Debora faz parte de um grupo de pesquisa que estuda o impacto na saúde dessas mulheres que têm seus filhos assassinados. A dor do luto, segundo ela, faz com que mães e familiares desenvolvam doenças que, muitas vezes, não têm recursos para tratar.
"Essas mães precisam de tratamento psicológico e uma reparação econômica social. Muitas são mães solo, domésticas, diaristas e que perdem a opção de trazer sustento para a casa porque estão doentes e é uma doença invisível. Nós do Movimento Mães de Maio, que é nacional e independente, acolhemos o que é de responsabilidade do governo acolher", diz.
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