Paola Carosella fala de parto traumático: 'Cesárea sem anestesia'
Colaboração para Universa, em São Paulo
19/10/2023 04h00
Convidada do "Desculpa Alguma Coisa", videocast de Universa com Tati Bernardi, a cozinheira Paola Carosella fala sobre a experiência traumática que viveu durante o parto de sua filha, Francesca, que hoje tem 12 anos.
Ela relata a experiência. "Eu fui numa consulta com o obstetra, estava de 38 semanas e eu sabia muito pouco de parto, era essa mulher grávida largada no mundo, eu por mim mesma. Ele fez um toque e me pediu pra ir voltando pro restaurante. Quando eu cheguei, eu já tinha contrações. Fui pro hospital. Quando cheguei, eu tinha pouquíssima dilatações e contrações bastantes seguidas."
O médico que estava monitorando os batimentos da Fran falou que não estava legal. Comecei a me desesperar. Chegou o obstetra, esperamos mais um pouco porque não tinha dilatação, mas os batimentos dela estavam acelerando. E aí fomos pra cesárea, mas eu queria normal. Me deram anestesia, mas não pegou nada. Eu lembro do calor, o corte foi fogo, é a sensação de faca. Paola Carosella
"Ele falou: 'Não vamos poder te dar mais anestesia', porque pro bebê faz mal. Eu estava morrendo de frio, uma enfermeira ainda falou: 'Calma, menos'. Ela [a filha] chorou, eu dei um abraço, um beijo, vi ela e me apagaram. Me deram anestesia porque eu estava com muita dor", ela conta.
Paola Carosella sobre colocar DIU: 'Menstruar para mim era muito dolorido'
A cozinheira conta ter enfrentado diversos problemas com a menstruação: "Conheci a minha ginecologista, fiz uma consulta de duas horas e meia e ela me perguntou milhares de coisas. E ela falou: 'A gente entra no climatério e vai perdendo alguns hormônios, mudando'. Mas a mulher de hoje não é a mulher de antes que serviu e nasceu pra procriar. Nossa realidade não é essa. A gente faz um monte de coisa. E aí eu não tinha força nem pra me exercitar. Colocar esse DIU que me fez parar de menstruar foi muito bom, [porque] eu sofria horrores nos meus períodos. Tenho 50 anos agora, comecei a me sentir um pouco melhor aos 47. O período de maior cansaço foi dos 38 aos 47. Menstruar pra mim era muito dolorido, me dava muitas transformações físicas, ficava muito inchada, muito cansada, ou muito agressiva. E aí conversei com a ginecologista e veio o DIU, reposição hormonal de testosterona. Três ou quatro meses depois eu já estava malhando três vezes por semana. Parei de ter as nuances, ganhei força pra me exercitar e meu corpo fica sem dor."
Paola Carosella fala de infância com 'avô monstro' e pai bipolar
Paola abre a intimidade para falar da sua infância, especialmente do pai e do avô. "Meu avô paterno, essa figura sinistra, muito provavelmente [era fascista]. Era um monstro. Meu pai era um homem sensível, diagnosticado com transtorno bipolar em uma época que não se falava muito disso. Na época era maníaco depressivo e quando ele estava em momentos de mania, meu avô chamava a polícia e ele ia preso. Meu pai ficou internado em manicômios muitos anos. Quando eu tinha 11 anos, o pai dele, meu avô, fez uma coisa que eu nunca vou esquecer: ele me encurralou numa quina na parede, jogou o corpo inteiro em cima de mim e falou: 'Você já tem idade suficiente pra se responsabilizar por essa coisa que você tem com seu pai, porque isso é culpa sua. Ele era normal até você nascer'. Depois disso, contei pra minha mãe e poucas vezes voltei a ir pra casa deles. Meu pai passou muito tempo internado e nosso relacionamento nunca avançou. Só quando a minha mãe morreu que voltei a encontrar com ele e eu quis cuidá-lo. Meu pai se suicidou quando eu estava tentando ajudar."
Paola Carosella diz que se preocupa com a saúde mental: 'Terapia desde os 8 anos'
Paola conta que se preocupa com a sua saúde mental. "Faço terapia desde os oito anos, sem parar. A primeira coisa [para entender] é que nós não somos nossos pais, é a coisa mais importante do mundo. Nem os nossos filhos são uma extensão de nós. Na medida em que a gente tenha muita noção do que estamos sentindo, a terapia é fundamental porque te ajuda a entender aquilo que você faz que dói e machuca, entendendo qual a responsabilidade e a não responsabilidade que a gente tem. Não tem culpa. ninguém tem culpa. Esse meu avô que é horroroso e era um monstro, era um homem provavelmente muito bruto que deve ter tido uma infância sinistra."
Paola Carosella sobre papel de vilã no MasterChef: 'Sofri no começo'
Jurada do MasterChef Brasil entre 2014 e 2020, Paola conta que ficou mais à vontade quando percebeu que poderia interpretar um personagem. "Sofri muito no primeiro ano porque eu não sabia o que eu estava fazendo e tinha um alinhamento da direção. Nós tínhamos que ser duros, rígidos, a postura do chef. No primeiro ano foi muito difícil, porque era bastante dirigido. Eu ficava meio que sofrendo nesse lugar. Tinha que subir no palco, ser brava, ser dura. Eu não estava [feliz] porque eu não estava entendendo que o que estava ali no palco era e tinha que ser um personagem. Se eu não faço um personagem, eu estaria brigando com a minha personalidade porque eu teria vergonha de fazer coisas que eu não faria nunca. Na hora que saquei isso, eu me diverti tanto, mas tanto. Eu estava assistindo agora pouco e pensando: 'Nossa, como eu era boa nesse papel'."
Paola Carosella diz que viveu relação abusiva: 'Sempre eu tinha que mudar'
A cozinheira conta como percebeu que vivia uma relação abusiva com o ex-marido, o fotógrafo Jason Lowe. "Acho que a gente foi feliz durante um tempo, ele é um homem incrível, mas aconteceram algumas coisas difíceis. Eu comecei a decolar e florescer num momento em que ele ficou muito parado e a forma que ele teve de lidar com isso não foi a melhor. Isso foi mais pro final. Mas outras formas de não ter respeito, cuidado, aconteciam antes e eu não reparava. Era como se eu tivesse que mudar, mas era eu sempre que tinha que mudar."
Paola Carosella conta de date ruim: 'Abri a porta do bar e já queria sair, mas fiquei'
Paola conta para Tati Bernardi sobre um date ruim que teve. "Quando abri a porta do bar, eu já queria sair. Mas fiquei por respeito. Eu dei uma hora de conversa. Quando passou, eu falei: 'Ser humano é que nem bicho. Ou encaixa ou não. Eu vou pedir um táxi porque não vai dar. Desculpa'. Ele me acompanhou até a porta, aí na porta ele me disse: 'Tô com muita saudade da minha namorada'. E eu pensei: 'Namorada, e tá fazendo o quê aqui?'."
Paola Carosella responde a nove perguntas e meia de amor
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