Vereadora assediada na Câmara diz que pena de vereador foi 'a mais branda'
A vereadora Carla Ayres (PT-SC) disse que a pena para o colega Marquinhos da Silva (PSC-SC) é incompatível com a quebra de decoro que ele teve ao importuná-la sexualmente na Câmara de Florianópolis, em dezembro do ano passado.
O que aconteceu:
Na segunda-feira (14), os vereadores aprovaram por ampla maioria que Marquinhos levasse uma advertência pública. Apenas um colega foi contra, Maikon Costa (PL), por acreditar que o caso foi um "simples abraço". Na ocasião, transmitida ao vivo, Marquinhos deu a mão para cumprimentar Carla, mas acabou a agarrando ao fechar o corpo ao redor dela e tentar beijá-la na bochecha — ela se soltou e ele seguiu rindo (veja abaixo).
No plenário antes dos votos, a vereadora explicou que teve uma relação amistosa com Marquinhos antes da importunação e o que separa os momentos "é uma relação consensual".
Em nota após a votação, Carla disse que a vereadora Maryanne Mattos (PL-SC), relatora do caso, "decidiu por aplicar a pena mais branda do regimento", e a decisão "ignora a gravidade da situação e a consternação social diante do ocorrido". Carla esperava pela cassação do mandato de Marquinhos.
Ela ainda falou que a advertência pública é incompatível com a importunação sofrida, porque "representa um terrível exemplo à sociedade".
É razoável supor que as esposas dos senhores poderiam ser agarradas por trás por um amigo de trabalho e a tese de que existia uma relação amistosa anterior seria aceita por vocês como maridos, colegas e irmãos?"
Carla Ayres na Câmara
O que Marquinhos disse?
Também no plenário, o vereador disse estar vivendo um dos "momentos mais difíceis da minha vida", e alegou ter sido "condenado publicamente, fui alvo de ameaças físicas e até de morte".
O vereador afirmou que errou, "nunca neguei isso", e falou estar "arrependido".
Chego nesta Casa abraçando a todos, beijando homens ou mulheres sem distinção, mas sempre com muito apreço".
Marquinhos da Silva, vereador
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