Júlia Rabello fala de paixão em voo e se Porta dos Fundos era machista

A atriz e humorista Júlia Rabello foi a primeira convidada do "Maria vai com os Outros", programa comandado pela colunista e escritora Maria Ribeiro, que estreou nesta quinta-feira (26), no Canal UOL e no YouTube de Universa.

No episódio, as duas sobem a estrada do Parque Penhasco Dois Irmãos, no Alto Leblon. A caminho do restaurante Flor do Céu, Júlia diz que não costuma falar em entrevistas sobre sua vida amorosa. O motivo: relacionamentos acabam. Mas desta vez ela decidiu comentar seu estado civil e até contou que conheceu seu parceiro em uma situação inusitada.

"Meu atual relacionamento eu conheci no avião. Acho muito comédia anos 90. Toda vez que eu falo que conheci meu atual namorado no avião, as pessoas fazem 'ahhhh', eu acho fofo."

Maria brinca dizendo que Júlia está aprendendo inglês só para poder se relacionar com a família do namorado, um engenheiro holandês.

"Eu não falava inglês e continuo não falando, mas entendia. Agora, falo inglês horroroso, mas já estou falando alguma coisa", brincou a humorista, acrescentando que, na hora do xaveco, a falta de fluência no idioma não fez diferença. "Meu carisma transcende".

Fazendo alusão ao nome do programa, Maria pergunta "com quem Julia vai". A atriz diz que, atualmente, tem buscado estar junto de pessoas que conseguem viver a vida de um "jeito leve". "Eu acho que sou muito angustiada e estou um pouquinho sem paciência para essa angústia toda", diz a humorista. "Então, estou num momento mais leve".

Júlia fala se Porta dos Fundos era machista: 'A gente está falando de 10 anos atrás'

A família paterna de Júlia é formada por artistas, o que despertou seu interesse pela área logo na infância. Ela começou a estudar teatro aos 9 anos e a primeira peça profissional veio aos 17, mas o sucesso não veio de imediato: "Só aconteceu uns 20 anos depois, eu acho".

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Depois de abrir sua própria produtora e em seguida trabalhar como assistente de produção em outra empresa, a atriz de teatro desistiu da profissão e foi estudar para ser funcionária pública, como sua mãe —mas voltou atrás. "Pensei 'tudo bem, vou ser atriz ferrada e lascada'".

Mas não foi tão lascada assim, né? Júlia lembra quando foi acompanhar o ex-marido Marcos Veras em uma entrevista no programa do Jô Soares e foi convidada para ser uma das protagonistas de uma peça do apresentador de televisão e dramaturgo.

Eu era uma atriz de teatro do Rio de Janeiro. Ele disse 'vocês querem ser protagonistas da minha peça?'. Na hora eu aceitei. Ele ainda levou um susto que a gente aceitou sem ler o texto. Mas Jô Soares te chama pra fazer qualquer coisa, você vai. (...) Esse homem mudou a minha vida.

A projeção nacional veio com o vídeo "Sobre a Mesa", um dos primeiros do Porta dos Fundos, que imortalizou a frase "o que eu quero, Mário Alberto?" —Júlia diz que até hoje recebe pedidos para repetir a fala em projetos de publicidade.

Questionada se o Porta dos Fundos era machista, a atriz comenta que o fato de o programa ter sido comandando por homens foi um problema, mas que, ao mesmo tempo, a produção também contribuiu para o diálogo sobre questões sociais, incluindo o próprio machismo.

A gente está falando de 10 anos, muita coisa aconteceu, não posso virar e falar assim 'são machistas', até porque eu acho que o próprio 'Porta' contribuiu muito para o debate nacional de um monte de coisa, inclusive o 'Sobre a Mesa', que trouxe muito debate em relação ao desejo da mulher. Ao mesmo tempo, são homens héteros no Brasil.

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