Vagina não é vulva, e a sua é única! Aprenda mais com estas 6 curiosidades
Em 2011, preocupado com o crescente número de mulheres que se submetiam a cirurgias estéticas íntimas, o artista plástico britânico Jamie McCartney decidiu criar uma grande exposição para mostrar a beleza da diversidade de vaginas. O trabalho, que consistia em painéis exibindo moldes de gesso com a impressão da vulva de 400 mulheres reais, também virou um livro, "The Great Wall of Vaginas" ("O Grande Mural das Vaginas", em tradução livre).
O fato é: vulvas têm inúmeras formas e nenhuma é igual a outra. Tamanhos, formas, cores... Não há nada errado em ter características variadas e falar sobre isso é importante para que as mulheres entendam que não existe um problema ou um padrão a se buscar.
Isto é: discussões sobre a beleza da pepeca no levam a lugar algum, já que são simplesmente variações anatômicas — todas normais.
Vulva e vagina
É fundamental, aliás, esclarecer as diferenças entre vulva e vagina.
A vulva é a área externa dos genitais femininos. Ela inclui:
- Os grandes e os pequenos lábios;
- o capuz do clitóris;
- o próprio clitóris;
- a parte de mucosa (tecido fino delicado) onde estão as saídas dos ductos de secreção das glândulas de lubrificação da região;
- a saída da uretra -- canal que se origina na bexiga e termina na vulva, por onde sai o xixi;
- e finalmente o orifício da vagina, sendo finalizada no períneo, área de pele entre a vulva e o ânus.
A vagina consiste na estrutura tubular entre a vulva e o útero. Ela mergulha para dentro do corpo e termina fechada, circundando o orifício externo do colo do útero, por onde sai a menstruação.
Com todos esses detalhes, é bom lembrar: vulvas são como digitais — personalizadas e exclusivas.
Cada uma é uma (até nos detalhes)
Desde os pelos — lisos, encaracolados, encarapinhados, claros, escuros — ao formato dos lábios, tudo pode ser diversificado na vulva.
Lábios maiores podem ser grandes e encorpados por tecido adiposo, enquanto os menores variam entre finos, avantajados, protuberantes, rugosos ou assimétricos.
Já o capuz do clitóris pode ser caído, enquanto o tamanho e a proeminência do próprio clitóris podem variar de mulher para mulher. As mudanças chegam ao ponto de poderem incomodar pelo uso de roupas justas, ao andar de bicicleta ou até durante uma transa.
Ela muda com o tempo
A mesma mulher pode apresentar aspectos da vulva diferentes em cada etapa da vida. A quantidade de colágeno, a flacidez que ocorrem naturalmente com o envelhecimento e outros fatores vão influenciando na evolução dela.
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Quero receberProfundidade também muda
A vagina também pode ter várias profundidades, desde mais curta a mais longa.
Ela é uma estrutura elástica, que se adapta aos variados tamanhos de pênis, e pode, em algumas situações, ficar mais larga, atrapalhando o prazer sexual, como após vários partos normais ou em mulheres mais idosas, causando dor na penetração. O importante é procurar ajuda médica caso sinta desconforto.
As peculiaridades ocorrem também pelas variabilidades genéticas na formação e pela influência do meio no nosso organismo. Há um tecido linfoide associado à mucosa vaginal que responde de modo diferente para cada uma, além de uma microbiota [conjunto de microorganismos que habitam um ecossistema] que apresenta diferenças entre as mulheres.
O pH vaginal também pode diferir.
Seu comportamento influencia na aparência da vulva
A vagina ainda sofre a influência dos hábitos de vida, como o tipo de depilação, uso de roupa (mais larga ou não) e alterações hormonais. As cores "íntimas" também diferem de uma mulher para outra, inclusive durante o período fértil ou quando ocorre a excitação.
Isso acontece até no decorrer da gestação, no momento do parto e na fase pós-parto e, especialmente, durante a menopausa, quando diminuem os hormônios responsáveis pela produção de melanina.
Cirurgia plástica
Vale lembrar que, mesmo que não existam motivos científicos para acreditar num "padrão de beleza" da vulva e/ou da vagina", o fato é que para algumas mulheres determinadas características anatômicas podem causar desconforto e abalos concretos na autoestima.
É o caso de pequenos lábios mais proeminentes, por exemplo, que provocam incômodo e até dor na hora do sexo. Nessas circunstâncias, o ideal é que a mulher realize uma avaliação com o ginecologista para analisar a necessidade e a viabilidade de uma cirurgia plástica íntima.
Fonte: ginecologista e obstetra Caroline Alexandra Pereira; ginecologista e obstetra Erica Mantelli, pós-graduada em Sexologia Humana pela USP; Valeria Walfrido, sexóloga e terapeuta corporal de Recife (PE); ginecologista Renato de Oliveira.
*Com reportagem de 3/8/2018
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