Paola Carosella sobre papel de vilã no MasterChef: 'Sofri no começo'

Convidada do "Desculpa Alguma Coisa", videocast de Universa com Tati Bernardi, a cozinheira Paola Carosella conta que interpretava um papel durante seu trabalho como jurada no "MasterChef Brasil". Paola fez parte do programa entre 2014 e 2019.

Paola conta que não lidou bem com o seu papel no começo. "Sofri muito no primeiro ano porque eu não sabia o que eu estava fazendo e tinha um alinhamento da direção. Nós tínhamos que ser duros, rígidos, a postura do chef. Eu ficava meio que sofrendo nesse lugar. Tinha que subir no palco, ser brava, ser dura."

Eu não estava [feliz] porque eu não estava entendendo que o que estava ali no palco era e tinha que ser um personagem. Se eu não faço um personagem, eu estaria brigando com a minha personalidade, porque eu teria vergonha de fazer coisas que eu não faria nunca. Paola Carosella

A cozinheira conta que passou a se sentir muito bem no programa depois de ter entendido como poderia agir. "Na hora que eu saquei isso, eu me diverti tanto, mas tanto. Eu estava assistindo agora pouco e pensando: 'Nossa, como eu era boa nesse papel'."

Paola Carosella sobre colocar DIU: 'Menstruar para mim era muito dolorido'

A cozinheira conta ter enfrentado diversos problemas com a menstruação: "Conheci a minha ginecologista, fiz uma consulta de duas horas e meia e ela me perguntou milhares de coisas. E ela falou: 'A gente entra no climatério e vai perdendo alguns hormônios, mudando'. Mas a mulher de hoje não é a mulher de antes que serviu e nasceu pra procriar. Nossa realidade não é essa. A gente faz um monte de coisa. E aí eu não tinha força nem pra me exercitar. Colocar esse DIU que me fez parar de menstruar foi muito bom, [porque] eu sofria horrores nos meus períodos. Tenho 50 anos agora, comecei a me sentir um pouco melhor aos 47. O período de maior cansaço foi dos 38 aos 47. Menstruar pra mim era muito dolorido, me dava muitas transformações físicas, ficava muito inchada, muito cansada, ou muito agressiva. E aí conversei com a ginecologista e veio o DIU, reposição hormonal de testosterona. Três ou quatro meses depois eu já estava malhando três vezes por semana. Parei de ter as nuances, ganhei força pra me exercitar e meu corpo fica sem dor."

Paola Carosella fala de infância com 'avô monstro' e pai bipolar

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Paola abre a intimidade para falar da sua infância, especialmente do pai e do avô. "Meu avô paterno, essa figura sinistra, muito provavelmente [era fascista]. Era um monstro. Meu pai era um homem sensível, diagnosticado com transtorno bipolar em uma época que não se falava muito disso. Na época era maníaco depressivo e quando ele estava em momentos de mania, meu avô chamava a polícia e ele ia preso. Meu pai ficou internado em manicômios muitos anos. Quando eu tinha 11 anos, o pai dele, meu avô, fez uma coisa que eu nunca vou esquecer: ele me encurralou numa quina na parede, jogou o corpo inteiro em cima de mim e falou: 'Você já tem idade suficiente pra se responsabilizar por essa coisa que você tem com seu pai, porque isso é culpa sua. Ele era normal até você nascer'. Depois disso, contei pra minha mãe e poucas vezes voltei a ir pra casa deles. Meu pai passou muito tempo internado e nosso relacionamento nunca avançou. Só quando a minha mãe morreu que voltei a encontrar com ele e eu quis cuidá-lo. Meu pai se suicidou quando eu estava tentando ajudar."

Paola Carosella diz que se preocupa com a saúde mental: 'Terapia desde os 8 anos'

Paola conta que se preocupa com a sua saúde mental. "Faço terapia desde os oito anos, sem parar. A primeira coisa [para entender] é que nós não somos nossos pais, é a coisa mais importante do mundo. Nem os nossos filhos são uma extensão de nós. Na medida em que a gente tenha muita noção do que estamos sentindo, a terapia é fundamental porque te ajuda a entender aquilo que você faz que dói e machuca, entendendo qual a responsabilidade e a não responsabilidade que a gente tem. Não tem culpa. ninguém tem culpa. Esse meu avô que é horroroso e era um monstro, era um homem provavelmente muito bruto que deve ter tido uma infância sinistra."

Paola Carosella diz que viveu relação abusiva: 'Sempre eu tinha que mudar'

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A cozinheira conta como percebeu que vivia uma relação abusiva com o ex-marido, o fotógrafo Jason Lowe. "Acho que a gente foi feliz durante um tempo, ele é um homem incrível, mas aconteceram algumas coisas difíceis. Eu comecei a decolar e florescer num momento em que ele ficou muito parado e a forma que ele teve de lidar com isso não foi a melhor. Isso foi mais pro final. Mas outras formas de não ter respeito, cuidado, aconteciam antes e eu não reparava. Era como se eu tivesse que mudar, mas era eu sempre que tinha que mudar."

Paola Carosella fala sobre parto traumático: 'Cesária sem anestesia'

Paola também faz um relato sobre a experiência traumática que viveu durante o parto de sua filha, Francesca. "Não rolou anestesia. Eu fui numa consulta com o obstetra, estava de 38 semanas e eu sabia muito pouco de parto, era essa mulher grávida largada no mundo, eu por mim mesma. Ele fez um toque e me pediu pra ir voltando pro restaurante. Quando eu cheguei, eu já tinha contrações. Fui pro hospital. Quando cheguei, eu tinha pouquíssima dilatações e contrações bastantes seguidas. O médico que estava monitorando os batimentos da Fran falou que não estava legal. Comecei a me desesperar. Chegou o obstetra, esperamos mais um pouco porque não tinha dilatação, mas os batimentos dela estavam acelerando. E aí fomos pra cesárea, mas eu queria normal. Me deram anestesia, mas não pegou nada. Eu lembro do calor, o corte foi fogo, é a sensação de faca. Ele falou: 'Não vamos poder te dar mais anestesia', porque pro bebê faz mal. Eu estava morrendo de frio, uma enfermeira ainda falou: 'Calma, menos'. Ela [a filha] chorou, eu dei um abraço, um beijo, vi ela e me apagaram. Me deram anestesia porque eu estava com muita dor."

Paola Carosella conta de date ruim: 'Abri a porta do bar e já queria sair, mas fiquei'

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Paola conta para Tati Bernardi sobre um date ruim que teve. "Quando abri a porta do bar, eu já queria sair. Mas fiquei por respeito. Eu dei uma hora de conversa. Quando passou, eu falei: 'Ser humano é que nem bicho. Ou encaixa ou não. Eu vou pedir um táxi porque não vai dar. Desculpa'. Ele me acompanhou até a porta, aí na porta ele me disse: 'Tô com muita saudade da minha namorada'. E eu pensei: 'Namorada, e tá fazendo o quê aqui?'."

Paola Carosella responde a nove perguntas e meia de amor

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