Pai de médica morta denunciou um ano antes que prefeito queria matá-la
O médico Samir Sagih El-Aouar, pai da médica encontrada morta em um quarto de hotel no Espírito Santo, tinha denunciado o marido da vítima, o ex-prefeito Fuvio Luziano Serafim, à polícia um ano antes do crime. Fuvio foi preso em flagrante por suspeita de envolvimento na ocorrência, registrada no sábado (2).
O que aconteceu?
Em um depoimento dado à polícia em junho de 2022, o pai de Juliana afirmou que desconfiou de "agressão por parte de Fuvio" após a filha apresentar uma série de internações em hospitais.
No documento ao qual o UOL teve acesso, o médico afirmou que acreditava que Fuvio tinha "intenção de matar Juliana", já que ele herdaria o patrimônio da mulher caso ela morresse.
Em uma das internações, Juliana tinha costelas quebradas. Na ocasião, a médica afirmou que as fraturas ocorreram durante tentativas de ressuscitação por parte do marido após ela ter uma parada cardíaca em casa.
A mulher também fraturou o ombro direito duas vezes e alegou que "caiu da cama"; ela também apresentou hematomas que precisaram ser drenados na testa, todos em ocasiões diferentes, contou o pai à polícia.
Uso abusivo de medicamentos
Além dos sinais de agressão, a médica também foi internada com sinais de abuso da substância ketamina e de morfina, assim como Fuvio, segundo informou o pai da médica à polícia.
Samir narrou que o casal chegou a comprar R$ 21 mil em frascos dos medicamentos e que ele tentou afastar o ex-prefeito da filha para evitar que ela continuasse usando as drogas.
Um frasco de ketamina foi encontrado ao lado de fora da janela do quarto em que Juliana e Fuvio estavam quando a médica morreu, segundo o boletim de ocorrência do crime ao qual o UOL teve acesso.
A reportagem entrou em contato por e-mail e mensagem com o advogado de Fuvio, Tarcio Leite de Almeida, e aguarda posicionamento sobre o assunto.
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