Não pira! 5 ideias furadas que as pessoas têm sobre sexo casual

Na hora, vale tudo, mas no dia seguinte é preciso encarar a culpa e o arrependimento. Quando o assunto é transar sem compromisso, muita gente ainda tem na cabeça alguns conceitos que há muito tempo deixaram de ser regra geral e de corresponder à realidade. Saiba quais são os principais:

1. Só as mulheres ficam mexidas

Há um preconceito comum em se achar que as mulheres saem da experiência envolvidas e com expectativas de transformar o encontro em romance. Ou, pelo menos, repetir a dose. Porém, muitos homens também sentem um "algo a mais" quando transam com alguém de forma casual.

"É besteira achar que um cara não fica apaixonadinho só porque acabou de conhecer a mulher. Eu fiquei bem mexido quando fui para a cama com uma garota que conheci numa viagem, pena que ela não quis nada sério", diz o publicitário Raphael*. É preciso ter em mente que o sexo em si é uma emoção: por mais casual ou ocasional que seja, sempre haverá um componente íntimo e afetivo. E por causa disso pode abalar as pessoas envolvidas. Isso vale para homem e mulher, sem distinções.

2. No fundo, o objetivo é o compromisso

É bem ultrapassada a crença de que a mulher topa transar para conseguir romance, enquanto o homem engata um romance para conseguir transar. Sexo casual, o próprio nome já diz, é casual. O objetivo principal é aproveitar plenamente o momento, sem especulações ou exigências sobre o futuro. Quem ainda pensa assim quer, na verdade, "encaretar" o sexo, vinculando-o ao amor e ao romance.

É claro que, às vezes, as coisas saem do controle e um ou outro acaba se envolvendo e querendo mais. No entanto, cabe a cada um cuidar de si e dos próprios sentimentos. Quem topa o sexo casual tem que se despir de expectativas em relação ao outro para não se machucar.

3. Acontece de tudo na cama

Há uma falsa ideia de que a informalidade da situação torna as pessoas selvagens e dispostas a tudo na cama. Ledo engano. O corpo continua a ser uma propriedade particular e um deve respeitar os princípios, limites e vontades do outro. Sexo casual é uma escolha, o que significa que cada um escolhe o que fazer com o desejo.

"Topar transar de cara não significa estar aberta para qualquer coisa. Uma vez, parei no meio porque o parceiro ficou insistindo que eu devia aceitar fazer sexo anal. Me vesti e fui embora. Ainda bem que foi o único machista desrespeitoso com quem me relacionei até agora", conta a universitária Camila*.

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Imagem: iStock

4. Sexo casual é incrível e libertador

Outra impressão errada: a de que, ao toparem transar sem compromisso, as pessoas vão imediatamente se livrar de tabus, mitos e repressões e atingir um nível elevado e, até então desconhecido, de liberdade. Não é bem assim. O sexo casual só é bom e gostoso se feito por pessoas muito bem resolvidas com elas mesmas, conscientes da situação, sem expectativas e em busca de prazer por simples diversão. Ou seja, a autonomia e independência precisa fazer parte da vida ANTES de partir para a experiência.

Um estudo publicado pelo "Journal of Sex Research", dos EUA, apontou que há um aumento nos níveis de depressão e estresse logo após uma transa casual, tanto em homens quanto em mulheres, justamente por ter o componente afetivo e por, inconscientemente, as pessoas tenderem a usar o sexo como uma forma de compensar vazios ou questões emocionais. O incrível e libertador é fazer a escolha e aceitar lidar com as implicações que ela traz.

5. Todo mundo tem ressaca moral no dia seguinte

Oi? Óbvio que não. Quando os limites são claros e as expectativas alinhadas, transar sem compromisso é uma excelente forma de ter prazer e aprimorar a sexualidade. É um acordo bem definido e, por isso, não há espaço para criar neuras ou culpas. O problema é que inúmeras vezes o que se acredita ser um desejo autêntico, não é! Faz-se uma coisa e se espera outra. Por isso a pessoa precisa se conhecer bem, e entender a fundo o que quer, para não responsabilizar o outro por uma escolha que ela mesma fez. Somos responsáveis não só por nossas decisões, mas também pelo que sentimos.

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*Os nomes dos entrevistados foram trocados para preservar a identidade.

FONTES: Blenda de Oliveira, psicoterapeuta de adultos, adolescentes, crianças, famílias e casais, de São Paulo (SP); Miriam Barros, psicóloga e psicodramatista, de São Paulo (SP); Raquel Fernandes Marques, psicóloga da Clínica Anime, de São Paulo (SP), e Sabrina Gonzalez, especialista em Psicologia Hospitalar pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

*Com conteúdo publicado em 24/9/2018

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